Economia da China continua em desaceleração e só crescerá 7% no 1º trimestre, prevê Governo chines

Publicado em 08/03/2015 20:16
Em 2014 a China cresceu 7,4%, a expansão anual mais fraca em 24 anos. (por Xinhua).

A economia da China deve crescer 7% no primeiro trimestre de 2015, segundo uma previsão feita pelo Centro de Informação do Estado, um instituto de pesquisa do governo, divulgada nesta segunda-feira.

Uma desaceleração firme deve ocorrer para a economia do país, com o crescimento do investimento nos setores imobiliário e manufatureiro continuando desacelerando.

No primeiro trimestre, o investimento em ativos fixos deve crescer cerca de 14,3%, e em imóveis, 7%, segundo a estimativa.

O crescimento em consumo é estimado estável basicamente, em meio a crescentes rendas e preços descendentes de produtos no varejo.

O crescimento em exportações estão acelerando graças à recuperação econômica global e às iniciativas estratégicas do "Cinturão e Rota" para promover o investimento da China no exterior e comércio exterior.

No entanto, a demanda de importações caiu devido ao fraco mercado doméstico.

O centro previu que no primeiro trimestre as exportações terão crescimento de cerca de 5%, enquanto as importações cairão 10%.

Diversos indicadores econômicos no início deste ano, como os dados de manufatura e comércio, apontaram para continuidade de fraqueza na economia do país, que cresceu 7,4% em 2014, a expansão anual mais fraca em 24 anos.

por Xinhua

Empresas norte-americanas têm perspectiva otimista sobre a China, diz relatório

Cerca de 85% das empresas norte-americanas na China estão otimistas ou "levemente otimistas" em sua perspectiva de cinco anos apesar da desaceleração econômica e crescentes custos, segundo mostrou um relatório na quarta-feira.

Há contínua confiança nas oportunidades de negócios na China, segundo o anual Relatório de Negócios na China da Câmara Americana de Comércio de Shanghai (AmCham Shanghai, na sigla em inglês).

A China pode continuar oferecendo oportunidades para empresas norte-americanas com seu atual crescimento econômico, disse Kenneth Jarrett, presidente da AmCham Shanghai.

O relatório disse que 91% das 377 empresas norte-americanas entrevistadas citaram o desafio de altos custos de operação na China, mas apenas 10% disseram que poderão transferir seus negócios para outros países asiáticos ou os Estados Unidos.

Cerca de 96% das empresas pesquisas relataram que mantiveram ou aumentaram os investimentos nas operações na China em 2014 e 95% previram um parecido plano de investimento em 2015.

Empresas continuaram a mostrar perspectivas positivas de crescimento, porém mais moderadas, em meio a expectativas de desaceleração econômica da China.

Esse sentimento, no entanto, não é universal. Setores como serviços de saúde, bens de consumo e energia ainda preveem altos crescimentos.

Os três maiores desafios para empresas norte-americanas são crescentes custos, restrição de funcionários e concorrência doméstica, segundo o relatório.

por Xinhua

Setor de máquinas da China continua expandindo em 2014

A indústria de maquinaria da China continuou expandindo em 2014, mas a um ritmo mais lento, devido à demanda doméstica fraca e ao estoque acumulado, mostram os novos dados divulgados Federação Chinesa da Indústria de Maquinaria (FCIM)

O valor agregado do setor cresceu anualmente 10% no ano passado, representando uma queda ligeira em comparação com a taxa de 10,9% registrada em 2013, segundo os dados.

As empresas de maquinaria da China obtiveram uma receita combinada de 22,2 trilhões de yuans (US$ 3,62 trilhões) dos principais negócios, um aumento anual de 9,4%. A receita cresceu 13,8% em 2013.

O vice-presidente executivo da FCIM, Chen Bin, disse que a indústria, ainda atormentada pela capacidade de produção excessiva, poderá continuar diminuindo a velocidade de crescimento pois estão enfrentando demanda debilitada e grande competição.

por Xinhua

 

Na Reuters: China tira lições do Japão sobre desaceleração da economia e deflação

XANGAI/TÓQUIO (Reuters) - Reguladores chineses estão se voltando para o Japão para tirar lições sobre a história econômica, determinados a evitar que a segunda maior economia do mundo entre no mesmo caminho de recessão e deflação que afetou o país vizinho nos últimos 20 anos.

Pequim vê a liberalização do fluxo de capital e do iene há mais de 30 anos como fatores chave que levaram à criação e subsequente estouro da bolha de ativos no Japão no início dos anos 90, de acordo com o governo japonês e outras fontes que estão em contato direto com os reguladores chineses.

"Eles não estão nem um pouco interessados nos sucessos do Japão. Seu principal interesse é nos erros do Japão", disse à Reuters uma fonte baseada na China que está em contato direto com os reguladores, sob condição de anonimato.

"As economias japonesa e chinesa compartilham algumas semelhanças, então eu assumo que há muito o que aprender de nossas experiências."

À medida que a economia chinesa desacelera e surgem sinais de deflação, o interesse da China no Japão tem crescido notavelmente, de acordo com as fontes.

Em reunião anual do Parlamento que começou na quinta-feira, a China anunciou uma meta de crescimento da economia de cerca de 7 por cento este ano, abaixo dos 7,4 por cento de 2014, que já tinham representado o avanço mais lento em 24 anos.

DÉCADAS PERDIDAS

A China está realizando três reformas financeiras fundamentais que o Japão assumiu nas últimas décadas - liberalização das taxas de juro, internacionalização da moeda e abertura da sua conta de capital. Essas reformas devem ajudar no desenvolvimento da economia, mas passos mal dados podem ter enormes repercussões.

Políticos chineses veem o Acordo de Plaza de 1985, firmado entre o Japão e as potências ocidentais e que efetivamente aprovou um iene mais forte e a abertura da conta de capital durante os anos 1980 e 1990, como eventos cruciais para Tóquio, culminando com as "duas décadas perdidas" do Japão, dizem as fontes.

O aumento do iene que se seguiu ao acordo atingiu as principais exportações do país. Montadoras japonesas de automóveis, por exemplo, começaram a deslocar mais produção para o exterior. Isso começou a prejudicar o crescimento econômico e levou o Banco do Japão a aliviar a política monetária.

No entanto, grande parte do dinheiro da flexibilização, junto com a entrada de dinheiro estrangeiro após a liberalização da conta de capital, fluiu para ações, imóveis e outros bens.

"A China já está aplicando as lições da experiência do Japão. Mesmo com a desaceleração do crescimento, formuladores chineses de política não estão tomando medidas que podem elevar os desequilíbrios financeiros. Isso é muito sábio da parte deles", disse o membro do Conselho do Banco do Japão Takahide Kiuchi, em entrevista coletiva em Maebashi, norte de Tóquio, na quinta-feira.

 

Exportações saltam na China, mas recuo nas importações sinaliza fraqueza econômica (por Reuters):

PEQUIM (Reuters) - As exportações da China aceleraram nos dois primeiros meses de 2015, impulsionadas pelo desempenho excepcionalmente forte de fevereiro, que foi inflado pelo calendário do Ano Novo Lunar, enquanto um recuo nas importações apontou a persistente fraqueza da economia.

Dados divulgados pela Administração Geral da Alfândega da China neste domingo mostraram que o país registrou um superávit comercial recorde de 60,6 bilhões de dólares no mês passado.

As exportações subiram 15 por cento durante o período de janeiro a fevereiro sobre um ano antes, acelerando ante o aumento anual de 6,1 por cento em 2014, diante da melhora da demanda dos principais mercados.

Em fevereiro, as exportações saltaram 48,3 por cento sobre um ano antes, o aumento mais forte desde maio de 2010, superando com folga as expectativas do mercado de um crescimento de 14,2 por cento. Mas a autoridade alfandegária alertou sobre o impacto de efeito calendário no resultado.

A Administração Geral da Alfândega disse que os exportadores usualmente concentram embarques antes do longo feriado do Ano Novo Lunar. Neste ano, o ano novo caiu em 19 de fevereiro, enquanto em 2014 caiu em 31 de janeiro.

As exportações em janeiro caíram 3,3 por cento ante igual período do ano passado.

Os analistas tendem a olhar para os dados combinados dos dois meses para ajudar a suavizar as distorções causadas pelo feriado.

"Nós não esperamos que o forte aumento em fevereiro seja sustentado, já que a demanda global só pode se recuperar de forma constante", disse Nie Wen, economista da Hwabao Trust em Xangai.

As importações da China caíram 20,2 por cento nos dois primeiros meses do ano sobre igual etapa do ano passado, sinalizando uma fraqueza persistente na segunda maior economia do mundo, o que pode exigir mais apoio de política, dizem analistas. As importações avançaram 0,4 por cento em 2014.

"O declínio acentuado das importações destaca a fraca demanda doméstica. Por isso, esperamos que o governo adote mais medidas de política para estabilizar o crescimento econômico", disse Nie.

A queda de 20,5 por cento das importações em fevereiro foi a mais acentuada desde a crise financeira global.

As importações têm sido mais fracas do que as exportações, destacando a necessidade do estímulo à demanda doméstica em meio a temores de deflação, conforme alguns investidores de curto prazo saem do país, o que é ilustrado pelas saídas de capital em meses recentes.

 

Desaceleração na China 

no The Economist (publicado na edição de hoje de O Estado de S. Paulo)

Mensagem do premier Li Keqiang, na abertura da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, deixa claro que expansão de dois dígitos é passado

Foram-se os tempos de crescimento de dois dígitos na China, com as metas oficiais sempre superadas com folga. Essa foi a mensagem transmitida dia 5 pelo primeiro-ministro Li Keqiang na abertura da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o parlamento fantoche do país. Li postulou um crescimento de "aproximadamente 7,0%" para este ano.

Em 7,4%, o crescimento do ano passado já foi o mais lento em quase um quarto de século. Ele disse que a desaceleração era o que o governo havia esperado na tentativa de construir uma economia mais forte e mais sólida. O caminho será duro.

Em seu discurso aos quase 3 mil delegados no Grande Salão do Povo de Pequim, Li disse que as dificuldades econômicas do ano em curso "poderão ser até mais formidáveis" do que as de 2014. As "pressões contrárias", ele disse, estão se intensificando. Mas ele também usou uma expressão que nos últimos meses se tornou um mantra para autoridades chinesas: o crescimento mais lento, ele disse, era o "novo normal".

Seu discurso foi apimentado com apelos para novas reformas econômicas, apesar das queixas de setores atingidos por fechamentos e perdas de empregos. Li falou várias vezes da necessidade de reduzir o poder e a interferência do governo. Ele recorreu até a um termo popular entre os internautas brincalhões chineses, renxing, que significa fazer o que der na telha: "Nem é preciso dizer que ter poder não significa que se pode renxing". Esse toque foi sua melhor tirada: os delegados deram risadinhas aprovativas. Mas Li queria dizer isso a sério, como uma advertência para as autoridades e dirigentes de empresas estatais não dificultarem as reformas.

Muitos já receberam essa mensagem de uma vigorosa campanha anticorrupção que começou há mais de dois anos e, diferentemente da economia, não mostra sinais de arrefecimento. Entre seus alvos estão 39 legisladores que ou já renunciaram ou foram demitidos. "Nossa posição dura sobre corrupção veio para ficar", disse Li.

Em 2 de março, o Exército publicou os nomes de 14 generais que foram punidos por corrupção ou estão sendo investigados. Mas isso não aplacou o fervor do governo por gastos militares, que continuam a crescer mais rapidamente que a economia como um todo. Li anunciou um aumento de 10,1% no orçamento militar, para US$ 144 bilhões, ante um aumento de 12,2% no ano passado.

A mídia estatal descreve o discurso anual do primeiro-ministro ao Legislativo como equivalente a um discurso sobre o estado da União de um presidente americano. O sabor não é o mesmo, porém. A oração de 100 minutos de Li foi, como sempre, recheada de estatísticas áridas e, tirando o renxing, pomposa. Ele não tinha piadinhas partidárias ao estilo americano para partilhar com delegados, todos eles escolhidos a dedo pelo Partido Comunista e "eleitos" sem votação popular.

Li lhes disse que as reformas de empresas estatais continuarão, e que o governo só autorizará mais investimentos privados e estrangeiros em serviços, um setor desde há muito dominado pelo Estado. Ele reconheceu uma área de desesperada necessidade: mais casas de repouso não governamentais para os idosos, que enfrentam listas de espera extremamente longas por camas em instituições estatais. Li também repetiu as promessas do governo de controlar o smog e outras formas de poluição. No discurso do ano passado, ele declarou "guerra" ao problema, mas as ansiedades públicas continuam altas.

Um documentário independente sobre meio ambiente provocou recentemente um intenso debate online (ver https://economist.com/news/china/21645853-online-video-whips-up-public-debate-about-smog-particulates-matter).

Metas. Mas há um número no discurso do primeiro-ministro que chamará a atenção de todos, dos dirigentes de aldeia a investidores estrangeiros: o do crescimento econômico. As metas de crescimentos formais da China costumavam ser, de fato, irrelevantes, pois a economia as ultrapassava facilmente. Agora que a economia amadureceu e desacelerou, porém, elas surgiram como balizas muito mais importantes para os resultados do governo. No ano passado, quando o Produto Interno Bruto estava em risco de cair abaixo da meta, as autoridades aceleraram os planos de gastos públicos e afrouxaram a política monetária, permitindo que o crescimento ficasse muito pouco abaixo da meta de 7,5%.

A meta mais baixa para este ano é um reconhecimento explícito de que a economia enfrenta dificuldades maiores. Mas é também uma maneira de o governo conseguir uma folga extra para empreender as muito necessárias reformas. Estas são voltadas para transitar de uma dependência pesada de investimento e crédito para um crescimento mais puxado pelo consumo.

Com os reguladores endurecendo o fluxo de crédito para municípios e empresas, muitos na China esperavam que o governo central aliviaria o sofrimento assumindo ele próprio uma carga maior dos gastos. Nas circunstâncias, ele ampliou a meta de déficit de 2015 para 2,3% do PIB, pouca coisa acima dos 2,1% do ano passado. Para a China realmente alcançar sua meta de 7,0% de crescimento, o governo central ainda poderá ter de oferecer um empurrão fiscal maior.

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Fonte:
CRI (rádio da China) / Estadão

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