China cancela negociações comerciais com EUA, diz Wall Street Journal

Publicado em 22/09/2018 11:25
na Reuters

XANGAI (Reuters) - A China cancelou negociações comerciais com os Estados Unidos e não enviará o vice-premiê Liu He para Washington na próxima semana, informou o Wall Street Journal, que citou fontes.

O jornal disse que uma delegação de nível médio iria viajar para Washington antes da visita de Liu, mas agora isso não vai acontecer.

No início desta semana, a China acrescentou tarifas a produtos norte-americanos no valor de 60 bilhões de dólares, em relatiação a Washington. A disputa crescente tem gerado preocupação nos mercados.

Um funcionário da Casa Branca havia dito na sexta-feira que os EUA estão avaliando a resposta da China à últimas tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump, mas ainda não há uma data definida para novas medidas.

Casa Branca diz que há otimismo em negociação comercial com China

 

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão otimistas em encontrar uma maneira de avançar em negociações sobre a disputa comercial com a China, mas não há data marcada para novas conversações, uma vez que o país aguarda a resposta de Pequim à última rodada de tarifas, disse um funcionário da Casa Branca.

A autoridade disse que, apesar de seus protestos, a China estava bem ciente das exigências dos EUA de suspender o que Washington considera práticas comerciais injustas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, deixou clara sua decisão sobre o assunto, disse a autoridade, e os dois lados permanecem em contato.

"Temos sido muito claros em todas essas reuniões sobre o que é necessário", disse a autoridade.

"Ainda estou otimista de que há um caminho positivo adiante, e o presidente quer que continuemos nos engajando para tentar alcançar um caminho positivo no futuro".

Os comentários do funcionário vieram antes de uma reportagem do Wall Street Journal de que a China havia cancelado negociações de comércio de nível médio com os Estados Unidos, assim como uma visita a Washington do vice-primeiro-ministro Liu He, programada para a próxima semana.

 

MERCADOS GLOBAIS- Menor preocupação com comércio impulsiona ações para máximas em seis meses

Por Herbert Lash

NOVA YORK (Reuters) - O dólar norte-americano se recuperou e as ações mundiais alcançaram uma máxima de seis meses nesta sexta-feira, após o anúncio de medidas na China para impulsionar o consumo doméstico disparar um rali puxado por apostas de investidores de que a mais recente tensão comercial entre EUA e China não deverá prejudicar o crescimento global.

Os índices acionários de referência dos EUA S&P 500 e Dow Industrials alcançaram máximas recordes pela segunda sessão consecutiva, embora o S&P tenha fechado em baixa, assim como o Nasdaq.

O índice MSCI, que mede o desempenho de ações em todo mundo, avançou 0,3 por cento e atingiu o maior nível desde 13 de março.

A libra esterlina caiu e impulsionou o dólar após a primeira-ministra britânica, Theresa May, dizer que as negociações do Brexit chegaram a um impasse e que a União Europeia deve oferecer um plano alternativo após os líderes do bloco rejeitarem seu plano.

A libra caiu 1,42 por cento, maior queda diária desde junho de 2017.

"As pressões de baixa da libra estão aí com força total. Eles pressionaram a libra agressivamente nesta manhã", disse Dean Popplewell, estrategista-chefe de divisas da Oanda, em Toronto, no Canadá.

O dólar se recuperou de perdas de mais cedo, mas ainda caminhava para a sua maior queda semanal diária desde fevereiro, à medida que o rali no mercado de ações e o aumento dos rendimentos de títulos alimentaram uma corrida de compras de ativos de maior risco. O índice do dólar subiu 0,32 por cento, a 94.216 pontos contra uma cesta das principais moedas.

Um rali nos mercados chineses ajudou a elevar o índice mais amplo do MSCI de ações da região Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, em 1,24 por cento, em parte por expectativas de que Pequim injetará mais recursos em sua economia para lidar com a guerra comercial.

 

A águia e o dragão, editorial da FOLHA

A tensão entre as duas maiores economias do mundo continua a subir. Após alguns meses de impasse, os Estados Unidos decidiram taxar US$ 200 bilhões em importações da China, que retaliou com tarifas sobre US$ 60 bilhões de suas compras de produtos americanos.

Trata-se de uma escalada importante após a primeira rodada de restrições, em julho, que atingia um volume de comércio bem menor. Desta vez, as sobretaxas dos EUA foram fixadas em 10% até o fim do ano, mas aumentarão para 25% caso não haja acordo mais amplo. 

O presidente Donald Trump disse ainda que a medida poderá atingir mais US$ 267 bilhões, cobrindo a totalidade das vendas chinesas.

A despeito da oposição de setores afetados, parece haver amplo apoio à política de antagonizar o país asiático, em razão da percepção de que este atua de forma assimétrica, com práticas discriminatórias em favor de suas empresas e transferência forçada de tecnologia ocidental como preço de acesso ao seu gigantesco mercado. 

Há que destacar, em paralelo, um esforço de acomodação dos EUA com outros parceiros. A reforma do Nafta (acordo de livre comércio com Canadá e México) está em curso; Washington e a União Europeia concordaram em negociar, evitando, ao menos por ora, a imposição de tarifas sobre importações americanas de automóveis. 

Os europeus têm dado sinais de que partilham das preocupações de Trump quanto às atitudes da China, mesmo que reprovem os métodos de retaliação. O tema, aliás, vai além do comércio e diz respeito à liderança tecnológica. 

Embora improvável, uma coalizão ocidental contra sua agenda de incentivo à indústria, delineada no plano Made in China 2025, seria um problema bem maior para as autoridades do gigante emergente do que um confronto isolado com os americanos. 

Correta ou não, consolida-se a leitura de que os chineses buscam supremacia tecnológica e se posicionam como um competidor estratégico, o que deve redesenhar as relações de comércio e produção. 

Nesse contexto, mesmo que não haja uma declaração de guerra comercial e o volume já atingido pelas tarifas represente ainda uma diminuta parcela do comércio mundial, a escalada de restrições implica riscos crescentes.

China convoca embaixador dos EUA após sanção por compra de jatos russos

Por David Stanway e Lesley Wroughton

XANGAI/PEQUIM (Reuters) - O Ministério de Relações Exteriores da China convocou neste sábado o embaixador dos EUA em Pequim para protestar contra a decisão de Washington de sancionar uma agência militar chinesa e seu diretor após a compra de caças russos e de avançado sistema de mísseis terra-ar.

O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Zheng Zeguang, convocou o embaixador Terry Branstad para apresentar "representações severas" e protestar contra as sanções, disse a pasta.

Mais cedo, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse que a decisão da China de comprar caças e sistemas russos foi um ato normal de cooperação entre países soberanos, e que os Estados Unidos "não tinham o direito de interferir".

Na quinta-feira, o Departamento de Estado dos EUA impôs sanções ao Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos da China (EED, na sigla em inglês) depois que o órgão se envolveu em "transações significativas" com a Rosoboronexport, principal exportadora de armas da Rússia.

As sanções estão relacionadas com a compra pela China de dez aeronaves de combate SU-35 em 2017 e equipamentos relacionados ao sistema de mísseis terra-ar S-400 em 2018, informou o Departamento de Estado.

As sanções impedirão o EED e seu diretor, Li Shangfu, de solicitarem licenças de exportação e de participarem do sistema financeiro dos EUA.

"A abordagem dos EUA é uma flagrante violação das normas básicas das relações internacionais... e uma séria violação das relações entre os dois países e seus dois exércitos", disse Wu em um comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa chinês.

O porta-voz disse que os EUA foram avisados que enfrentariam "consequências" se não revogassem imediatamente as sanções.

 

China diz que EUA não devem interferir em cooperação militar com Rússia


XANGAI/PEQUIM (Reuters) - A decisão da China de comprar caças e sistemas de mísseis da Rússia é um ato normal de cooperação entre países soberanos e os Estados Unidos "não têm o direito de interferir", disse neste sábado o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian.

Na quinta-feira, o Departamento de Estado dos EUA impôs sanções ao Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos da China (EED, na sigla em inglês) depois que o órgão se envolveu em "transações significativas" com a Rosoboronexport, principal exportadora de armas da Rússia.

As sanções estão relacionadas com a compra pela China de dez aeronaves de combate SU-35 em 2017 e equipamentos relacionados ao sistema de mísseis terra-ar S-400 em 2018, informou o Departamento de Estado.

As sanções impedirão o EED e seu diretor, Li Shangfu, de solicitarem licenças de exportação e de participarem do sistema financeiro dos EUA.

"A abordagem dos EUA é uma flagrante violação das normas básicas das relações internacionais... e uma séria violação das relações entre os dois países e seus dois exércitos", disse Wu em um comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa chinês.

O porta-voz disse que os EUA foram avisados que enfrentariam "consequências" se não revogassem imediatamente as sanções.

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Fonte:
Reuters

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