Ataque à Síria reduz centro de pesquisa a destroços e fumaça (REUTERS)

Publicado em 14/04/2018 09:46

DAMASCO (Reuters) - Habitantes de Damasco forma acordados na manhã de sábado por uma série de explosões na cidade, altas demais até mesmo para pessoas acostumadas ao barulho de bombardeios pesados.

Dez horas depois dos mísseis, fumaça ainda subia dos destroços de um centro de pesquisas no distrito de Barzeh, em Damasco, que os países ocidentais disseram que era parte de um programa secreto de armas químicas do governo sírio.

Estados Unidos, Reino Unido e França atacaram alvos ao redor da Síria em resposta a um suposto ataque com gás, uma semana atrás, mas o governo sírio, apoiado pela Rússia, nega o uso ou a posse desse tipo de arma. 

As explosões deixaram o Centro de Pesquisas Científicas da Síria, em pé contra as colinas íngremes e secas do nordeste de Damasco, em pouco mais do que ruínas. 

O centro não fica longe de Ghouta, no leste, área de cidades e fazendas que era o maior enclave de rebeldes lutando contra o presidente Bashar al-Assad. O último desses grupos se rendeu horas depois do suposto ataque com armas químicas que motivaram os ataques aéreos deste sábado, no fim de uma ofensiva do governo na região que durou sete semanas.

Próximo dos destroços, Saeid Saeid, chefe do departamento de polímeros, disse que os prédios eram usados para pesquisas e produção de medicamentos que não podem ser importados, inclusive antídotos e remédios para tratamento de câncer. 

O general dos fuzileiros navais dos EUA, Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, disse que o local era um centro de pesquisa, desenvolvimento, produção e teste de armas químicas e biológicas. 

O porta-voz do Pentágono, o tenente-general Kenneth Mckenzie, disse que 76 mísseis foram atirados contra o local e "destruíram três prédios na região metropolitana de Damasco, um dos espaços aéreos mais bem defendidos do mundo". 

O cheiro de fogo e fumaça flutavam pelos destroços de cinco prédios destruídos, durante uma turnê de imprensa organizada pelo governo. Apenas um portão e um prédio severamente danificado escaparam. 

EUA, Reino Unido e França atacam a Síria em primeira ação coordenada contra Assad

WASHINGTON/BEIRUTE (Reuters) - Forças norte-americanas, britânicas e francesas atacaram a Síria com mais de 100 mísseis neste sábado nos primeiros ataques ocidentais coordenados contra o governo de Damasco, atacando o que chamaram de centros de armas químicas em retaliação a um ataque com gás venenoso.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a ação militar da Casa Branca, dizendo que os três aliados haviam "organizado seu poder justo contra a barbárie e a brutalidade".

Enquanto ele falava, explosões sacudiam Damasco.

O bombardeio representa uma grande escalada no confronto do Ocidente com a Rússia, aliada de Assad, mas é improvável que altere o curso de uma guerra multifacetada que já matou pelo menos meio milhão de pessoas nos últimos sete anos.

Isso, por sua vez, levanta a questão de para onde os países ocidentais vão a partir daqui, depois de uma série de ataques denunciados por Damasco e Moscou como imprudentes e inócuos.

De manhã, os países ocidentais disseram que seu ataque tinha acabado por ora. A Síria divulgou um vídeo dos escombros de um laboratório de pesquisa bombardeado, mas também do presidente Bashar al-Assad chegando ao trabalho como de costume, com a legenda "manhã de resiliência".

Não houve relatos imediatos de vítimas, com aliados de Damasco dizendo que os edifícios atingidos foram evacuados com antecedência.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu o ataque como "limitado e direcionado". Ela disse que autorizou a ação britânica depois que a inteligência indicou que o governo Assad era culpado de ter usado gás venenoso em Douma, subúrbio de Damasco, há uma semana.

Em um discurso, ela deu uma descrição vívida das vítimas do ataque químico que matou dezenas de pessoas, amontoando-se em porões enquanto o gás se espalhava. Ela disse que a Rússia fracassou nos esforços diplomáticos para deter o uso de gás venenoso por Assad, não deixando outra opção além da força.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os ataques foram limitados até agora às instalações de armas químicas da Síria. Paris divulgou um dossiê que, segundo ele, mostra Damasco culpado pelo ataque com gás venenoso em Douma, a última cidade que detém uma área controlada por rebeldes perto de Damasco que as forças do governo recapturaram na maior ofensiva deste ano.

Washington descreveu seus alvos como um centro perto de Damasco para pesquisa, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas, um local de armazenamento de armas químicas perto da cidade de Homs e outro local perto de Homs que armazenava equipamentos de armas químicas e abrigava um posto de comando.

O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, classificou os ataques como "um tiro só", embora Trump tenha levantado a possibilidade de novos ataques se o governo Assad novamente usar armas químicas.

"Estamos preparados para sustentar essa resposta até que o regime sírio pare de usar agentes químicos proibidos", disse o presidente dos Estados Unidos em um discurso televisionado.

O conflito sírio coloca uma miríade complexa de partes umas contra os outras, com a Rússia e o Irã dando ajuda militar a Assad, que em grande parte se mostrou decisiva nos últimos três anos, esmagando qualquer ameaça rebelde de derrubá-lo. Forças de oposição divididas tiveram apoio variável do Ocidente, dos Estados árabes e da Turquia.

O governo e aliados de Assad reagiram com fúria ao ataque de sábado, mas também deixaram claro que consideravam um caso isolado, que provavelmente não prejudicaria Assad de maneira significativa.

A Rússia, cujas relações com o Ocidente se deterioraram a níveis de hostilidade na época da Guerra Fria, negou que o ataque com armas químicas na semana passada tenha ocorrido e até mesmo acusou o Reino Unido de prepará-lo para estimular uma histeria anti-russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que Moscou denunciou como um ataque injustificado contra um Estado soberano. A mídia estatal síria chamou o ataque de "flagrante violação do direito internacional".

Uma autoridade da Guarda Revolucionária do Irã disse que isso causaria conseqüências contra os interesses dos EUA.

Os Estados árabes, geralmente hostis a Assad e ao Irã, apoiaram a ação do Ocidente, incluindo a Arábia Saudita e seu rival Catar.

Rússia pede reunião na ONU sobre a Síria; avalia suprir Síria com sistema de mísseis S-300

MOSCOU (Reuters) - A Rússia pediu no sábado uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, ao mesmo tempo em disse que vai avaliar o fornecimento de sistemas de mísseis S-300 para a Síria após os ataques líderados pelos Estados Unidos.

"A Rússia pede uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir ações agressivas dos EUA e seus aliados", disse o presidente Vladimir Putin em um comunicado publicado no site do Kremlin.

"A atual escalada da situação em torno da Síria tem um impacto devastador em todo o sistema de relações internacionais", acrescentou.

Forças norte-americanas, britânicas e francesas atacaram a Síria com mais de 100 mísseis no sábado, em resposta a um ataque com gás venenoso que matou dezenas de pessoas na semana passada, na maior intervenção das potências ocidentais contra o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Putin disse que as ações dos EUA na Síria pioraram a catástrofe humanitária e causaram dor aos civis.

"A Rússia, da maneia mais séria, condena o ataque à Síria, onde militares russos ajudam o governo legítimo a combater o terrorismo", disse Putin.

MÍSSEIS PARA SÍRIA

Moscou pode considerar o fornecimento de sistemas de mísseis terra-ar S-300 para a Síria e "outros países", disse o coronel-general Sergei Rudskoi em um briefing televisionado no sábado.

A Rússia "recusou-se" a fornecer esses mísseis à Síria há alguns anos, acrescentou, "levando em conta o forte pedido de alguns de nossos parceiros ocidentais".

Mas após os ataques liderados pelos EUA "consideramos possível voltar ao exame desta questão não apenas em relação à Síria, mas também a outros países", disse Rudskoi.

O sistema de defesa aérea da Síria, que consiste principalmente de sistemas fabricados na União Soviética, interceptou 71 dos mísseis disparados no sábado pelas forças norte-americanas, britânicas e francesas, acrescentou.

"No último ano e meio, a Rússia restaurou totalmente o sistema de defesa aérea da Síria e continua a atualizá-lo ainda mais", disse Rudskoi.

Trump diz que ataque contra Síria foi "missão cumprida" com "execução perfeita"


WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou no Twitter o ataque aéreo ocidental contra o governo sírio no sábado como "perfeitamente executado", e acrescentou "Missão Cumprida".

"Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seu excelente exército. Não poderia ter tido um resultado melhor. Missão Cumprida!" Trump disse no Twitter.

Ataques aéreos ocidentais contra a Síria podem levar terrorismo a se expandir, diz Iraque


BAGDÁ (Reuters) - Os ataques aéreos realizados por Estados Unidos, França e Reino Unido contra alvos militares sírios podem dar ao terrorismo uma oportunidade de se expandir na região, disse no sábado o Ministério das Relações Exteriores do Iraque.

Os ataques aéreos marcaram "um desenvolvimento muito perigoso", disse o ministério em comunicado.

"Tal ação pode ter conseqüências perigosas, ameaçando a segurança e a estabilidade da região e dando ao terrorismo outra oportunidade de expansão depois que ele foi expulso do Iraque e forçado a entrar na Síria para recuar em grande medida", afirmou.

O ministério pediu aos líderes árabes que discutam a situação em uma cúpula que será realizada na Arábia Saudita no domingo.

Exército sírio promete mais pressão na guerra civil; rebeldes dizem que ataques não foram suficientes

 

BEIRUTE (Reuters) - A oposição síria afirmou que os ataques ocidentais no sábado não mudarão o curso da guerra de sete anos, ao mesmo tempo em que o Exército disse que irá esmagar resistência rebelde do país.

Os mísseis de Estados Unidos, Reino Unido e França tiveram como alvo as armas químicas do presidente Bashar al-Assad e sua capacidade de produzi-las como resposta a um ataque mortal com gás venenoso perto de Damasco há uma semana, disse Washington.

Mas rebeldes e políticos da oposição disseram que as potências ocidentais também deveriam atacar as armas convencionais de Assad, que mataram muito mais pessoas durante a guerra.

Algumas autoridades insurgentes disseram temer uma investida contra o bastião rebelde de Idlib, que uma importante autoridade iraniana indicou poderia ser o próximo alvo.

"Talvez o regime não use armas químicas novamente, mas não hesitará em usar armas", disse o líder da oposição Nasr al-Hariri.

Um combatente rebelde disse estar se preparando para novos ataques como "vingança" do governo com seus aliados em território rebelde no noroeste, incluindo a região de Idlib.

"Era esperado mais do ataque americano para afetar o rumo da guerra e conter os crimes de Assad", disse ele à Reuters, da província de Hama.

Damasco e seus aliados disseram que relatos de gás venenoso em Douma foram criados como pretexto para ataques ocidentais.

Depois do suposto ataque com gás, que grupos de assistência médica disseram ter matado dezenas de pessoas, rebeldes que estavam em Douma finalmente entregaram a cidade. Isso garantiu uma grande vitória para Assad, acabando com o último bastião insurgente na região oriental de Ghouta, perto da capital.

A guerra segue favorecendo Assad desde que a Rússia interveio em seu lado em 2015. Depois de controlar menos de um quinto da Síria em 2015, Assad se recuperou para controlar a maior parte do país com ajuda russa e iraniana.

Mohamad Alloush, chefe político da facção Jaish al-Islam que controlou Douma, disse que os ataques ocidentais no sábado não seriam suficientes.

"Enquanto esse regime e suas agências de segurança existirem, os ataques químicos continuarão porque há segurança das conseqüências que acabariam com isso", disse ele. "E (Assad) está retratando o que aconteceu como uma vitória."

A Presidência síria postou um vídeo mostrando que Assad chegaria para trabalhar no sábado pela manhã poucas horas após o ataque liderado pelos EUA, vestido de terno e gravata e carregando uma maleta.

Embora partes da Síria permaneçam além de seu alcance, a insurgência atualmente não representa uma ameaça militar ao seu governo.

A oposição elogiou o presidente Donald Trump por agir contra Assad depois de criticar o ex-presidente dos EUA Barack Obama por não ter imposto sua própria linha vermelha quando Assad foi acusado de usar gás em 2013. Mas os oposicionistas querem mais.

"O ataque enfraqueceu o regime, mas não fortaleceu a oposição", disse outro comandante rebelde.

Bashar al-Assad promete "esmagar terrorismo" após ataque ocidental contra Síria


BEIRUTE (Reuters) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse a seu colega iraniano, Hassan Rouhani, que um ataque liderado pelos Estados Unidos no sábado aumentará a determinação da Síria de "combater e acabar com o terrorismo em cada centímetro" do país, relatou a Presidência síria.

Rouhani disse a Assad que o Irã continuará a apoiar a Síria, "expressando sua confiança de que essa agressão não enfraquecerá a determinação do povo sírio em sua guerra contra o terrorismo".

China diz que ataque na Síria viola lei internacional e pede diálogo

XANGAI (Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores da China disse neste sábado que acredita que um acordo político é a única maneira de resolver a questão síria e pediu uma investigação completa, justa e objetiva sobre os supostos ataques com armas químicas na Síria.

Hua Chunying, porta-voz do ministério, fez os comentários em uma entrevista coletiva, de acordo com uma transcrição publicada no site do ministério. Forças norte-americanas, britânicas e francesas atacaram a Síria com mais de 100 mísseis no sábado, nos primeiros ataques ocidentais coordenados contra o governo de Damasco.

Hua disse que a China sempre se opôs ao uso da força nas relações internacionais e que qualquer ação militar que contorne o Conselho de Segurança da ONU viola os princípios e normas básicas do direito internacional.

EUA dizem que governo da Síria está por trás de ataque com armas químicas

BEIRUTE/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos culparam nesta sexta-feira o governo sírio por um ataque mortal com armas químicas neste mês e criticaram a Rússia por falhar em parar seu aliado, o presidente sírio Bashar al-Assad.

No momento em que a perspectiva de uma ação militar comandada pelos EUA que poderia levar a um confronto com a Rússia paira sobre o Oriente Médio, a Casa Branca acusou a Síria de realizar um ataque com gás tóxico em 7 de abril que matou dezenas de pessoas em Douma, perto de Damasco.

"Temos uma confiança muito alta de que a Síria foi responsável, e mais uma vez, o fracasso da Rússia em pará-los e sua contínua falta de ação nesta frente têm sido parte do problema", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

A inteligência dos EUA mostra que uma alegação da Rússia de que o ataque foi encenado é falsa, disse Sanders. "A nossa inteligência nos diz outra coisa. Eu não posso ir além disso", disse ela a repórteres.

O Departamento de Estado disse os Estados Unidos têm provas em "um nível muito alto de confiança" de que o governo sírio executou o ataque, mas ainda está trabalhando para identificar a mistura de agentes químicos usados.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou na quarta-feira que mísseis seriam lançados em resposta ao ataque em Douma, cidade que vinha sendo controlada por rebeldes até este mês.

Especialistas em armas químicas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) chegaram à Síria para investigar o suposto ataque com gás venenoso.

Os investigadores, que só foram enviados para determinar se armas químicas foram usadas e não quem as usou, devem começar suas investigações sobre o incidente em Douma no sábado, disse a agência baseada na Holanda.

Questionada se os Estados Unidos estavam esperando pelo relatório da Opaq antes de tomar uma decisão sobre a Síria, a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert disse: "nós acreditamos que sabemos quem é responsável por isso. Nós sabemos que uma arma química foi usada."

"A Opaq ainda formulará seus fatos, mas a Opaq não determina a responsabilidade, eles apenas determinam a substância", disse Nauert.

Se Síria usar gás tóxico novamente, os EUA estarão prontos, diz embaixadora


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos estão prontos para atacar novamente se o governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, usar novamente armas químicas, afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, neste sábado.

"Estamos confiantes de que enfraquecemos o programa de armas químicas da Síria. Estamos preparados para sustentar essa pressão, se o regime sírio for tolo o suficiente para testar nossa vontade", disse ela.

Ataques dos EUA na Síria atingiram todos os alvos, diz Pentágono


WASHINGTON (Reuters) - O Pentágono afirmou neste sábado que os ataques dos Estados Unidos na Síria atingiram todos os alvos e tiveram como objetivo dar um sinal inequívoco ao governo sírio e impedir o uso futuro de armas químicas.

O tenente-general Kenneth F. McKenzie disse a repórteres em uma coletiva de imprensa que os ataques foram precisos, esmagadores e eficazes.

Bombardeios na Síria são sinal importante ao Irã e Hezbollah, diz ministro israelense

JERUSALÉM (Reuters) - Os ataques liderados pelos Estados Unidos na Síria são um "sinal importante" para o Irã, e para os militantes do grupo sírio-libanês Hezbollah, disse um ministro do gabinete do governo israelense neste sábado. 

    "O uso de armas químicas ultrapassa a linha vermelha que a humanidade não pode mais tolerar", disse no Twitter Yoav Gallant, membro do gabinete de Segurança do primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu.  

    Forças norte-americanas, britânicas e francesas fizeram ataques aéreos na madrugada em resposta a um ataque de gás venenoso que matou dezenas de pessoas na semana passada. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que estava preparado para responder até que o governo de Assad suspenda o uso de armas químicas. 

    "O ataque americano é um sinal importante para o eixo do mal - Irã, Síria e o Hezbollah", disse Gallant. 

    Uma autoridade israelense disse que Israel foi notificado dos ataques com antecedência. Perguntado sobre a antecedência do anúncio recebido por Israel, a autoridade disse à Reuters: "Entre 12 e 21 horas, eu acredito". 

    Perguntado se Israel havia ajudado na escolha dos alvos, o oficial, que falou em condição de anonimato disse: "Não que eu tenha conhecimento". 

    Uma porta-voz da embaixada dos EUA confirmou à Reuters que Israel havia sido notificado antes dos ataques, mas não ofereceu mais detalhes. 

    O envolvimento do Irã na Síria em apoio ao presidente Bashar al-Assad alarmou o governo israelense, que já disse que contra-atacaria qualquer ameaça. O Hezbollah, movimento apoiado pelo Irã, que tem um extenso arsenal de mísseis, combateu Israel em guerra pela última vez em 2006. 

    Síria, Irã, e Rússia dizem que Israel esteve por trás do ataque a uma base Síria na última segunda-feira que vitimou sete militares iranianos, acusação que não foi confirmada nem negada por Israel. 

    Na quarta-feira o presidente russo Vladimir Putin conversou com o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu e pediu que ele não faça nada para desestabilizar a Síria, de acordo com um comunicado do Kremlin.

Rússia falha em tentativa de condenar ataques contra a Síria na ONU

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Rússia não conseguiu fazer com que o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenasse o ataque de Estados Unidos, Reino Unido e França à Síria, em reação a um suposto uso de armas químicas, neste sábado, após apenas China e Bolívia votarem junto com os russos na resolução proposta. 

O conselho de 15 membros reuniu-se neste sábado a pedido da Rússia, na quinta vez que se encontrou em relação à Síria desde o suposto ataque com gás tóxico mortal na cidade de Douma, uma semana atrás. EUA, França e Reino Unido atiraram 105 mísseis em retaliação, atingindo o programa de armas químicas da Síria. 

"Por que vocês não esperaram os resultados da investigação que vocês pediram?", disse o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, após a votação. Ele acusou EUA, França e Reino Unido de "flagrante desrespeito à lei internacional". 

Investigadores internacionais de grupos de vigilância globais contra armas químicas estão na Síria e deveriam começar o inquérito neste sábado. Rússia e Síria disseram não haver evidências de ataques com armas químicas. EUA, França e Reino Unido disseram que a ação militar foi legal.

"Estamos confiantes que prejudicamos o programa de armas químicas da Síria. Estamos preparados para resistir à pressão, se o regime sírio for tolo o suficiente para nos testar", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley. 

"Se o regime sírio usar gás venenoso novamente, os Estados Unidos estarão armados", disse Haley. 

Dirigindo-se ao Conselho de Segurança, o secretario-geral da ONU, António Guterres, pediu que os membros "mostrem moderação nessas circunstâncias perigosas, evitando atos que podem escalar os conflitos e piorar o sofrimento do povo sírio". 

Oito países votaram contra o texto da Rússia. Peru, Cazaquistão, Etiópia e Guiné Equatorial se abstiveram. Uma resolução precisa de novo votos a favor e nenhum veto de Rússia, China, França, Reino Unido ou Estados Unidos para passar.

O conselho falhou na terça-feira em aprovar três resoluções sobre armas químicas na Síria. A Rússia vetou o texto dos EUA, e duas resoluções da Rússia não tiveram o mínimo de nove votos.

 

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Fonte:
Reuters

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