Dólar sobe e volta a R$ 3,60, acumulando ganhos de 5,54% em três semanas

Publicado em 11/05/2018 17:11

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou e voltou ao patamar de 3,60 reais nesta sexta-feira, fechando a terceira semana seguida de valorização, com os investidores assumindo posições mais defensivas diante da cena política local, antes da divulgação de nova pesquisa eleitoral.

O dólar avançou 1,53 por cento, a 3,6008 reais na venda, renovando o maior nível desde 31 de maio de 2016 (3,6123 reais). Em três semanas, acumulou valorização de 5,54 por cento, sendo que apenas nessa, subiu 2,18 por cento.

Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 3,6132 reais. O dólar futuro avançava cerca de 1,50 por cento.

"Os mercados esperam por um candidato/chapa com viés reformista despontando nas pesquisas, o que não aconteceu até o momento", escreveu a Advanced Corretora em relatório.

A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, o quadro ainda é bastante incerto. Os mercados financeiros temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa despontar.

Na próxima segunda-feira, está prevista a divulgação da pesquisa CNT/MDA, cuja coleta dos dados ocorre entre 9 e 13 desse mês e que já deve captar para onde estão indo esses eleitores que pretendiam votar em Barbosa (PSB).

Em pesquisa Datafolha realizada no mês passado, Barbosa chegava a ter 10 por cento das intenções de voto em seu melhor cenário. Tanto analistas como políticos viam grande potencial na sua candidatura.

Há avaliações de que o PSB possa se coligar a um partido de mais de esquerda, como o PDT do pré-candidato Ciro Gomes.

O final de semana à frente também contribuiu para a cautela do investidor doméstico, comentaram os profissionais.

No mercado externo, o dólar operava em baixa ante uma cesta de moedas, mas caminhava para a quarta semana seguida de valorização, sequência mais longa desde o quarto trimestre de 2016, com os mercados cada vez mais otimistas quanto às perspectivas para a moeda norte-americana nas próximas semanas.

Ante divisas de países emergentes, o dólar operava misto, em queda ante o peso chileno e alta ante o peso mexicano.

"Existe uma trajetória clara de valorização do dólar no mundo. A alta do petróleo sugere inflação e aperto monetário (nos Estados Unidos)", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Nas últimas semanas, os mercados globais reagiram diante da percepção de que os juros poderiam subir mais intensamente nos Estados Unidos neste ano em meio ao cenário de inflação e atividade mais fortes.

Juros elevados no país têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

O Banco Central brasileiro vendeu, pela sétima sessão, a oferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,115 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem e colocado o equivalente a 2,8 bilhões de dólares adicionais.

BC reforça intervenção no câmbio após disparada do dólar

SÃO PAULO (Reuters) - Após a recente disparada do dólar, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira que elevará a intervenção no mercado de câmbio na próxima semana com a oferta adicional de contratos de swap, que equivalem à venda futura da moeda norte-americana, além de manter os leilões dos contratos que vencem em junho, como vinha fazendo desde o início do mês.

Na próxima segunda-feira, o BC passará a fazer dois leilões: um para a rolagem de 50,7 mil contratos que vencem em junho e que ainda não foram rolados este mês. Além disso, realizará outro leilão duras horas antes, para a oferta de 5 mil novos contratos com vencimento em julho deste ano.

O volume oferecido no leilão para rolagem dos contratos que vencem em junho foi reduzido pelo BC de 8.900 para 4.225 mil contratos. Por outro lado, a autoridade monetária não sinalizou até quando vão durar as intervenções não relacionadas à rolagem de contratos de swap.

Com isso, o BC estica o prazo de rolagem dos contratos que vencem em junho, que terminaria na próxima sexta-feira com a oferta diária de 8.900 contratos, enquanto sinaliza que pode atuar mais fortemente, leiloando contratos adicionais.

Na semana passada, o BC informou que rolaria contratos de swap pelo quarto mês consecutivo, mas ressaltou que ofereceria ao mercado um volume maior de operações para "suavizar movimentos no mercado de câmbio".

A fechou nesta sexta-feira a 3,6008 reais, maior nível em quase dois anos. De fevereiro a abril, o dólar avançou mais de 10 por cento ante o real, com ganho de 5,54 por cento somente nas últimas três semanas, diante de receios com a trajetória da taxa de juros nos EUA e temores sobre o futuro do relacionamento econômico do país com o Irã e a China.

Na terça-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, considerou normal o comportamento do câmbio em relação ao que vem ocorrendo no mundo, em entrevista à GloboNews.

Nesta sexta-feira, um fator adicional pressionou o dólar no mercado doméstico: a incerteza eleitoral. Na segunda-feira, está prevista a divulgação da pesquisa CNT/MDA, que deve captar para onde estão indo eleitores que pretendiam votar no ex-presidente do STF Joaquim Barbosa (PSB).

A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, oquadro ainda é incerto. Investidores temem que um candidato que considerem menos comprometido com o ajuste fiscal vença.

O fortalecimento do dólar tende a pressionar a inflação e pode influenciar o comportamento da política monetária.

No mercado externo, o dólar operava em baixa ante uma cestade moedas, mas rumava para a quarta semana de apreciação, sequência mais longa desde o quarto trimestre de 2016, com os mercados cada vez mais otimistas quanto às perspectivas para a moeda norte-americana nas próximas semanas.

Nesta sexta-feira, o BC vendeu, pela sétima sessão, aoferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiaistradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando3,115 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólaresque vence em junho.

Se mantiver e vender o novo volume diário de 4.225 contratos, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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Fonte:
Reuters

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