América Latina não deve depender da China, diz secretário de Estado norte-americano

Publicado em 02/02/2018 03:42

AUSTIN (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, alertou países da América Latina nesta quinta-feira contra dependência excessiva de laços econômicos com a China, dizendo que a região não precisa de novas potências imperiais.

Tillerson, em um discurso antes de visitas ao México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica, também disse que a crescente presença da Rússia na região é “alarmante também”.

“Hoje a China está ganhando um ponto de apoio na América Latina. Ela está usando estadismo econômico para colocar a região em sua órbita; a questão é a que custo”, disse Tillerson na Universidade do Texas, em Austin, antes de seguir ao México.

Tillerson disse que a China é atualmente a maior parceira comercial de Chile, Argentina, Brasil e Peru e que instituições fortes e governos responsáveis são necessários para assegurar soberania contra “possíveis atores predatórios” chegando à região.

“Embora este comércio tenha trazido benefícios, as práticas comerciais injustas usadas por muitos chineses também prejudicaram setores industriais destes países, gerando desemprego e diminuindo salários para trabalhadores”, disse o secretário de Estado norte-americano.

“A América Latina não precisa de novas potências imperiais que buscam somente beneficiar seu próprio povo”, disse. “O modelo chinês, liderado pelo Estado, de desenvolvimento é reminiscente do passado. Não precisa ser o futuro deste hemisfério.”

Tillerson disse que a Rússia continuou vendendo armas e equipamentos militares para governos não amigáveis que “não compartilham ou respeitam valores democráticos”.

“Nossa região deve ser diligente para proteger contra potências distantes que não refletem os valores fundamentais compartilhados nesta região”, declarou.

“Os Estados Unidos se posicionam em contraste vívido. Nós não buscamos acordos de curto prazo com retornos assimétricos”, disse Tillerson.

Tillerson levanta possibilidade de militares venezuelanos derrubarem Maduro

AUSTIN (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, levantou nesta quinta-feira a possibilidade de que os militares da Venezuela podem decidir derrubar o presidente Nicolás Maduro, mas disse não saber se isto irá acontecer.

Em um discurso na Universidade do Texas antes de uma viagem por cinco países da América Latina, Tillerson insistiu que o governo Trump não está defendendo “mudança de regime” na Venezuela, mas disse que seria “mais fácil” se Maduro escolhesse por conta própria deixar o poder.

    Ele previu que haverá “mudança” na Venezuela e disse que os Estados Unidos querem que seja pacífica.

    “Na história da Venezuela e de países da América do Sul são frequentes vezes em que os militares são o agente da mudança quando coisas estão muito ruins e a liderança não pode mais servir ao povo”, disse Tillerson. Mas ele acrescentou que “se este será o caso aqui ou não, eu não sei”.

    “Maduro deve voltar à sua Constituição e segui-la”, afirmou Tillerson, acrescentando que caso a situação fique muito ruim para ele, “tenho certeza que ele tem alguns amigos em Cuba que podem lhe dar uma bela mansão na praia”.

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Fonte:
Reuters

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