Peso argentino passa por queda livre apesar de aumento dos juros para 60%

Publicado em 30/08/2018 21:21

BUENOS AIRES (Reuters) - O peso argentino sofreu a maior queda diária desde dezembro de 2015, perdendo quase um quinto de seu valor nesta quinta-feira, apesar de o banco central elevar os juros para 60 por cento, com pânico dos investidores sobre a forma como o presidente Mauricio Macri gerencia a crise econômica.

Operadores de mercado afirmaram que o nervosismo de seus atores foi um dos mais altos dos últimos tempos, diante de uma moeda que passou a perder mais da metade de seu valor frente ao dólar somente em 2018 e com uma inflação que cada vez mais reduz o poder de compra da população.

"A recessão (econômica) é o principal problema do governo" e "se não recupera a confiança, continua pagando com a alta do dólar", disse o economista Federico Furiase, da consultoria EcoGo.

"O mercado continua com o polegar para baixo e tem o impacto na economia real... além de o contexto internacional ser adverso para as economias emergentes", acrescentou.

Diferentes autoridades do governo argentino tentaram nesta quinta-feira conter a crise financeira com mensagens de otimismo, mas no mercado aumentou a incerteza dos investidores e empresários fizeram críticas.

O peso caiu 13,12 por cento, a 37,60/39,25 por dólar, com falta de oferta de divisas por parte de exportadores e uma demanda maciça. O piso mínimo intradiário chegou a 42,0 pesos por dólar.

A desvalorização terminou sendo a segunda maior na era presidencial de Mauricio Macri, que ao assumir o governo em dezembro de 2015 liberou o mercado cambial, o que fez o peso cair na época quase 30 por cento em uma sessão.

Nesta quinta-feira, o banco central se viu obrigado a oferecer 500 milhões de dólares, dos quais leiloou 300 milhões, com a ideia de firmar um preço final de mercado diante da maior volatilidade diária desde que se liberou o regime cambial há quase três anos.

Somente esta semana, a autoridade monetária acumula vendas de 1,4 bilhão de dólares de suas reservas para conter o peso, um esforço sem grandes resultados. A injeção se eleva a 2,076 bilhões de dólares em agosto e chega a 13,511 bilhões no ano, segundo dados oficiais.

Argentina vai anunciar novas medidas econômicas na segunda-feira, diz Ministério da Fazenda

BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina vai anunciar na segunda-feira um pacote de medidas econômicas para reduzir seu déficit fiscal abaixo da meta atual 1,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, disse o ministro da Fazenda, Nicolas Dujovne, a repórteres nesta quinta-feira.

Ele afirmou que viajará para Washington no final da segunda-feira para se encontrar com membros da equipe técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) para discutir mudanças no acordo de financiamento de 50 bilhões de dólares, fechado neste ano, após uma queda de 20 por cento no peso ante o dólar nos últimos dois dias.

"Estamos convencidos de que esse nível da taxa de câmbio exagera os fundamentos da economia argentina", disse Dujovne, acrescentando que o país ainda seria "competitivo" com um peso mais forte.

O peso caiu 13,2 por cento a 39,25 por dólar nesta quinta-feira.

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Fonte:
Reuters

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