Marcelo Odebrecht diz que "contribuição" foi acertada com Padilha (no blog do Moreno, em O GLOBO)

Publicado em 01/03/2017 21:06
Surge o primeiro vazamento da delação de Marcelo Odebrecht à Lava-Jato

Palocci poderá ter novas companhias em Curitiba para discutir economia

POR JORGE BASTOS MORENO

(EM O GLOBO)

Se for comprovado o que Marcelo Odebrecht disse hoje, em depoimento na ação do TSE sobre irregularidades na campanha da chapa Dilma-Temer, Palocci não será o único ex-ministro da Fazenda preso em Curitiba. Terá novas companhias. Ele confessou que repassava recursos diretamente a um ex-ministro de Estado.

Marcelo Odebrecht diz que não tratou de valores com Temer em jantar no Jaburu

O empresário confirmou  que esteve na residência oficial de Temer em 2014 para jantar- mas afirmou que foi um encontro protocolar.

Segundo Odebrecht, Temer não discutiu com ele contribuição de R$ 10 milhões . Esse dinheiro teria sido acertado previamente entre Padilha e Claudio Melo para o PMDB.

Marcelo disse desconhecer o destino dos R$ 4 milhões narrados por Melo em sua delação premiada.

E supõe que os R$ 6 milhões tenham sido destinados a Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB em 2014.

Yunes desfila com a cabeça de Padilha pela Esplanada

Surge agora O Terceiro Mistério da política brasileira dos últimos 32 anos de democracia: Por que José  Yunes deu o tiro de misericórdia no Padilha?

Não só isso. Por que ele está desfilando com a cabeça do combalido pela Praça dos Três Poderes, ligando pra Deus e todo mundo pra dizer que pédiu à Procuradoria-Geral da República a quebra do seu sigilo telefômico para provar seus contatos com Padilha?

Conhecem a história da família Yunes? Pois vou contar, resumidamente:

A mulher do patriarca estava grávida de gêmeos. Antes do parto, o casal resolveu dar os nomes de João e José aos meninos. Na hora do parto, nasceu o primeiro. "José!" --comemoram. Veio o segundo. "Viva João! -- gritaram.

--- Tragam champanhe! -- pediu o velho coyote Yunes, em pleno centro cirúrgico, como se isso fosse possível. Coitado, estava literalmente embriagado pela alegria.

Eis que, de repente, não mais que de repente, ouve-se um choro vindo do útero da paciente. Era o terceiro Yunes, não previsto, não programado. E agora? Foi choro e alegria. Mas o que fazer? Que nome dar ao terceiro rebento? O velho Yunes não vacilou: " Esse menino vai se chamar Michel. Sempre adorei esse nome. Ele nasceu por último e vai ter um destino feliz. Será um dia presidente da República".

E, assim, cumpriu-se a profecia.

Bem, falei de Três Mistérios. Os outros dois, obviamente, foram as mortes de PC e Celso Daniel, tesoureiros respectivos das campanhas de Collor e Lula. (JORGE MORENO, em O GLOBO)

ESTADÃO: Odebrecht diz que tratou com Padilha repasse de R$ 10 mi em jantar no Jaburu

Em depoimento na ação que investiga chapa Dilma-Temer no TSE, empreiteiro confirma encontro com o então vice-presidente, mas diz que tratativas para doações foram feitas com atual ministro da Casa Civil (por Erich Decat e Beatriz Bulla, de
O Estado de S.Paulo)

BRASÍLIA - O executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, confirmou ter se encontrado com o presidente Michel Temer durante tratativas para a campanha eleitoral de 2014, mas negou ter acertado com o peemedebista um valor para a doação. Ele informou que não houve um pedido direto pelo então vice-presidente da República para a doação de R$ 10 milhões ao PMDB. Segundo ele, tratativas para a doação foram feitas entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo - e admite que parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2.

O depoimento foi colhido dentro da ação que investiga a campanha que elegeu a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. A suspeita é de que houve abuso de poder político e econômico na disputa presidencial. A ação, que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode gerar a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade dele e de Dilma.

Em anexo de delação premiada que vazou em dezembro, Melo, que é ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, mencionou o jantar no Palácio do Jaburu no qual Temer teria pedido pessoalmente “auxílio financeiro” a Marcelo, que se comprometeu com R$ 10 milhões.

Ao depor nesta quarta-feira para a Justiça Eleitoral, Marcelo Odebrecht disse que Temer não mencionou a doação de R$ 10 milhões.

O herdeiro do grupo baiano confirma que o jantar foi realizado no momento em que o grupo de Temer negociava uma doação da Odebrecht para apoiar candidatos do partido. Antes de o encontro ser agendado, ele recebeu de Cláudio Melo a notícia de que Paulo Skaf pedira R$ 6 milhões em doação para a campanha ao governo de São Paulo. A solução seria usar para parte do dinheiro que seria destinado ao grupo político de Temer para o candidato paulista.

O encontro no Jaburu serviria para selar o acordo de que R$ 6 milhões dos R$ 10 milhões ao grupo do PMDB de Temer seriam encaminhados para a campanha de Skaf. De acordo com Marcelo, só após a saída do vice-presidente do local, ele conversou com Padilha e com Melo sobre o tema. Ainda de acordo com ele, parte dos R$ 6 milhões não chegou a ser paga.

Marcelo Odebrecht disse ainda à Justiça Eleitoral que a interlocução com o PMDB era dispersa. Os executivos da empresa tinham relação com os Estados, enquanto Melo atuava dentro do Senado em contato com o atual presidente do partido, Romero Jucá (RR). Na Câmara, o contato era com Padilha – mas também mencionou o nome do deputado cassado Eduardo Cunha, que mantinha relação com o empresariado.

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Fonte:
O Globo + ESTADÃO

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