Empreiteiros dormiram em colchões no chão da carceragem da PF

Publicado em 17/11/2014 10:32 e atualizado em 17/11/2014 21:15
por Claudio Humberto, no blog Diário do Poder
PETROLÃO
EMPREITEIROS DORMIRAM EM COLCHÕES NO CHÃO DE CELAS

SEM ESPAÇO NAS CELAS DA SEDE DA PF NO PARANÁ, RICAÇOS FICARAM NO CHÃO


(Foto: Marcos  Bezerra/AE)

Como vence nesta terça-feira o prazo das prisões temporárias, eles poderão ser soltos, caso não haja renovação dos pedidos de encarceramento (Foto: Marcos Bezerra/AE)

Os 23 presos da Operação Lava Jato estão, desde sua chegada à sede da Polícia Federal, em Curitiba, na área da carceragem onde ficam três celas. Alguns tiveram que dormir em colchões no chão e comeram a comida fornecida a todos os presos pela polícia.

Advogados de defesa, que no sábado chegaram a reclamar da falta de acesso imediato aos clientes, afirmaram que, apesar do espaço pequeno para tantos detidos, não houve reclamações por parte deles quanto às condições do local.

Hoje, os 23 continuarão a ser ouvidos pela PF. Como amanhã vence o prazo das prisões temporárias, eles poderão ser soltos, caso não haja renovação dos pedidos de encarceramento – o que inclui o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque – ligado ao PT – e executivos de várias das principais construtoras do País.

Pelo menos cinco dos presos nesta sétima etapa da Operação Lava Jato, entre eles Duque, foram levados na manhã de ontem para o Instituto Médico-Legal de Curitiba (PR) para fazer exame de corpo de delito e voltaram para a carceragem, onde foram instalados na madrugada do sábado.

Além de Duque, foram encaminhados ao IML o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, e o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho. Além dos exames de corpo de delito, os presos foram ouvidos pelos delegados do caso, acompanhados de seus advogados.

Uma lista com a programação de depoimentos foi entregue aos advogados. O presidente da UTC – empreiteira acusada de ter se associado comercialmente ao doleiro e delator Alberto Youssef – tem depoimento marcado para amanhã. Seu advogado, Alberto Toron, foi um dos que visitaram seus clientes ontem.

A operação identificou estreito relacionamento de Pessoa com o doleiro Youssef. A Polícia Federal suspeita que Youssef seja sócio oculto do presidente da UTC.

A empresa executou algumas das maiores obras da área petroquímica do País, como o polo de Camaçari, além da usina nuclear de Angra 2 e das hidrelétricas de Tucuruí, Xingu e Itaipu.

De acordo com os delegados que cuidam do assunto na sede da PF paranaense, os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro. (AE)

Além dos quase R$ 60 bilhões em contratos com a Petrobras, desde a gestão Lula, outras áreas do governo despejaram R$ 11,5 bilhões nas empreiteiras enroladas no Petrolão. Só o governo Dilma pagou R$ 6,045 bilhões a empreiteiras acusadas de subornar políticos, sobretudo do PT. Investigada na Operação Lava Jato, a Odebrecht é a mais beneficiada, inclusive pelo suspeitíssimo esquema de financiamento do BNDES para obras no exterior, como os R$ 2,5 bilhões do porto de Mariel (Cuba).

 

O BNDES financia obras no exterior, geralmente em ditaduras que não têm órgãos de controle. E o dinheiro é pago às empreiteiras no Brasil.

 

O financiamento no exterior consagra o “crime perfeito”: as obras são sem licitação, sem TCU ou Ministério Público, sem licença do Senado.

 

O financiamento do BNDES decorre de acordos bilaterais, e órgãos de controle brasileiros não têm prerrogativa para agir em outros países.

 

Também enrolada no Petrolão, a Mendes Junior é a segunda na lista que mais levou grana do governo Dilma. Seu vice-presidente está preso.

 

Com os presidentes das grandes empreiteiras presos pela Polícia Federal, quem vai fornecer jatinhos das viagens de negócios de Lula?

 

Lava-Jato: a hora da Andrade Gutierrez

Dores no peito

Andrade Gutierrez também foi citada pelo doleiro

A Andrade Gutierrez respirou aliviada por ter sido deixada de lado nas prisões e buscas e apreensões de sexta-feira passada. Mas se depender dos depoimentos de Alberto Youssef, no momento em que o lobista Fernando Baiano abrir o bico, o foco poderá voltar para a empreiteira.

Em um dos depoimentos já prestados, Yousseff disse:

- Quem tratava na Andrade era o Fernando Soares e provavelmente com o presidente do conselho, que era o doutor Otavio (Azevedo).

Por Lauro Jardim

 

 

Vão convocar?

Duque foi preso na sexta-feira

Duque foi preso na sexta-feira

Entre os que tiveram mandados de prisão expedidos na sétima fase da Lava-Jato, seis têm requerimentos de convocação na CPMI da Petrobras.

Ao se reunirem amanhã, deputados e senadores agora têm motivos de sobra para ouvirem o que têm a dizer os seguintes nomes: o ex-diretor da Petrobras Renato Duque; o vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite; o diretor de desenvolvimento comercial da Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho; o vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Mendes; o presidente da Iesa, Valdir Lima Carreiro, e o vice-presidente comercial da Engevix, Gerson de Mello Almada.

A prisão dos executivos, porém, criou um impasse para os nobres da CPMI: a maioria ali presente recebeu doações das construtoras em que essa turma trabalha.

Por Lauro Jardim

 

 

Siga o dinheiro

transpetro

Para onde foi o dinheiro?

Os auditores que estão vasculhando a Transpetro identificaram uma movimentação de cerca de 1 milhão de reais que a gerência financeira da estatal até agora não conseguiu explicar para onde foi o dinheiro.

Por Lauro Jardim

 

 

O troféu de PRC

Orgulho e ética

Orgulho e ética

No começo de 2013, ao dar uma entrevista para um site de notícias do ramo do petróleo, o notório Paulo Roberto Costa exibiu, todo contente, o maior troféu de sua sala na recém-aberta Costa Global: um uniforme laranja da Petrobras com o autógrafo de Lula.

Com ar sério, logo de cara, mandou para o repórter:

- Não me pergunte nada sobre a administração da Petrobras que eu não poderei comentar por uma questão ética.

Por Lauro Jardim

 

No O Globo: Oposição quer usar fala de Dilma para levar Duque à CPI da Petrobras

Decisão seria a prova de que o governo vai mesmo investigar e não ficar só no discurso

A oposição acusa o governo de querer capitalizar politicamente as ações da Lava-Jato, mas pretende usar o próprio discurso da presidente Dilma Rousseff como arma para forçar a aprovação, na CPI Mista da Petrobras, da convocação de Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da estatal preso na última sexta-feira. O DEM e o PSDB acusam Dilma de atribuir como ação de governo uma investigação que é independente e dizem que isso só será verdade se a base aliada mudar de postura na CPI Mista. Na semana passada, houve um acordo dentro da CPI para evitar a convocação de Duque e de empreiteiras.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse ontem que a convocação de Duque será a prova de que a presidente não quer ficar apenas no discurso. Ele frisou que a investigação não é do governo, mas fruto da ação do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça federal.

— O governo até agora atuou para impedir a investigação da CPI Mista. A bancada aliada atuou para impedir a convocação de Duque na semana passada. Espero que esse discurso dela (da presidente) possa fazer uma recondução da postura do governo até aqui — disse Mendonça Filho.

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), foi irônico ao comentar as declarações de Dilma e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo — que acusou a oposição de querer transformar a Lava-Jato em “terceiro turno eleitoral”.

— Se os líderes do governo concordarem em convocar o Duque, talvez comecemos a dar um pouco de crédito às declarações. Como é que a presidente Dilma vai continuar dizendo que não sabia de nada? — disse Aloysio.

— Não vejo nenhuma autoridade da presidente nesta questão. Ela comandou a Petrobras, por meio do Conselho da empresa, e foi ministra de Minas e Energia. É possível até que ela não soubesse de tudo, mas não pode dizer que não sabia de nada — completou o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA).

Para a oposição, Graça Foster perdeu a condição de se manter na presidência da empresa. A avaliação é que a Petrobras está desgastada e que o governo precisa anunciar mudanças na gestão.

APREENSÃO NO PT E NO PMDB

Do lado da base aliada, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), disse que não se opõe à convocação de Duque. Já o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), disse que ainda vai discutir a questão com a direção do partido.75304431574645755235384142456b49?_RM_EMPTY_&idArtigo=14577426&gender=2&age=1&education=2&interest=96&interest=101&interest=116&interest=3&interest=119&interest=8&interest=122&interest=9&interest=148&interest=10&interest=188&interest=13&interest=197&interest=15&interest=196&interest=18&interest=27&interest=61&interest=66&interest=80&interest=82&interest=90&product=47&product=52&product=120&product=5&product=18&income=1&marital=2&cluster=41

— Não sei se Duque foi indicado pelo partido. Se foi, não foi para fazer propina. — disse Vicentinho.

Nos bastidores, PT e o PMDB estão preocupados com os desdobramentos das investigações. O PMDB tenta se descolar de Fernando Baiano, que está foragido. O vice-presidente Michel Temer conversou com aliados ontem sobre as denúncias, e o clima é de apreensão. O discurso é lembrar que, em depoimentos dados na investigação, Baiano foi apontado como tendo relações com Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal indicado pelo PT.

Já o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse que apresentará requerimento à CPI Mista solicitando cópias do contrato da Petrobras com a Camargo Corrêa, em relação ao pagamento de aditivos para a obra da termelétrica de Termoaçu, no Rio Grande do Norte, como revelou O GLOBO. Na sexta-feira, o PPS já havia defendido a convocação de Duque.

 

 

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Fonte:
Diário do poder + VEJA + O Globo

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