Wall Street sobe por sólidos ganhos na economia americana

Publicado em 17/07/2018 19:52

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices acionários dos Estados Unidos subiram nesta terça-feira, com o Dow Jones Industrial marcando seu quarta consecutiva sessão de ganhos após o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, expressar uma visão otimista sobre a economia dos EUA e sólidos ganhos reforçaram as perspectivas para um período de divulgações mais robusto.

Em um comunicado escrito, Powell sinalizou que a era de crescimento econômico estável deve continuar. Contudo, o presidente do Fed foi desafiado em uma audiencia no Congresso por senadores preocupados com a política comercial da administração Trump.

"(Powell) sugeriu que eles vão continuar de olho no desenrolar da questão comercial e as pessoas estão olhando para isso como um sinal de que eles devem diminuir o ritmo de aumentos se virem algum sinal de perigo", disse Peter Jankovkis, co-chefe de investimento da OakBrook Investimentos LLC em Lisle, Illinios.

A curva de rendimentos dos Treasuries atingiu o seu nível mais plano em mais de uma década, à medida que a visão econômica otimista de Powell sustentava mais aumentos de juros, com o rendimento dos títulos de dois anos dois subindo para o mais alto em quase uma década.

À medida que a temporada de divulgação de ganhos do segundo trimestre ganha tração essa semana, as projeções de analistas ficaram mais otimistas.

Analistas agora veem os ganhos do segundo trimestre do S&P 500 crescendo 21,2 por centro, ante 20,7 por cento em 1º de julho. Das 39 empresas do índice que já divulgaram seus ganhos até agorna, 84,6 por cento tiveram resultados melhores que os previstos por Wall Street, de acordo com a data Thomson Reuters.

O otimismo em relação aos lucros foi impulsionado por uma divulgação do Banco Central dos EUA que mostrou um aumento da produção industrial do país, puxada por um repique nos manufaturados.

"As divulgações econômicas... estão sugerindo que a atividade no segundo trimestre deve ser acima do esperado", afirmou Jankovskis. "Isso, talvez, esteja influenciando alguns desses aumentos nas previsões."

Ainda há "vários anos" de emprego forte e inflação baixa à frente, diz Powell do Fed

Por Howard Schneider e Lindsay Dunsmuir

WASHINGTON (Reuters) - O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta terça-feira que vê os Estados Unidos a caminho de anos de crescimento firme, mas foi confrontado em um depoimento no Congresso por senadores preocupados que as políticas comerciais do governo Trump já estariam prejudicando negócios em seus distritos.

Em um depoimento por escrito perante o Comitê Bancário do Senado, e em sua resposta a questões sobre uma possível "guerra comercial", o chefe do banco central dos EUA minimizou os riscos, dizendo que seria um resultado positivo se as negociações da administração resultassem em um mundo de tarifas mais baixas.

Mas a democrata da Dakota do Norte Heidi Heitkamp afirmou que estava se frustrando com a ideia de "dor no curto prazo para ganho de longo prazo", ressaltando que o setor de energia em seu Estado foi atingido por preços mais altos de aço por causa das tarifas de importação, e fazendeiros preocupam-se em perder participação de mercado por causa de tarifas retaliatórias impostas sobre os seus bens.

"Não podemos nos dar ao luxo de enterrar a cabeça na areia", disse Heitkamp, sobre o impacto. "Vamos olhar para trás para este momento, talvez em um ano, e dizer que foi o ponto em que viramos a esquina e a economia foi para baixo."

Ao mesmo tempo em que se manteve longe de críticas diretas à imposição de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, especialmente à China mas também de parceiros na Europa e outros, ele admitiu que as tarifas eram "certamente" a abordagem errada e acrescentou que os Estados Unidos "sentiriam isso em nível nacional", se tarifas permanecerem em vigor por muito tempo.

Powell disse que, descontando o risco de uma guerra comercial tirar a recuperação global do caminho, a economia está à beira de "vários anos" numa posição em que o mercado de trabalho continua forte e a inflação fica ao redor da meta de 2 por cento do Fed.

Em um testemunho escrito ao Comitê Bancário do Senado, o chair do Fed sinalizou não apenas que acredita que a economia está indo bem, mas que uma era de crescimento estável pode continuar desde que o Fed acerte em suas decisões de política.

"Com uma política monetária apropriada, o mercado de trabalho permanecerá forte e a inflação ficará próxima dos 2 por cento nos próximos anos", disse Powell em uma das mais fortes afirmações de que o Fed está ao alcance de suas metas mais de uma década depois que os Estados Unidos enfrentaram uma profunda crise financeira e recessão.

TAXA DE JUROS

O Fed "acredita que -por enquanto- o melhor caminho é continuar elevando gradualmente a taxa de juros" de forma a acompanhar o fortalecimento da economia, mas não subi-la tão alto ou tão rápido de modo que isso enfraqueça o crescimento, disse.

Ele não abordou suas opiniões sobre o ritmo apropriado de aperto ou se acha, como alguns de seus colegas argumentaram, que o Fed deveria pausar seu ciclo de aumento da taxa de juros em algum momento do próximo ano se a inflação continuar sob controle. A expectativa é que o BC norte-americano aumente as taxas mais duas vezes este ano, a partir do nível atual de entre 1,75 e 2 por cento.

Powell vai comparecer diante de um comitê da Câmara na quarta-feira.

Em comentários recentes, Powell e outras autoridades do Fed se recusaram a declarar "vitória" em seus esforços para atingir a meta de inflação de 2 por cento, embora a maioria tenha reconhecido que, com o desemprego em 4 por cento, sua meta de emprego foi atingida.

Mas a medida preferencial de inflação do Fed atingiu 2,3 por cento em maio, e chegou precisamente a 2 por cento depois de excluídos preços mais voláteis de alimentos e energia.

A inflação está "próxima" da meta do Fed e "os dados recentes são encorajadores", disse Powell ao descrever as razões pelas quais ele acha que a expansão de quase uma década dos Estados Unidos deve continuar.

As taxas de juros ainda baixas, um sistema financeiro estável, o crescimento global contínuo e o impulso dos recentes cortes de impostos e do aumento dos gastos federais "continuam a apoiar a expansão", disse Powell.

Depois de um sólido começo de ano, o crescimento parece ter acelerado à medida que "ganhos robustos de emprego, aumento da renda depois de impostos e otimismo entre as famílias aumentaram os gastos dos consumidores nos últimos meses. O investimento das empresas continuou crescendo a um ritmo saudável", disse.

Powell concordou com a incerteza em torno das políticas comerciais do governo Trump, que organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiram que poderiam conter o crescimento global se as rodadas de tarifas e retaliações de outros países aumentassem os preços, diminuíssem a demanda e interrompessem as cadeias globais de fornecimento.

Mas "é difícil prever o resultado final das discussões atuais sobre a política comercial", disse. No geral, os riscos para a economia foram "mais ou menos equilibrados", com o "caminho mais provável para a economia" sendo o de ganhos contínuos com emprego, inflação moderada e crescimento constante.

Preços de petróleo ficam estáveis com previsão sobre estoque dos EUA e receio com a Venezuela

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo ficaram estáveis nesta terça-feira, com o foco do mercado se voltando para a queda nos estoques dos Estados Unidos e para as novas restrições na produção da Venezuela e da Líbia.

As interrupções na oferta da Venezuela voltaram ao centro das atenções já que dois dos quatro melhoradores de petróleo do país entrarão em manutenção nas próximas semanas. As unidades têm uma capacidade combinada de processar 700 mil barris por dia (bpd) e são usadas para preparar petróleo pesado para exportação.

"Toda vez que há uma atualização de que a situação na Venezuela está, de fato, piorando, isso faz com que o mercado suba", disse John Kilduff, sócio na Again Capital Management.

Os futuros do petróleo dos EUA (WTI) subiram 0,02 dólar, para 68,08 dólares o barril.

O petróleo Brent avançou 0,32 dólar, para 72,16 dólares por barril, depois de ter sido negociado a 71,35 dólares o barril, sua mínima desde 17 de abril.

Além da diminuição da produção na Venezuela, os operadores também estavam prestando atenção nos estoques dos EUA, que espera-se terem caído 3,5 milhões de barris na semana até 13 de julho, de acordo com uma pesquisa preliminar da Reuters.

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Fonte:
Reuters

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