Quando a conclusão precede a análise, a lógica é sempre sacrificada, por Alexandre Schwartsman

Publicado em 19/07/2017 11:08

A coluna de Laura Carvalho da semana passada é um primor: é raro encontrar tantos erros concentrados em apenas 3.200 caracteres.

Resumindo, ela afirma que a reforma trabalhista não representa um ganho de competitividade no agregado porque, "se uma mudança reduz o custo com a mão de obra de todos os empresários ao mesmo tempo, não é possível ganhar competitividade em relação aos concorrentes nacionais".

Essa afirmação trai o desconhecimento do que é a reforma trabalhista, para começar, bem como falhas não menos consideráveis a respeito de como funciona a economia.

Como tive oportunidade de explorar em coluna escrita com meu irmão, Sérgio Schwartsman, a reforma trabalhista essencialmente regula uma série de práticas até então à margem da legislação e dá aos acordos coletivos peso de lei, ressalvados direitos como férias, 13º, horas extras, jornada de trabalho etc.

Seu principal mérito, portanto, consiste em reduzir a incerteza judicial na relação trabalhista.

Assim, o risco de um empregador acabar incorrendo em custos adicionais (por força de decisões da Justiça do Trabalho) se reduz, o equivalente a um aumento de produtividade: produz-se o mesmo com menor custo esperado.

Adicionalmente a reforma encoraja a formalização do trabalho, o que também tem sido associado a maior produtividade, por ganhos de escala, acesso a crédito e outros mecanismos.

Caso soe estranho afirmar que maior produtividade não tem efeitos positivos sobre a economia, é porque é estranho mesmo (se fosse verdade, teríamos que concluir que redução da produtividade não traria consequências negativas, algo que qualquer venezuelano pode atestar em contrário).

Leia a íntegra no site da Folha de S. Paulo.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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1 comentário

  • Karin Diaz Gonzalez São Bernardo do Campo - SP

    Um pouco agressivo o moço rsrsrsrsrs. Interessante como algumas pessoas preferem o argumento da agressão ao dos fatos. Quando diz que a reforma trabalhista regula práticas que estava à margem da legislação, defende práticas que até então eram ilegais, o que remonta à seguinte análise: esta reforma trabalhista expõe o trabalhador a condições precárias de trabalho e até à escravidão (pagar o trabalhador rural com alimento e moradia) e isso partindo de alguém tão agressivo soa natural. Outra situação que o texto apresenta é que a pesar de agressivo é pouco reflexivo e não explia as críticas que faz. Apenas ataca e diz que devemos acreditar por que ele é mais esperto. Não acreditei nisso. Alguém acreditou?

    Mas a alta dos combustíveis vais retirar qualquer expectativa de melhoria de ganhos e aumento de competitividade no exterior. Preços caros vão manter a produção no país, isto é, se tivermos mercado. Se é que teremos um mercado, já que o ciclo do dinheiro sofrerá sérios problemas com a reforma trabalhista. Bom mesmo vai ficar para os produtores de fora do país.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Caro Karin, vejo que você é cético (a dúvida é sua parceira)... É o que você coloca até o meio do seu comentário, mas em seguida diz que "a alta dos combustíveis vais retirar qualquer expectativa de melhoria de ganhos e aumento de competividade no exterior". Em seguida cita que: "o ciclo do dinheiro sofrerá sérios problemas com a reforma trabalhista".

      E fecha com uma pérola: "Bom mesmo vai ficar para os produtores de fora do país."

      Sendo você uma pessoa desconfiada, como demonstrou no início do comentário, me estranha você acreditar nessas coisas que escreveu no final. Se me permite, vou deixar uma pergunta no ar: Quem fez você acreditar nisso?

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Karin, a economia globalizada funciona no mesmo principio de vasos comunicantes... Sera' que você tem alguma noção de física??... Entao se você trancar as portas do País você pode criar um paraiso trabalhista aqui dentro... Mas como o País precisa se relacionar comercialmente com o exterior, então as condições trabalhistas aqui dentro devem ser iguais àquelas do exterior.... A ideia não me parece difícil, entretanto estaremos sempre atrelados ao tamanho da inteligência de quem precisa entendê-la.

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