Crescimento da miséria é obra do PT, não de quem o sucedeu no poder (REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 15/12/2017 16:00 e atualizado em 16/12/2017 08:49

Vejam os dados do IBGE, que estão em toda parte, sobre a pobreza e a miséria extrema no Brasil. Cresceram de 2014 para 2016. Algo de surpreendente nisso? Resposta: “não!”

Crescimento econômico ainda é a melhor notícia que podem ter os pobres, e recessão, a pior.

As páginas de esquerda já estão vomitando indecências. Tentam atribuir ao governo Temer a piora dos índices.

Errado!

A economia brasileira encolheu 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016, vindo já de uma trajetória de baixíssimo crescimento. Quem devolveu alguns milhões para a miséria foi o regime lulo-petista. Temer não tem nada a ver com isso.

Ou tem: seu governo está tomando medidas que contribuíram para repor o país no caminho do crescimento. Crescimento que pode ser abortado caso, como quer o PT, não se faça a reforma da Previdência.

E que impacto imediato teria na economia a eventual rejeição à reforma da Previdência? Fiz essa pergunta ao ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, na entrevista que me concedeu nesta quinta.

Ele não se furtou a fazer o elenco de desaires imediatos, que nos levariam de volta ao buraco. De imediato:
– os juros futuros começariam a subir;
– o risco país cresceria;
– o dólar subiria;
– não tardaria para que voltasse a pressão inflacionária:
– o Banco Central seria compelido a elevar taxa Selic.

Vale dizer: estaríamos, de novo, frente a frente, com a fuça da crise.

País da desesperança, por JOÃO DOMINGOS (ESTADÃO)

Os dados da Síntese de Indicadores Sociais 2017, divulgados ontem pelo IBGE, deveriam servir de ponto de partida para todos os que vão disputar a sucessão presidencial no ano que vem. De acordo com o estudo, um quarto da população, ou 52,2 milhões de brasileiros, estava abaixo da linha da pobreza em 2016, conforme parâmetros estabelecidos pelo Banco Mundial no mês passado. Um contingente que corresponde a cinco vezes e pouco a população de Portugal ou a da Grécia, perto de nove vezes a da Dinamarca, ou tanta gente quanto tem a África do Sul. 

Desses 52,2 milhões que viviam com renda domiciliar per capita diária inferior a US$ 5,50 (R$ 387,07 por mês), quase 18 milhões eram crianças de zero a 14 anos. 

Ainda conforme os dados do IBGE, 43,1% dos habitantes do Norte e 43,5% dos moradores do Nordeste vivem com renda igual ou inferior a essa, contra 25,4% da média nacional.

Torna-se, portanto, possível buscar a explicação política da grande aceitação da candidatura de Lula nas Regiões Norte e Nordeste. O ex-presidente conseguiu carimbar em si a marca de um administrador que melhorou a renda das famílias. E não há nenhum segredo para isso. Se a renda é baixa, quaisquer acréscimos, como os obtidos com o Bolsa Família, são vistos como algo miraculoso. Embora o embrião do programa tenha sido criado no governo de Fernando Henrique Cardoso, pela Lei 10.219, de 11 de abril de 2001, no imaginário da população a autoria foi de Lula, um expert em vencer a guerra da comunicação. Não houve Operação Lava Jato que mudasse isso.

Quando Lula volta às ruas e diz que fará um governo muito melhor do que os anteriores, com muito mais distribuição de renda, ele encarna a figura de um Messias que se propõe a salvá-las da miséria absoluta. É um discurso pra lá de demagógico, mas funciona porque no momento não existe nenhum melhor. 

O estudo do IBGE também fornece pistas para o surgimento do fenômeno Jair Bolsonaro, que em todas as pesquisas sobre as intenções de votos para a eleição presidencial aparece sempre consolidado em segundo lugar, atrás de Lula. E, por estranho que possa parecer, os governos petistas têm responsabilidade nisso. 

Porque foram os governos de Lula e de Dilma Rousseff que cooptaram os movimentos sociais e sindicais, como o MST, a CUT, a UNE e outros. Com isso, os movimentos deixaram as ruas e foram fazer a luta política nos gabinetes. O lugar deles nas periferias e no ativismo social e político, como bem reconheceu Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Sem Teto (MTST), no jornal Valor Econômico de ontem, passou a ser ocupado pelas igrejas pentecostais. Jair Bolsonaro tem forte presença nesse meio. 

Um outro fator também aproxima Bolsonaro das periferias, principalmente entre os jovens. A violência que aterroriza a classe média, e a faz se fechar atrás de muros e sistemas de vigilância, horroriza as comunidades pobres, pois as fazem ter em seu dia a dia o contato trágico com as organizações criminosas. Inúmeras famílias são obrigadas a pagar mensalidades aos bandidos para que seus parentes não sejam violentados sexualmente ou mortos nas cadeias. 

Diante desse quadro, torna-se impensável alguém querer vencer uma eleição sem abordar, em primeiro lugar, a questão da pobreza. Não com paliativos demagógicos, mas com a busca de programas de geração de empregos, educação, saúde, transportes e segurança que façam essa parcela da população brasileira passar a se sentir cidadã. 

Um país que tem um quarto de sua população jogada na desesperança não tem como ter esperanças de melhorias no futuro, por mais bem intencionados que sejam os seus dirigentes.

O papo-furado esquerdista da desigualdade: “thomas-pikettysmo” em ação (REINALDO AZEVEDO)

Na era da “thomas-pikettyzação” do pensamento, a conversa sobre a desigualdade ocupa o topo do debate quando se fala em pobreza.

“Por quê? Não há desigualdade no Brasil, Reinaldo?”

Há, sim! A questão é saber o que se vai fazer com ela.

Com um país em recessão, como nos anos de 2015 e 2016, tenho a certeza de que alguns luminares, se tivessem tido a oportunidade, teriam imposto uma sobretaxação dos ricos. A imprensa hoje está coalhada de “companheiros” dos mais diversos matizes de esquerda a sugerir soluções miraculosas: um deles diz que o que nos faz falta é… reforma agrária!!! Outro acha que a “pejotização” — trabalhadores que são pessoas jurídicas — é um dos principais fatores que levam a essa desigualdade.

Meus Jesus Cristinho!

Perguntem quais são os “programas sociais” que há na China ou as medidas compensatórias para integrar os mais pobres à economia. Resposta: não há nem programas nem medidas. O que existe é crescimento da economia. Foi ele que livrou muitos milhões da miséria.

Com um déficit anual na casa dos R$ 150 bilhões, o que será que pune mais os pobres no Brasil? A Previdência — especialmente a dos servidores — ou a não-taxação das grandes fortunas ou das heranças? Essa conversa e uma piada.

É por isso que esquerdistas, quando chegam ao poder, fazem o que fizeram no Brasil: ignoram os fundamentos da economia, criam uma bolha transitória de elevação do bem-estar, financiam-na com déficit fiscal que tem de ser compensado pagando juros indecentes, quebram o país e o empurram para a recessão e o desemprego.

Não por acaso, as esquerdas igualitaristas estão na vanguarda da luta contra as reformas.

O buraco fiscal, este sim, tira dinheiro dos pobres. Afinal, ele terá de ser sustentado de algum modo. E de que modo? Captando dinheiro no mercado e pagando juros altos em razão dessa vulnerabilidade.

Um desses opinadores, estudioso da igualdade, o economista irlandês Marc Morgan Milá, chega a dizer em entrevista à Folha que o teto de gastos aprovado pelo governo Temer certamente vai aumentar a desigualdade à medida que acabará cortando gastos sociais.

Só para registro: não se cortou gasto social nenhum! Mas isso ainda diz pouco.

O teto de gastos foi a medida necessária, ora vejam, para tirar o país da crise aguda e da recessão — aquela mesma que pune os pobres que Milá quer proteger.

Para encerrar: eu sempre fico encantado quando as esquerdas vociferam por aí que o Brasil tem a maior desigualdade do mundo. Não deixa de ser um alento para quem, como é o meu caso, não considera que a “igualdade” é o dado relevante do problema. Tanto não é um valor tendente ao absoluto que Cuba é um dos países menos “desiguais” do planeta, não é mesmo? Com a provável exceção da África do Sul, todos os países do continente africano são, então, mais “iguais” do que Banânia. Até o Sudão do Sul. Alguém quer trocar de lugar?

Esperem: Haiti e Bolívia também são, digamos, mais iguais do que o Brasil. Os imigrantes haitianos e bolivianos vêm pra cá, quero crer, para experimentar um pouco da nossa desigualdade…

Governo é dono de praticamente metade das terras do Brasil (ANTONIO PINHO)

 INSTITUTO LIBERAL

Nexo Jornal divulgou uma matéria baseada nos dados do Atlas da Agropecuária Brasileira na qual apresentou dados importantes sobre que porcentagens do território brasileiro são do setor privado, do setor estatal, de assentamentos, de terras indígenas etc.

Um dado inicial impressiona: o governo é dono de 47% das terras do Brasil, ao passo que o setor privado detém 53%. Contudo, a agropecuária utiliza apenas 9% das terras do país. Portanto, a esmagadora maioria das terras privadas está preservada, fato que desmente a falsa ideia de que a atividade agropecuária é a grande depredadora do meio ambiente. Uma diminuta parte do solo é empregada em pastagens e plantações. O mais impressionante é que com apenas 9% de seu território o Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas, ou seja, o Brasil alimenta com uma pequena parte de suas terras uma população cinco vezes maior do que o total de seus habitantes.

Surge então um outro enigma. Se 47% das terras são do governo, como pode haver grupos como o MST? Por que os militantes do MST simplesmente não procuram estas terras, muitas das quais são áreas devolutas, que se encontram sem uma destinação dada pelo governo (não são reserva ambiental ou indígena)? Contudo, no lugar de ocupar as terras do governo, o MST prefere invadir as terras privadas. Com isso se revela que a intenção do MST é agredir a propriedade privada em prol de uma agenda ideológica, e não solucionar um problema real. Porque, de fato, a falta de terra não é um problema no Brasil.

Estas estatísticas demonstram que o governo é o maior proprietário de terras, e poderia muito bem distribuí-las aos necessitados, sem afetar as propriedades privadas. Não há a mínima lógica para que as propriedades privadas estejam hoje sob ataque sistemático. O mais estarrecedor é que o governo trata amigavelmente grupos ideológicos que usam táticas terroristas para espalhar o comunismo pelo campo atacando propriedades privadas. E mais, o governo ainda sustenta uma agência estatal, o INCRA, exclusivamente para dar suporte a uma paulatina relativização e destruição do direito de propriedade.

Outra desproporção é o percentual de áreas indígenas. Atualmente 13% do Brasil já foi destinado para a formação de reservas indígenas, área significativamente maior do que toda a área utilizada pela agropecuária. A população indígena é inferior a 1% do total de brasileiros, mas eles receberam 13% das terras. Há aqui um claro equívoco. Ainda mais porque há grupos ideológicos empenhados em aumentar bem mais esse percentual de terras indígenas. Não defendo aqui a abolição das terras indígenas, mas tem que haver uma relação entre o número de indígenas e o tamanho das áreas a eles destinadas. Há imensas áreas demarcadas, principalmente na região norte, nas quais há uma ínfima população indígena.

Há ainda o problema das invasões indígenas. Uma parte da população indígena foi convertida aos métodos do MST, e estão invadindo fazendas pelo Brasil, processo em que comentem uma série de crimes graves. Ainda exigem do governo a demarcação das fazendas invadidas como área indígena.

Até aldeias fake são criadas com a importação de indígenas de outros países, como é o caso da Grande Florianópolis, região que conhecidamente há séculos não tem presença indígena. Mas grupos ideológicos trouxeram indígenas do Paraguai, criando “aldeias” do nada. Hoje já se fala da existência de uma dezena de aldeias, aproximadamente, na grande Florianópolis.

Sabe-se que tanto os assentamentos do INCRA quando as reservas indígenas vivem em grande parte na miséria. Um fator é o grande responsável por fracasso econômico: não há nos assentamentos e reservas indígenas a propriedade privada da terra. As famílias de índios ou de assentados não recebem o título da terra. Na prática, as áreas onde vivem são grandes fazendas coletivas ao estilo soviético. Como nessas terras ninguém é dono de nada, não há motivação para produzir riqueza, pois o que reina é o coletivismo. Assim essas populações acabam sendo arrastadas para a miséria. Os assentamentos do INCRA são favelas no campo, como bem descreveu o jornalista Nelson Barretto em seu livro sobre a reforma agrária. Na outra ponta os indígenas amargam os piores índices de desenvolvimento social. Os poucos indígenas que procuram empreender, como no município catarinense de Chapecó, acabam esbarrando numa série de problemas jurídicos, e são constantemente atacados pelo Ministério Público, para o qual o indígena não pode ser um produtor rural.

O Brasil tem abundância de terras férteis, como todos sabem. Nosso grande problema é ideológico e político. O estado não garante a propriedade privada e ainda defende os grupos que cometem crimes contra ela. Temos um imenso potencial agrícola inexplorado por causa da insegurança jurídica, do excesso de impostos, e o que é bem pior, da influência política de uma mentalidade nociva de que a propriedade privada da terra é um conceito relativo, que deve estar subordinada à vontade política, a qual, no fim, é manipulada por grupos ideológicos radicais.

Sobre o autor: Antonio Pinho é professor e doutorando em Letras pela UFSC.

IMPERDÍVEL: A ESQUERDA ARMADA FALA SOBRE SI MESMA

Por Percival Puggina

Penso que todo brasileiro deveria assistir ao filme Hércules 56. Isso se aplica, especialmente, aos que se interessam pela história do período 1964-1985 e aos que tenham curiosidade de conhecer o pensamento de protagonistas da esquerda armada, tais como, entre outros, José Dirceu, Franklin Martins, Vladimir Palmeira, Ricardo Zaratini.

Trata-se de um longa do diretor Sílvio Da-Rin, composto por entrevistas, gravações de época e uma espécie de coletiva desenrolada numa mesa de bar. Os participantes da coletiva são remanescentes dos sequestradores do embaixador norte-americano em 1969 e do grupo despachado para o México, por exigência deles, a bordo da aeronave que dá nome ao filme.

Eu assistira, antes, ao “O que é isso companheiro?”. Nele, Fernando Gabeira assume participação importante no sequestro. Em Hércules 56, Gabeira some. Por quê? O diretor, após a estreia, em 2006, explicou que Gabeira fora “soldado raso” na operação e jamais teria participado não houvessem os líderes escolhido para refúgio a casa onde ele morava. Praticamente mandou Gabeira procurar a própria turma e não inventar lorota. Só encontro uma explicação: o então deputado Fernando Gabeira se transferira do PT para o PV e perdera a simpatia dos companheiros.

Do conjunto da obra (Hércules 56 é um bom documentário), concluí que, hoje, a maior parte dos protagonistas considera o sequestro e a luta armada como equívocos que estimularam o endurecimento e a continuidade do regime. Escolheram esse caminho por descrerem do jogo democrático. Eram militantes, dispostos a morrer e a matar pela revolução comunista que queriam fazer, e sobre cuja existência real, pelo que pude presumir, não têm mais tanta certeza.

Imagine, leitor, se, em vez de senhores de meia idade, reflexivos, mas orgulhosos dos seus ímpetos juvenis como se apresentam no filme, eles tivessem sido vitoriosos, e chegassem ao poder, como desejavam, na esteira do que realizara Fidel partindo de Sierra Maestra. O que teriam implantado no Brasil? Totalitarismo marxista-leninista, expropriações, tribunais revolucionários e execução de conservadores, liberais, burgueses, latifundiários, empresários, direitistas. E mais, partido único e total absorção da comunicação social pelo Estado. Era o que, na época, se chamava “democracia popular”, regime adotado pelas referências mundiais do comunismo.

Não estarei indo longe demais? Não. Assista ao filme e ouvirá Vladimir Palmeira elogiar o chefe do sequestro, Virgílio Gomes da Silva, por lhes ter dito: “Se houver algum problema que, por desobediência a uma ordem minha ou vacilação, coloque em risco a operação, não pensem que vou esperar um tribunal revolucionário. Eu executo na hora”. Quem trata assim os companheiros, como procederá com os adversários? Noutra passagem, os entrevistados respondem à seguinte questão: caso as exigências não fossem atendidas pelo governo, o embaixador seria executado? Foi unânime a confirmação. Palmeira ilustra que essa mesma pergunta lhe fora feita no interrogatório posterior à sua prisão. Resposta: “Teria executado, sim; eu cumpro ordens”. E os cavalheiros, ex-revolucionários, em volta da mesa do bar, riram com ele. Franklin Martins riu mais alto do que todos.

Personagens daqueles anos passaram pelo poder, nele se acantonaram e se lambuzaram. Outros vivem a nostalgia da mentira em que, de tão repetida, acabaram acreditando. Outros ainda, sequer viveram aqueles anos e servem à mesma causa sequestrando a verdade e não tendo negócios a fazer com ela, executam-na, diariamente, nas salas de aula, nos meios de comunicação e nas tribunas dos parlamentos.

• Artigo publicado em 2009 com o título “Hércules 56, do que Escapamos” e reproduzido agora em atenção a pedidos de leitores. Tem pequenas alterações em relação ao original, escrito ainda durante o segundo mandato de Lula.

IMPERDÍVEL: A ESQUERDA ARMADA FALA SOBRE SI MESMA

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Fonte:
Reinaldo Azevedo/Estadão/GP

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