Ibovespa fecha com maior alta em 3 anos com vantagem de Aécio

Publicado em 13/10/2014 17:10 e atualizado em 13/10/2014 22:46

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa desacelerou no final da sessão com a forte piora em Wall Street, mas cravou a maior alta percentual em mais de três anos, amparado no forte avanço de ações da Petrobras e de bancos, em meio à repercussão positiva das últimas notícias da corrida presidencial.

No fim de semana, pesquisa Sensus mostrou o candidato do PSDB, Aécio Neves, liderando com ampla vantagem o segundo turno da corrida presidencial contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição. Além disso, foram anunciados o apoio de Marina Silva e da família de Eduardo Campos ao tucano.

O Ibovespa ainda refletiu a valorização de quase 5 por cento dos papéis da Vale, reagindo a dados de setembro do comércio exterior chinês e à elevação dos preços de minério de ferro na China.

Nesse contexto, o índice avançou 4,78 por cento, a 57.956 pontos, maior ganho percentual diário desde 9 de agosto de 2011, quando teve alta de 5,1 por cento.

No máxima desta segunda-feira, o índice alcançou 58.747 pontos, alta de 6,2 por cento.

O volume financeiro do pregão somou 10,3 bilhões de reais.

"O fim de semana foi repleto de boas notícias para Aécio Neves", disse o analista de renda variável Fabio Lemos, da São Paulo Investments, referindo-se à pesquisa Sensus e às declarações de apoio ao candidato de oposição

Perspectivas de alternância em Brasília têm servido como argumento para compras na bolsa nos últimos meses e vice-versa, uma vez que operadores e analistas do mercado têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo.

As ações da Petrobras reagiram logo na abertura ao noticiário e mantiveram-se entre as maiores altas do índice, chegando a subir mais de 11 por cento na máxima.

Operadores também citaram cobertura de posições vendidas mirando o exercício de contratos de opções sobre ações, na próxima semana. Na quarta-feira acontece vencimento das opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

Em nota a clientes antes da abertura, o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, lembrou que a semana tem pesquisas Vox Populi, Ibope e Datafolha que, somadas com o debate entre os dois presidenciáveis na terça-feira na TV, vão canalizar as atenções do mercado.

Entre os poucos papéis do índice no vermelho, figuraram ações de exportadoras, como Suzano, Fibria e Embraer, já que o dólar fechou em queda superior a 1 por cento frente ao real.

A forte queda nos pregões em Nova York, que impediu que o Ibovespa sustentasse os 58 mil pontos no encerramento, se deu pelo recuo em papéis de energia e empresas aéreas.

O índice S&P 500 caiu 1,65 por cento, a 1.874 pontos, abaixo da sua média móvel de 200 dias pela primeira vez desde 16 de novembro de 2012.

Do noticiário corporativo, Oi e Telemar Participações disseram que estão integralmente mantidos os compromissos de promover a listagem da CorpCo, empresa resultante da fusão da Oi com a Portugal Telecom, no Novo Mercado da BM&FBovespa.

(Edição de Aluísio Alves)

Na Folha: Estatais disparam e Bolsa tem maior alta desde agosto de 2011; dólar cai

A Bolsa brasileira registrou nesta segunda-feira (13) a maior alta desde agosto de 2011 com os investidores analisando o apoio da ex-senadora Marina Silva (PSB) ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno eleitoral e também após uma pesquisa mostrar o tucano à frente da presidente Dilma Rousseff (PT)nas intenções de voto.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 4,78%, aos 57.956 pontos. Foi a maior alta percentual desde 9 de agosto de 2011, quando o índice subiu 5,1%.

Das 70 ações negociadas no índice, 64 subiram, cinco caíram e uma se manteve inalterada. O volume financeiro negociado foi de R$ 8,11 bilhões.

As estatais e bancos –o chamado "kit eleitoral"– foram os grandes protagonistas do dia, com o foco dos investidores voltados para notícias que influenciaram o cenário eleitoral.

No sábado (11), pesquisa Sensus mostrou o candidato tucano à frente de Dilma. De acordo com o levantamento, ele teve 52,4% das intenções de voto, enquanto a presidente foi preferida por 36,7% dos entrevistados. Brancos, nulos e indecisos somaram 11% na pesquisa, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Ao considerar apenas os votos válidos, descontados os brancos e nulos, a pesquisa aponta Aécio com 58,8% e Dilma com 41,2%, uma diferença de 17,6 pontos percentuais.

"O peso todo da alta foi da pesquisa sensus, pois o cenário eleitoral está tão encrustado no mercado financeiro que tem sido a principal influência. Desde a época do Lula não via a parte política influenciando tanto a Bolsa quanto agora", afirma Frederico Lukaisus, gerente da mesa de renda variável da Fator Corretora.

Os investidores também analisaram o apoio da ex-senadora ao candidato Aécio Neves. No domingo, Marina formalizou apoio ao tucano, comparando uma possível vitória do tucano com a obtida por Lula em 2002.

ALTA

Segundo Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, desde a semana passada a Bolsa tem tido forte tendência de alta.

"E isso quase com toda certeza está relacionado ao fato de as pesquisas estarem favorecendo candidatos favoráveis ao mercado, como o Aécio. O apoio da Marina trouxe perspectivas positivas para todos os investidores, sejam estrangeiros ou nacionais, dentro da possibilidade de um governo menos intervencionista no mercado", afirma.

Na quarta-feira é o vencimento do índice futuro do Ibovespa, o que já traz volatilidade naturalmente ao mercado, destaca.

"Geralmente, em dias que antecedem o vencimento é frequente uma forte movimentação de mercado, pois os gestores de fundos e outros investidores precisam reajustar suas posições. Os grandes fundos compram papéis no mercado à vista e vendem uma posição no futuro, como uma forma de proteção", afirma Wolwacz.

AÇÕES

Os papéis do Banco do Brasil lideraram as altas na Bolsa nesta segunda-feira, ao avançarem 10,86%, a R$ 33,48. As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, ficaram em segundo lugar, com alta de 10,54%, a R$ 22,13. As ordinárias, com direito a voto, subiram 9,96%, a R$ 20,75.

Desde a véspera do primeiro turno, as ações da petrolífera registram valorizações expressivas. As ações preferenciais da empresa acumulam alta de 20,6%, e as ordinárias avançam 18,6% no período.

Ainda no "kit eleitoral", as ações preferenciais da Eletrobras encerraram o dia com alta de 7,43%, a R$ 10,55, e as ordinárias subiram 6,08%, a R$ 7,15.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco fecharam com valorização de 7,55%, a R$ 38, e as do Bradesco avançaram 7,81%, a R$ 39,16.

Na outra ponta, as ações de empresas exportadoras caíram nesta segunda, após a apreciação do real em relação ao dólar. Os papéis da Embraer caíram 4,48%, a R$ 21,10, os da Fibria perderam 3,71% e os da Suzano, 2,61%.

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar recuou em relação ao real, em linha com as principais moedas de emergentes.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,88%, a R$ 2,386. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve queda de 1,27%, a R$ 2,393.

"Hoje ficou bem direcionada a questão eleitoral. Houve duas coisas importantes dentro do cenário político: a Marina Silva apoiando o Aécio e as pesquisas mostrando a vantagem do Aécio para o segundo turno, o que deram outro humor ao mercado. Tanto a Bolsa quanto o dólar foram afetados", afirma Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.

Segundo ele, enquanto não terminar o segundo turno as eleições é que darão o tom no mercado cambial. "Há um fator psicológico segundo o qual o dólar na casa de R$ 2,40 indica uma chance maior do Aécio nas eleições. Mas se a Dilma ganhar terreno, o dólar pode ir acima desse nível", ressalta.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, oferecendo 4.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 2.000 contratos para 1º de junho e 2.000 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,3 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões. 

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Fonte:
Reuters + Folha

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