Dólar sobe 0,83% ante real por preocupações com Brasil e Grécia

Publicado em 19/02/2015 16:09

LOGO REUTERS

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu quase 1 por cento ante o real nesta quinta-feira, com investidores ainda mostrando preocupação com a economia brasileira e a crise em torno da dívida da Grécia, que novamente entrou em impasse com seus credores europeus após a Alemanha rejeitar seu pedido de extensão do resgate.

A moeda norte-americana subiu 0,83 por cento, a 2,8657 reais na venda, após avançar 0,38 por cento na véspera. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 900 milhões de dólares.

"Na dúvida, o mercado tem comprado dólares. Como tanto aqui quanto lá fora têm sido fontes de incertezas, qualquer queda acaba se mostrando temporária", disse o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.

A perspectiva de contração econômica neste ano, combinada com inflação alta, tem sido um dos principais fatores por trás da escalada recente da divisa norte-americana. Alguns investidores temem um rebaixamento da classificação de risco brasileira, diminuindo a atratividade de ativos domésticos.

Além disso, o impasse em torno da dívida da Grécia, que também vem contribuindo para a alta do dólar, continuou gerando ruídos.

O governo grego solicitou nesta quinta-feira uma extensão de seis meses de seu programa de resgate, prometendo honrar suas dívidas e não tomar medidas unilaterais que afetem as metas fiscais. Mas o porta-voz do ministério das Finanças da Alemanha afirmou que a proposta não representa uma solução substancial.

"Mais do que tudo, o mercado quer clareza. Chegamos a um ponto em que o mercado ficou cético quanto à Grécia", disse o operador de uma corretora nacional.

Pela manhã, a alta do dólar chegou a ser limitada por expectativas menores de alta dos juros nos EUA. Na véspera, a ata da última reunião do Federal Reserve mostrou que integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) temem elevar os juros cedo demais, o que diminuiu as apostas em que o aperto monetário nos EUA pode ter início já em junho.

Mas parte desse alívio foi revertido nesta sessão por dados melhores que o esperado sobre os pedidos de auxílio-desemprego no mercado de trabalho norte-americano.

"O fato é que a economia norte-americana está em trajetória de recuperação. A comunicação do Fed gera um ajuste fino nas apostas, mas não há dúvidas de que não vai demorar muito para o aperto (monetário nos EUA) começar", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,9 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 66 por cento do lote total.

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário