Assembleia de Minas aceita pedido de impeachment contra governador Fernando Pimentel, do PT
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Adalclever Lopes (MDB), aceitou um pedido de abertura de processo de impeachment contra o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), informou a Casa legislativa.
O autor do pedido, o advogado Mariel Marra, alega atrasos no chamado duodécimo, recursos que o Executivo tem de repassar a órgãos de outros Poderes do Estado, como a própria Assembleia, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e o Ministério Público estaduais.
Com a aceitação do pedido de Marra, será formada uma comissão parlamentar para analisar o cabimento do pedido.
O líder do governo Pimentel na Casa, deputado Durval Ângelo (PT), acredita que o caso será arquivado já na comissão. Ele atribui a aceitação do pedido a uma série de atritos entre o presidente da Assembleia e o governo estadual, entre eles a indicação ainda não feita de um integrante do Tribunal de Contas do Estado e problemas com secretarias estaduais.
"De alguma forma sim, foi uma surpresa, porque nós entendemos que os requisitos legais não estão preenchidos nesse pedido de impeachment. Na realidade, o pedido de impeachment fala de repasse do duodécimo, o governo Fernando Pimentel tem claro que, para o Tribunal de Justiça, para o Tribunal de Contas, para o Ministério Público e para a Assembleia Legislativa, nós estamos em dia com os repasses do duodécimo", disse o líder governista.
"Tenho certeza que na comissão ele vai ser arquivado, vai prevalecer o bom senso", acrescentou.
Um dos motivos de atrito, também de acordo com Ângelo, foi a decisão do PT de lançar a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff a uma vaga para o Senado em Minas. PT e MDB têm sido aliados no Estado --o vice de Pimentel é um emedebista-- e a decisão de lançar Dilma contrariaria a postulação do presidente da Assembleia de disputar o Senado.
"Tivemos também a questão da presidenta Dilma, que o PT de Minas não teve nada a ver com isso, nem o governador, uma candidatura ao Senado", disse Ângelo.
"Foi o próprio presidente Lula que tirou o Josué Alencar do MDB e levou para o PR, pela relação pessoal que eles têm, e pediu a Dilma para transferir o título para Minas Gerais havendo a compreensão que poderia ser candidata ao Senado. O Adalclever esperava ser candidato único (da coligação)."
O empresário Josué Alencar, que poderia ser candidato a vice na chapa de Pimentel, é filho de José Alencar, já falecido, e que foi vice-presidente nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos seus dois mandatos no Palácio do Planalto.
Procurada para comentar as declarações de Ângelo, a assessoria de Adalclever Lopes disse que ele não comentará.
Em nota, o governo de Minas afirmou ver "com estranheza" a aceitação do pedido de impeachment que classificou de "inconsistente e sem sustentação jurídica". Ao mesmo tempo, informou que "reconhece esta como uma prerrogativa dos parlamentares mineiros, que saberão analisar o caso com a prudência necessária, respeitando rito e regras próprios estabelecidos pelo regimento interno da Assembleia Legislativa".
"Dadas as graves crises financeira e político-institucional por que passa o país e a proximidade das eleições, não é momento para aventuras políticas que coloquem em risco a estabilidade conquistada em Minas Gerais. A concertação e o diálogo construídos até aqui entre as instituições estaduais continuam sendo o caminho mais seguro para a superação de qualquer divergência", afirma a nota.
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Tiago Gomes Goiânia - GO
O dito antipetismo que assola o Brasil descobriu uma maneira de estipar o partido de qualquer chance de governar, já que nas urnas o PT é forte. Utiliza se de qualquer brecha/vacilo na administração para estipar o governo via impeachment.Vimos isso com Dilma, hoje é claro que o tal crime de responsabilidade foi algo assessórios e teatral no processo. Cositas desse tipo acontecem em qualquer governo, e historicamente nunca descambou para esses artifícios de impedimento.
A legalidade sendo utilizada quando convenientemente. O melhor é arrumar logo um artificio legal/constitucional e estipar o PT de sequer participar de pleitos. Precisamos deixar a hipocrisia de lado e por as coisas as claras. Que se destrua o PT (poderia ter isso em letras garrafais na constituição) e vivemos de uma meia democracia, ou melhor, a democracia dos derrotados, aqueles que não conseguem vencer nas urnas.Sr.Tiago, quando a ganancia é tanta, para conseguir o poder, o dinheiro, e glória, fazem amizades e se juntam com qualquer lixo que aparece para somar os votos, mas não fazem qualquer dimensão da lama que estão pisando, e dai quando acontece o que aconteceu com o PT, querem achar razão para tamanha cagada, e não tem coragem de assumir seus próprios erros, o demônio vai carregar os corruptos para seu devido lugar e com quem se abraçaram para começar a limpar a sujeira...
Sr. Tiago, as palavras devem ser ditas e lembradas, sem desvios ideológicos.
Por acaso, você se lembra do que o Lula falou sobre o partido DEM?
Não se lembra? Aí está: 13 de set de 2010 - Em comício da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira (13), em Joinville (SC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o partido de oposição DEM seja "extirpado" da política brasileira.
Quem quer destruir quem?
Caro Tiago, a sua afirmação... vivemos de uma meia democracia... tem alguma verdade, mas porque não vamos transformando-a até chegarmos numa "democracia inteira", mas sem "meias verdades".
Ou seja, parafraseando Nelson Rodrigues:
VAMOS CONTAR A HISTÓRIA COMO ELA É !!!