No El País: O furacão do ‘caso Petrobras’ põe mais pressão sobre Dilma Rousseff

Publicado em 26/01/2015 10:30
Presidenta é acusada indiretamente por três executivos presos no esquema de corrupção

À medida que passam os meses, o povo brasileiro parece se acostumar lentamente com o carrossel de altos dirigentes políticos e econômicos que enchem os telejornais como suspeitos de envolvimento no gigantesco esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato. Se há duas semanas eram ex-governadores ou o ex-presidente Fernando Collor (entre outros numerosos deputados e senadores), agora se trata do ex-chefe de Gabinete do ex-presidente Lula, José Dirceu, e da própria presidenta Dilma Rousseff, que volta às matérias do caso Petrobras depois de ser acusada indiretamente, por três poderosos executivos presos, de ser a principal responsável como presidenta do Conselho de Administração entre 2003 e 2010 (a operação se estende entre 2004 e 2012).

A prisão de Néstor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, no dia 14, ao voltar das férias de Natal em Londres, lança luz sobre uma das operações fundamentais do caso. Cerveró deve prestar depoimento na próxima semana sobre o exemplo principal da rede de corrupção montada em torno da petroleira: a compra da refinaria de Pasadena (Texas, Estados Unidos), pela qual se pagou uma soma 27 vezes superior à desembolsada dois anos antes, em 2004, pela empresa belga Astra Oil. Cerveró, capturado pela polícia neste mês por colocar repentinamente em nome de seus filhos três apartamentos e meio milhão de reais (194.000 dólares), é suspeito de ter embolsado 20 milhões de dólares em uma operação que teria causado um prejuízo de 792 milhões de dólares (2,043 bilhões de reais) à Petrobras.

O ex-chefe de gabinete de Lula, José Dirceu, que atualmente cumpre pena por corrupção no caso Mensalão, pode surpreender menos se aparecer agora como suspeito de receber subornos no caso Petrobras. Os testemunhos contra Cerveró são demolidores. Seu ex-colega, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da investigação, confessou à Polícia Federal ter recebido 1,5 milhão de dólares para “não atrapalhar” a compra da refinaria americana, na qual o próprio Cerveró e o lobista Fernando Soares Baiano, suposto operador do PMDB, teriam embolsado entre 20 e 30 milhões de dólares provenientes com toda probabilidade da Astra Oil. Também revelou o nome de um operador de Baiano, Diego, que trabalhava na Suíça, para onde a Justiça brasileira enviou uma equipe de fiscais e peritos a fim de comprovar, entre outros extremos, a relação entre algumas das principais construtoras brasileiras e contas de ex-diretores da Petrobras bloqueadas na Suíça. A defesa de Cerveró nega qualquer participação no esquema de corrupção.

Leia a notícia na íntegra no site do El País

Será que a paciência dos brasileiros tem limite?

Por Juan Arias, no El País

O Brasil está de férias em um verão baixo astral, não só por suas altas temperaturas, mas porque um amplo leque de desatinos políticos está colocando à prova a paciência dos cidadãos.

Quanto aguentará a proverbial capacidade dos brasileiros diante das calamidades que estão brotando como se tratasse, me diz um amigo, de uma “maldição” não se sabe de que deuses e por culpa de que pecados?

Todas as profecias, encerradas as eleições presidenciais mais disputadas dos últimos tempos, indicavam que 2015 seria um ano difícil, com um punhado de maldições que cairiam sobre os ombros dos cidadãos em matéria de economia, fruto de políticas equivocadas, com aumentos dos preços dos serviços públicos, da inflação, dos juros, do desemprego e sobretudo da incerteza de não se saber por onde o país vai caminhar.

Ainda com menos de um mês, o novo ano e as profecias vão se tornando mais obscuras e afetam dois pilares da vida cotidiana das pessoas: a falta de água que se torna cada dia mais crítica e as recomendações para se consumir menos energia elétrica com a ameaça de apagões.

Quando começa a haver racionamentos em um país, mesmo que se usem eufemismos para evitar essa palavra, de água e luz, enquanto “tudo continua aumentando”, como se ouve nas ruas, os responsáveis políticos devem ficar mais alerta, porque a paciência dos cidadãos quando se sentem enganados e frustrados pode ter um limite, inclusive no Brasil.

Leia a opinião de Arias na íntegra no site do El País

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Fonte:
El País

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