Commodities têm maior queda em 18 meses; China e Bernanke pressionam
As commodities sofreram sua maior liquidação em um ano e meio nesta quinta-feira, com dados chineses sombrios e devido ao plano do Banco Central dos EUA de reduzir gradualmente seu programa de estímulos à economia, o que prejudica as perspectivas para o crescimento global.
O ouro atingiu uma mínima de dois anos e meio e o petróleo despencou 3 por cento. Os preços do cobre recuaram para os menores níveis em 20 meses, enquanto o alumínio e o níquel caíram para mínimas de vários anos, por temores sobre uma desaceleração da atividade industrial na China, maior comprador mundial de metais.
Leia a notícia na íntegra no site da Reuters.
No G1: Bolsas europeias têm pior queda diária em 19 meses por Fed e China
As ações europeias registraram a pior queda diária em 19 meses nesta quinta-feira (20), afetadas pela perspectiva de redução do estímulo monetário dos Estados Unidos e novos sinais de fraqueza do crescimento econômico da China. O índice FTSEurofirst 300 caiu 3,07%, para 1.143 pontos, após o banco central dos EUA ter dito na quarta-feira que um crescimento mais forte da economia norte-americana significa que será provável a redução das fortes compras de ativos neste ano.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
NA VEJA:
Mercado financeiro tem dia caótico após anúncio do Fed
O mercado financeiro iniciou a quinta-feira em meio ao caos, após o aguardado anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que manterá a política de estímulos em 2013, mas poderá revisá-la em 2014. Outra informação que pesou de forma significativa foi a desaceleração da indústria chinesa, mostrada pelo recuo do índice de gerentes de compras do setor industrial (PMI, na sigla em inglês) preliminar, medido pelo HSBC. O número ficou em 48,3, em comparação com a leitura final de 49,2, em maio. Qualquer pontuação abaixo de 50 indica uma contração na indústria.
Como resultado, os mercados asiáticos terminaram o dia em queda, assim como a Europa. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operam em queda desde o início do pregão - e, às 16 horas (horário de Brasília), os três despencavam mais de 2%.
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No Brasil, a bolsa de valores de São Paulo também respondeu de maneira negativa ao anúncio. O índice Ibovespa fechou em queda de 3,4% na quarta-feira e, nesta quinta, cai mais de 2%. Jáo dólar disparou mais de 2% e era cotado a 2,25 reais às 16 horas.
O movimento de venda maciça de ativos ao redor do mundo ocorre há diversas semanas, sobretudo nos países emergentes, desde que o jornal 'Financial Times' afirmou que o programa de compra de ativos do Federal Reserve poderia acabar. Chamada de "afrouxamento quantitativo", a medida foi implantada em 2011 e previa a injeção de 85 bilhões de dólares mensais no mercado financeiro, por meio da recompra de títulos públicos, por um período de quatro anos.
A redução de tais estímulos teve impacto direto nos juros pagos pelos títulos da dívida do Tesouro americano, fazendo com que o mercado migrasse rapidamente para aplicações em tais títulos. Os emergentes foram os mais atingidos porque seu mercado de capitais está mais exposto ao dinheiro externo.
O mercado de títulos públicos foi duramente afetado por esse movimento. O prêmio de risco pago aos investidores de títulos de longo prazo (10 anos) de países desenvolvidos e emergentes avançou de maneira expressiva nos últimos dias. Na Alemanha, por exemplo, houve aumento de 9 pontos base, para 1,25% ao ano. Na França, a alta doi de 12 pontos base, a 2,22% ao ano.
Nos emergentes, os títulos russos avançaram 46 pontos base, a 4,6%, enquanto os brasileiros subiram 14 pontos base, a 4,11%.
O desempenho dos juros dos títulos brasileiros fez, inclusive, com que o Tesouro Nacional anunciasse um programa de recompra de títulos para tentar deter o avanço dos juros. A subida repentina significa que o governo brasileiro terá de pagar retornos maiores aos investidores para manter a rolagem de sua dívida de longo prazo.
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