Diesel: Com risco de desabastecimento, governo coloca em pauta elevação de estoques e aumento de biodiesel

Publicado em 31/05/2022 16:39

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O risco de desabastecimento de diesel no Brasil nos próximos meses, levantado por entidades, de importadores a caminhoneiros, tem movimentado o governo federal, com alternativas que passam pela elevação dos estoques nas distribuidoras ao aumento do percentual de biodiesel no diesel.

Apesar de o Ministério de Minas e Energia (MME) negar em nota recente um risco de desabastecimento no curto prazo e generalizado nas proximidades do escoamento da safra, algumas ações estão sendo discutidas pelo governo federal, segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico.

De acordo com o jornal, com base em uma fonte oficial, nesta terça-feira (31), houve um encontro entre diretores da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no MME, em Brasília (DF), com o ministro Adolfo Sachsida. Os combustíveis têm tido impacto importante sobre a inflação.

Na reunião, foi colocado em pauta a possibilidade de as distribuidoras de combustíveis do Brasil elevarem os estoques de diesel. Atualmente, as companhias já contam com armazenamento obrigatório de até cinco dias, conforme a comercialização anterior. A ideia seria elevar esse volume.

Outro ponto discutido pelo governo diz respeito ao percentual de biodiesel no diesel, que atualmente é de 10%, visão que também é defendida pelos produtores. O próprio Ministério de Minas e Energia poderia avançar sobre o assunto, enquanto que a questão dos estoques dependeria da ANP.

O óleo diesel teve preço médio na última semana em todo o Brasil de R$ 6,918/l, ante R$ 6,943 na anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), compilados pelo Notícias Agrícolas.

"Com os preços do petróleo bruto consistentemente acima de US$ 115 o barril na semana passada, o pior ainda está por vir bem a tempo do feriado do Jubileu [referência a uma série de eventos públicos e cerimônias reais]”, disse o porta-voz da RAC, Simon Williams. Os combustíveis também estão em preços recordes no Reino Unido e Estados Unidos.

Em meio aos temores de desabastecimento de diesel no Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou recente em que detalha que o país tem 38 dias de estoques, sem importação. Além disso, destacou que criou em março o "Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis", que se reúne semanalmente.

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A imprensa também apurou nos últimos dias que a Petrobras tem alertado sobre o possível desabastecimento no país, acompanhando o cenário internacional.

Produtores do Brasil defendem aumento da mistura

O aumento da mistura do biodiesel no diesel já vem sendo levantado há algum tempo pelos produtores. Com os temores de desabastecimento, a ideia ganhou força, com elevação dos atuais 10% para 12% ou 13%. Representantes do setor, inclusive, planejam elevar a articulação com o governo.

Nos cálculos do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), uma mistura de 14% de biodiesel no diesel, ante os 10%, economizaria 2,5 bilhões de litros de importação com combustível fóssil por ano.

Atualmente, a mistura de biodiesel no diesel era para estar nos 14%. Os planos foram revistos depois de disparada nos preços da soja, o que fez com que o governo voltasse a mistura para 10% no final do ano passado.

Representantes da indústria, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), também se mostra favorável à adição do biodiesel no diesel brasileiro.

Alta de mais de 4% do diesel em maio

O preço médio do diesel fechou maio em quase R$ 7,20 por litro, segundo levantamento feito pela Ticket Log, divulgado nesta terça-feira (31). Em relação ao mês anterior, o salto é de 4,4%. O diesel tipo S-10 teve acréscimo de 4,14%, com R$ 7,28/l.

O combustível de origem fóssil, o mais consumido no Brasil, vem de uma série de seis altas consecutivas e está 29% mais caro se comparado aos valores do início do ano e 53% sobre um ano atrás.

Com informações da Agência Estado e Valor Econômico

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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