Na Veja: ‘Lula enganou o mundo’, diz artigo do Wall Street Journal

Publicado em 09/08/2016 00:10

“Quando o Rio venceu o disputa para sediar os Jogos Olímpicos, em 2009, não estava previsto que o Brasil estivesse hoje nessa situação”, afirma em artigo publicado neste domingo pela editora para Américas e colunista do jornal The Wall Street Journal Mary Anastasia O’Grady. Na sequência, ela cita as graves crises política e econômica que assolam o país. E resume o tom de seu texto no título: “Como Lula enganou o mundo”.

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Mary Anastasia abre seu artigo citando o início “sem incidentes” da Olimpíada carioca – e ressalta que isso surpreende, dada a avalanche de notícias negativas que antecederam os Jogos. Mas lembra que ainda é cedo para saber se os turistas e cariocas passarão os próximos quinze dias livres de uma catástrofe. Na sequência, a colunista ressalta como a retórica lulista (mantida nos anos seguintes por sua sucessora, Dilma Rousseff) ocultou os problemas do país e o fato de que, mesmo nos anos de bonança, nada tenha sido feito para reduzir o fardo do governo sobre os empresários. “A Caixa Econômica Federal e o BNDES expandiram rapidamente o crédito, o que foi arriscado e provocou inflação, mas o Banco Central ignorou o problema”, afirma o texto. “O Rio é um microcosmo do Brasil de Lula”, prossegue.

A colunista trata também da corrupção na classe política. “Os políticos do Brasil aspiram à grandeza de Primeiro Mundo, mas preservam instituições de terceiro. Não porque não entendam a eficácia das instituições independentes. É justamente porque as entendem”, afirma. Ela lembra que Lula se tornou réu por obstrução de Justiça e é um dos alvos da Operação Lava Jato. E também das razões pelas quais Dilma  sofre hoje um processo de impeachment. “Se a fraude política para levar uma nação à ruína fosse crime, ambos já estariam condenados”, finaliza.

REINALDO AZEVEDO: Parlamentarismo para 2018! É preciso tornar estável a instabilidade

Na reta final do impeachment — e poucos duvidam que Dilma Rousseff será defenestrada —, tudo está certo e nada no lugar. Como diria Camões, a firmeza está apenas na inconstância. Se é assim, acho que é chegada a hora de o país pensar em construir um edifício institucional com molas, que acomode movimentos sísmicos, que não vão parar tão cedo.

O movimento das placas tectônicas vai durar ainda muito tempo. Temos tarefas: é preciso alimentar os brasileiros, dar-lhes empregos, chances de futuro, educação, saúde… Ninguém investe dinheiro na instabilidade, a não ser os especuladores. É por isso que é preciso tornar estável o movimento — para que as surpresas, por contraditório que isto possa parecer, obedeçam a um padrão.

Já afirmei isto aqui no blog e em todos os veículos em que atuo: tudo indica que as delações da Odebrecht e da OAS — sempre a depender de provas — vão determinar os sobreviventes da política brasileira. Neste fim de semana, nuvens se adensaram sobre o céu do PMDB e do PSDB. Os petistas, como sabemos, já estão destroçados. E não! Ainda não sabemos o que é verdade, o que é mentira, o que é simples especulação. Mas isso não elimina o principal problema no curto prazo: a imprevisibilidade.

A chance de se ministrar um remédio errado a partir de um diagnóstico equivocado é gigantesca. Se já não vamos, como país, muito bem das pernas, a possibilidade de que tudo possa ficar pior nunca foi tão clara.

Não vou escrever aqui nenhuma novidade: não combato, na atual quadra da política, apenas o caixa dois e a roubalheira. São crimes! Seus responsáveis têm de ser punidos. Mas a narrativa de que o mal é esse é coisa de petistas; obedece ao padrão Lula: “Todos fizeram e fazem; nós também. Logo, se todos pecam, todos estão absolvidos”.

Uma ova! No poder, o PT foi mais do que um usuário de caixa dois — para efeitos de raciocínio, vamos supor que todos sejam — ou um ladrão de dinheiro público: também nesse caso, vamos partir do princípio de que essa é a regra. Os petistas também foram ladrões da institucionalidade. Atuaram para destruir os outros partidos políticos; para fazer uma reforma que os eternizasse no poder; para censurar a imprensa; para se estabelecer, em suma, como única força política viável.

Para realizar o seu projeto, os petistas hipertrofiaram o estado; conduziram a economia à ruína — é a maior recessão de sua história —; hostilizaram o capital privado virtuoso, tornando-se, na prática, sócios de empresários eleitos; atrelaram as eleições à distribuição de benesses, transformando políticas sociais em máquina de caçar votos; jogaram abertamente em parceria com a inflação e destruíram as contas públicas.

ATENÇÃO! ISSO EM NADA MINIMIZA OS CRIMES EVENTUALMENTE COMETIDOS POR OUTROS PARTIDOS E POR POLÍTICOS DE OUTRAS LEGENDAS. MAS NÃO VOU CAIR NA FARSA PETISTA DE QUE É TUDO A MESMA COISA.

Que os peemedebistas, tucanos e outros tantos, a exemplo de petistas, paguem por eventuais transgressões à lei. Mas rejeito com veemência o “são todos iguais”. Se, a alguns, não faz diferença que o PMDB tenha tirado como resolução de seu congresso a liberdade de imprensa, a mim faz. Se a alguns não faz diferença que o PSDB não exercite, por princípio, a política da intolerância e não tenha um projeto hegemônico que aniquila as outras forças, a mim faz.

Sim, que todos paguem. Mas eu me nego a considerar que todos são iguais. Além das questões penais, que podem e devem ser levadas às últimas consequências, há as questões que dizem respeito à política e que continuam a ter seu espaço autônomo.

Resposta
Dito isso, vamos a uma resposta que considero necessária. A primeira tentação, agora, será gritar: “Eleições já!”. Pois é. Eis a hora pela qual anseiam os “puros” da extrema esquerda e da extrema direita, aqueles que “não têm nada a ver com isso o que está aí”. Digamos que não tivessem: eles têm uma resposta para os desafios que estão dados?

Fico cá pensando nas lições de educação moral e cívica que os “limpinhos” como Marcelo Freixo, Luíza Erundina, Bolsonaro ou, quem sabe, Marina Silva (será mesmo?) têm a dar ao Brasil. No caso da Rede, vejo o seu senador empenhado, por exemplo, em votar contra o impeachment de Dilma…

Penso, em particular, na resposta das esquerdas que se querem autênticas: elas têm uma solução para a crise: aumentar o poder do estado, o que é sinônimo de ampliar o campo de atuação dos corruptos.

Parlamentarismo já
Precisamos de um sistema que absorva as crises, que balance, mas não caia. Os grandes partidos deveriam dar início agora, e não depois, a um entendimento que preserve algumas instâncias do estado — Banco Central e Receita, por exemplo — dos movimentos sísmicos da política para que esta, na crosta, possa chacoalhar à vontade.

Eu não me importo de acordar e ter de perguntar: “Quem é o primeiro-ministro hoje?”, desde que as regras que organizam a economia, por exemplo, sejam estáveis.

É preciso pôr fim ao presidencialismo já, com vistas a 2018. Não podemos é deixar a política exposta à ação de milagreiros. É claro que as esquerdas vão chiar e tentar impedir. E cumpre que a gente as impeça de nos roubar o futuro.

Editorial do Estadão: Os descaminhos de Dilma

No exercício interino da Presidência e prestes a se tornar sucessor da presidente afastada – e a despeito das dificuldades decorrentes das circunstâncias excepcionais que o colocaram na função –, Michel Temer tem ensinado a Dilma Rousseff e ao PT uma lição elementar, que Lula não conseguiu transmitir a sua pupila. A de que governar um país, numa democracia, é um enorme desafio de natureza essencialmente política que não comporta soberba, autoritarismo, desapreço pelo contraditório. Egocêntrica, Dilma fez questão sempre de exibir seu poder, em vez de fazê-lo prevalecer pelo caminho democrático da adequação de meios a fins. Tentou levar a extremos o princípio inverso, autoritário, de que os fins justificam os meios. O resultado está aí.

É inacreditável a postura olímpica de Dilma Vana Rousseff, às vésperas de ter seu impeachment decretado, em relação à sua própria responsabilidade na grave crise da qual o País luta para se desvencilhar. Está prevista para o dia 10 a divulgação de uma Carta aos Brasileiros na qual ela exporá argumentos que julga capazes de atingir o principal objetivo da iniciativa: reverter a seu favor o julgamento final do impeachment previsto para se realizar no Senado no fim deste mês. A julgar pelo comportamento que Dilma tem adotado desde sempre, é fácil imaginar o teor da tal Carta: a proposta de soluções que ela própria não teve a capacidade de adotar enquanto governava e, principalmente, o indigitamento dos culpados pelos problemas do País – da direita inimiga do povo ao PT, passando pela “mídia monopolizada”. Um amplo elenco do qual ela nunca teve o menor escrúpulo de se excluir, embora tenha sido chefe do governo por mais de cinco anos.

É tão desmedida sua soberba que Dilma baniu a primeira pessoa de qualquer consideração negativa da gestão pública pela qual ela foi a responsável constitucional até semanas atrás. Ela jamais admitiu ter alguma culpa pelo descontrole das contas públicas, pela recessão da economia e, consequentemente, pelo brutal aumento do desemprego e pela diminuição dos recursos disponíveis para programas sociais que são considerados a maior realização dos 13 anos de lulopetismo. Tudo é culpa de terceiros. Quando não é da conjuntura internacional adversa, é da oposição desalmada que sabotou seu governo com pautas-bomba no Congresso ou da mídia a serviço das elites que não consegue enxergar os méritos de um “governo popular”.

Mas, se não consegue ser minimamente fiel à realidade – o que implica dizer que quem está errada é a maioria absoluta dos brasileiros que hoje a repudiam –, Dilma não consegue tampouco dedicar um mínimo de fidelidade ao partido político que a inventou e a carregou nas costas em duas eleições presidenciais. Na terça-feira passada, Dilma foi implacável com o PT: “Eu acredito que o PT tem de passar por uma grande transformação. Primeiro, uma grande transformação em que se reconheçam todos os erros que cometeu, do ponto de vista das práticas, da questão ética, da condução de todos os processos de uso de verbas públicas”.

Dilma aconselhou o partido a fazer aquilo a que ela própria se recusa: “A instituição, que é o PT, tem de ser preservada, tem de ser melhorada, tem de ser redemocratizada. (…) As pessoas é que têm de fazer as suas autocríticas”.

É fácil entender, diante disso, por que a direção do PT, embora ainda procure manter as aparências, está cada vez mais distante daquela a quem só aceitou como candidata à Presidência por imposição de seu então todo-poderoso chefão, Lula da Silva. E com a qual, ao longo de cinco anos de mandato presidencial, teve frequentes desencontros, como por ocasião da “faxina” ministerial que ela tentou promover logo no início do primeiro mandato ou quando, no início do segundo, o Ministério da Fazenda foi entregue ao “liberal” Joaquim Levy, que tentou em vão impor um mínimo daquilo que o populismo lulopetista jamais praticou: austeridade no trato dos recursos públicos. Bem a seu estilo, Dilma renega hoje o PT com o qual jamais se entendeu. Um enorme erro político pelo qual está pagando caro.

A pena aplicada ao quadrilheiro atômico reitera a advertência a Lula: os Sérgios Moros estão por toda parte

O vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva é o recordista da Lava Jato

O início da Olimpíada comprimiu numa nesga do noticiário o recorde estabelecido pelo juiz da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro horas antes da belíssima festa de abertura: Marcelo Costa Bretas sentenciou a 43 anos de prisão o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, organização criminosa e embaraço à investigação. É a maior de todas as penas impostas até agora aos delinquentes desmascarados pela Operação Lava Jato e seus desdobramentos.

Uma dessas ramificações derivou da descoberta da ladroagem que, paralelamente ao grande assalto à Petrobras, sangrou em muitos milhões de reais o setor de energia, sobretudo o projeto nuclear. O esquema corrupto forjado por Othon, uma tropa de larápios e empreiteiros que acabaram encalhando no pântano do Petrolão funcionou anos a fio — e foi mais lucrativo do que nunca enquanto manipulou as licitações das obras da usina Angra 3. A denúncia contra o ex-presidente da Eletronuclear e seus 13 comparsas foi aceita pelo juiz Sérgio Moro em 3 de setembro de 2015.

O gatuno atômico mal disfarçou o entusiasmo quando, em 30 de outubro, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou a transferência do caso para a Justiça Federal no Rio. Longe da República de Curitiba, imaginou, as coisas decerto andariam mais lentamente. E talvez fosse julgado por um magistrado menos inclemente com meliantes cinco estrelas.

Errou feio. Já em 2 de dezembro de 2015, o juiz Bretas aceitou a denúncia contra os 14 acusados. E neste 4 de agosto, passados apenas oito meses, puniu com histórica severidade o comandante do bando e mais 12 envolvidos nas patifarias. Talvez fosse mais sensato ter continuado em Curitiba, aprendeu Othon: a maior pena aplicada por Sérgio Moro desde o começo da Lava Jato puniu José Dirceu com 20 anos e 10 meses de prisão. Metade do tempo de gaiola fixado pelo juiz federal do Rio.

Os Moros são muitos, constatou o post publicado pela coluna quando Lula, um dia depois de pedir socorro à ONU fantasiado de vítima da perseguição do juiz de Curitiba, foi transformado em réu pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília. Estão por toda parte, e o caso do vice-almirante informa que alguns podem ser mais rigorosos que o original. Esses presságios recomendam a Lula ordenar aos seus advogados que reescrevam o documento enviado à ONU.

Em vez de atribuir todas as estações do calvário que percorre a Sérgio Moro, deveria declarar-se perseguido por todos os juízes, todos os promotores, todos os procuradores, todos os delegados e todos os agentes da Polícia Federal — fora a imprensa reacionária, a elite golpista e os loiros de olhos azuis. E também não custa registrar já no primeiro parágrafo que, com exceção desses cruéis perseguidores, os demais brasileiros sabem que ninguém é mais honesto que ele, nem existe no planeta viva alma tão pura.

O único risco é a comunidade internacional compreender que Lula sempre dividiu o mundo em duas tribos. Uma reúne os seus devotos. A outra é um bando de idiotas.

 

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Fonte:
veja.com

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    O IPNI (International Plant Nutrition Institute) é uma organização sem fins lucrativos dedicada a desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas (N, P, K, Ca, Mg, S e micronutrientes) para o benefício da família humana.

    Ele publicou um manual com o objetivo principal de difundir os princípios gerais do manejo de nutrientes "4C", definido como o uso da fonte Certa de fertilizantes, na dose Certa, no local Certo e na época Certa. Por meio dele são fornecidas as bases científicas para o manejo adequado da nutrição das plantas visando melhorar o desempenho do sistema agrícola em suas dimensões econômica, social e ambiental.

    Durante o governo petista, muito se falou que sua política econômica estava apoiada no tripé "3C", que seria Crédito, Consumo e Commodities.

    Hoje, ouso afirmar que a maioria dos especialistas errou, a política econômica petista estava apoiada no tripé "4C", igual do IPNI, são: Crédito, Consumo, Commodities ...&...COLAPSO TOTAL !!!

    O PETISMO PROVOCOU O COLAPSO DO PAÍS !!!

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