Dólar cai ante real com exterior e BC, enquanto espera Yellen

Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em baixa ante o real nesta quinta-feira, pelo segundo dia seguido, acompanhando o movimento da moeda norte-americana ante algumas divisas emergentes e reagindo à atuação do Banco Central no mercado de câmbio.
Os investidores estavam atentos ainda ao depoimento que a chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, fará nesta tarde, em busca de novos sinais da política monetária após a vitória de Donald Trump à Presidência do país.
Às 10:24, o dólar recuava 0,31 por cento, a 3,4110 reais na venda, após ter recuado 0,56 por cento na véspera. O dólar futuro registrava baixa de cerca de 0,65 por cento.
"O BC entrou pesado ontem e avisou que repetiria o movimento hoje", comentou o operador da Ouro Minas Corretora, Maurício Gaioti. "Mas o mercado está respeitando o nível de 3,40 reais e, quando vai abaixo, atrai compradores", completou.
O BC vendeu nesta manhã todos os 10 mil novos contratos de swap tradicional, equivalente à venda futura de dólares, ofertados. A autoridade ainda fará outro leilão, com 20 mil contratos, para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.
No exterior, o dólar também recuava diante divisas de países emergentes, como rand sul-africano, favorecendo o movimento doméstico.
Entre os dias 9 e 14 deste mês, o dólar saltou quase 9 por cento sobre o real com forte onda de aversão ao risco após a eleição de Trump. Investidores acreditam que a sua política econômica pode ser inflacionária, o que pressionaria o Fed a elevar ainda mais os juros, aumentando a possibilidade de atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
Por isso, a fala de Yellen no Congresso norte-americano nesta tarde ganhava mais importância neste pregão. O Fed se reúne em dezembro para definir sua política monetária e as apostas são de que voltará a elevar os juros.
"O mercado reagiu ao swap e ao exterior na abertura mas, dependendo do que falar a Yellen, há uma grande chance de inversão da trajetória (de queda do dólar sobre o real)", comentou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora doméstica.
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