Crimes vão além da Petrobras, afirma juiz da Lava Jato

Publicado em 05/12/2014 11:22
Sérgio Moro afirma estar perplexo com planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, "nos mais diversos setores de infraestrutura", que foi apreendida com o doleiro Alberto Yousseff

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas "transcenderam a Petrobras". Ele demonstra perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, "nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com Alberto Youssef".

Doleiro e alvo central da Lava Jato, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fizeram delação premiada e relataram a ação do cartel das empreiteiras na estatal petrolífera. A planilha que incomoda o juiz da Lava Jato foi apreendida no dia 15 de março, quando a operação saiu à caça dos investigados.
 
Na terça-feira, em Brasília, durante sessão da CPI mista da Petrobras, Costa afirmou que o esquema de propinas é generalizado no País. Funciona, segundo o delator, "nas rodovias, portos, ferrovias e aeroportos".
 
Despacho
 
Moro fez as considerações sobre corrupção ao rejeitar pedido de extensão da ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que mandou soltar o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, indicado ao cargo pelo PT.
 
Duque foi solto na quarta-feira e imediatamente dois executivos - Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, e Gerson de Mello Almada, da Engevix Engenharia, alvos da Lava Jato por suspeita de envolvimento com o cartel das empreiteiras -, pediram extensão da medida. O juiz federal rejeitou os pedidos.
 
Moro destacou que há provas "de esquema criminoso duradouro e sistemático para frustrar licitações da Petrobras, impor preços em contratos públicos sem concorrência real, lavar recursos obtidos nos crimes e, com eles, efetuar remunerações a agentes públicos, inclusive a diretores e gerentes da Petrobras".

Leia a reportagem na íntegra no site Isto É independente

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Fonte:
Isto É + Terra

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2 comentários

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    A toda ação existe uma reação. Esta é uma máxima que tem regido a convivência entre os humanos e, os interesses em jogo é que dita os resultados.

    Na régua do poder a indústria bélica é a mais poderosa, em seguida vem a automobilística e em terceiro lugar vem, pasmem: A CORRUPÇÃO!

    Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), calcula que, se a corrupção fosse uma indústria, seria a terceira do mundo, correspondendo a cerca de 5% da economia mundial; trocando em miúdos, algo em torno de US$ 3,5 trilhões ao ano, pois o PIB Mundial gira em torno de US$ 70 trilhões. Só para ter uma ideia o PIB brasileiro está em torno de US$2,3 trilhões.

    Uma coisa é certa: NÓS VAMOS NOS ENOJAR MUITAS VEZES !!!

    Esta indústria vai nos “triturar” ainda, por décadas! Está na hora de começarmos a desmontá-la, quem sabe os nossos filhos ou netos estarão livres deste “câncer viral” que assola a humanidade.

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  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Petistas gostam da justificativa de que corrupção sempre existiu, e em parte é verdade. Só que, antes do PT, havia por exemplo um prefeito que roubava, comprava avião, fazenda, “abria” fazenda com máquinas da prefeitura, esse tipo de coisa, um deputado cobrava comissão para comprar um apartamento, coisas do tipo. No entanto, corrupção como há agora, nunca existiu. E isso por que agora existe um comando, uma central. Os políticos comandados logo aparecerão, os mesmos que espalharam os tentáculos da corrupção em todas as obras públicas federais. É preciso, é urgente, é mais do que passada a hora de pegar também o comandante geral da roubalheira.

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