Bolsonaro defende redução de ministérios e privatização de estatais

Publicado em 08/10/2018 11:07
Novo relatório da consultoria Eurasia aponta que as chances de Jair Bolsonaro vencer no segundo turno subiram de 60% para 75%. O aumento decorre do fato de Bolsonaro ter ficado muito próximo da metade de todos os votos válidos neste domingo (em O Antagonista)

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(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, defendeu em publicação no Twitter na manhã desta segunda-feira a redução no número de ministérios e privatização de estatais, um dia após obter 46,03 por cento dos votos válidos no primeiro turno da eleição presidencial.

"Reduzir o número de ministérios, extinguir e privatizar estatais, combater fraudes no Bolsa Família para que quem precise possa ter este amparo humanitário ampliado, descentralização do poder dando mais força econômica aos Estados e municípios. A política a serviço do brasileiro!", escreveu Bolsonaro.

Mais 15 estatais podem recorrer ao dinheiro do povo (Valor/O Antagonista)

O próximo governo terá entre os desafios na área econômica a busca por soluções para a situação financeira de até 15 estatais federais, registra o Valor.

“Técnicos do governo estão preocupados com o risco de empresas como Eletrobras, Correios, Infraero e Telebras serem obrigadas a recorrer aos cofres da União para pagar despesas como as de pessoal. Isso poderia tornar as companhias dependentes do Tesouro Nacional, o que agravaria a situação das contas públicas do país.

Das 138 estatais federais, atualmente 91 são consideradas de controle indireto por serem subsidiárias de empresas como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. As 47 restantes são as companhias de controle direto – dentro desse grupo estão as 18 que já figuram como dependentes. Ou seja, que já recebem recursos da União para pagar despesas com pessoal ou custeio. Na avaliação de técnicos do Tesouro, mais 15 companhias correm o risco integrar esse grupo.”

É o dinheiro do povo brasileiro sendo torrado para sustentar o Estado inchado (e ineficiente) brasileiro.(O Antagonista)

Não posso virar "Jairzinho paz e amor" no 2º turno, diz Bolsonaro

(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que não pode se transformar em "Jairzinho paz e amor" para tentar angariar mais votos no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, dizendo que vai se manter fiel a seus posicionamentos conservadores.

“Olha só, eu não posso virar o ‘Jairzinho Paz e Amor’ e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa. É lógico que a gente usa sinônimos, de vez em quando eu falava palavrões, eu não falo mais”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan, em uma referência à expressão usada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se afastar da pecha de radical.

Bolsonaro, que obteve 46 por cento dos votos válidos no primeiro turno da eleição presidencial, reiterou que está em negociações com parlamentares de diferentes partidos para montar uma base de apoio a seu eventual governo, uma vez que, segundo ele, não seria possível governar apenas com os parlamentares eleitos de sua própria legenda.

O PSL elegeu no domingo 52 parlamentares, segundo site da Câmara dos Deputados, em um avanço gigantesco em relação ao pleito passado quando havia eleito apenas um deputado federal. Bolsonaro afirma ter o apoio de parlamentares de diferentes partidos que apoiam sua agenda conservadora.

"Estamos conversando, ao longo de dois anos, individualmente com parlamentares, porque tem deputado honesto", afirmou o candidato do PSL, que vai enfrentar no 2º turno o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que recebeu 29 por cento dos votos no primeiro turno da disputa presidencial, no domingo.

O presidente do PSL, Gustavo Bebiano, e o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos aliados de primeira hora de Bolsonaro, disseram no domingo que o ex-capitão buscará os votos do PSDB e tentará apoios de todos os partidos, menos os de esquerda.

Na entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro reiterou que não vai recriar a CPMF caso seja eleito, e disse que seu principal assessor econômico, Paulo Guedes, admitiu ter cometido um "ato falho" nessa questão ao citar uma possível volta da cobrança.

"Quando ele (Guedes) falou em CPMF foi um ato falho dele, ele quer diminuir o número de impostos, agora ao diminuir você tem um outro nome, é IVA, seja lá o que for, ele falou algo parecido com CPMF e ninguém quer, da minha parte não volta a CPMF porque eu acho que é um imposto injusto”, afirmou.

Bolsonaro já havia negado uma possível volta da CPMF em outras ocasiões, depois que seu coordenador econômico disse a um grupo de investidores no mês passado que recriaria um tributo nos moldes da CPMF.

Ibovespa dispara 6% após desempenho forte de Bolsonaro no 1º turno das eleições

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa disparava 6 por cento nos primeiros negócios desta segunda-feira, após o candidato Jair Bolsonaro conquistar votação expressiva no primeiro turno das eleições presidenciais e o seu partido, o PSL, obter relevante número de assentos na Câmara dos Deputados.

Às 10:22, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subia 6,04 por cento, a 87.291,77 pontos.

Juros futuros: DIs desabam com busca por risco após votação expressiva em Bolsonaro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros desabavam nesta segunda-feira, com os investidores comprando risco após a expressiva votação de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno das eleições presidenciais.

"Num claro sinal de apoio ao candidato Jair Bolsonaro, os juros longos recuam na esteira da perspectiva que o candidato do PSL e seu assessor econômico Paulo Guedes irão encaminhar uma série de políticas de cunho liberal, entre elas a venda de ativos e corte mais robustos dos gastos públicos", escreveu o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito.

"O otimismo se apoia também na perspectiva que o candidato terá o apoio de uma robusta bancada na Câmara e no Senado para encaminhar suas propostas", acrescentou, lembrando que esse apoio o credencia para fazer reformas.

Com 99,99 por cento das seções eleitorais apuradas, Bolsonaro recebeu 46,03 por cento dos votos válidos enquanto o petista Fernando Haddad, que vai disputar com ele o segundo turno, ficou com 29,28 por cento do total.

Além disso, Bolsonaro conseguiu transformar seu partido, o até então nanico PSL, em uma potência parlamentar, provocando uma mudança sísmica. O PSL deve ficar com 51 cadeiras na Câmara dos Deputados, de 513 assentos, de acordo com projeção da XP Investimentos, ficando atrás apenas do PT, de Haddad, que deve ter 57 vagas.

"O segundo turno provavelmente será mais apertado, mas Bolsonaro tem uma vantagem clara", escreveu o economista-sênior de mercados emergentes da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics (CE), William Jackson, ao acrescentar que "a forte exibição de Jair Bolsonaro e seu partido nas eleições aumentou as chances de uma reforma pró-mercado".

A Capital Economics ainda lembrou que a plataforma econômica de Bolsonaro é muito favorável ao mercado, incluindo reforma previdenciária, independência total do banco central, privatizações e redução no tamanho do Estado. Por outro lado, segunda a empresa de pesquisas macroeconômicas, a plataforma do PT promete suspender privatizações, reverter a reforma trabalhista e mudar o mandato do Banco Central.

Com os investidores animados com um desfecho mais pró-mercado do segundo turno, a precificação da curva de juros a termo nesta segunda-feira indicava 76 por cento de chances de alta de 0,25 ponto percentual da Selic em outubro, ante cerca de 95 por cento na sexta-feira, com o restante apostando em manutenção da taxa, segundo operadores.

A Selic está atualmente no piso histórico de 6,50 por cento ao ano.

Dólar recua e vai abaixo R$ 3,75 com investidores animados por desempenho de Bolsonaro no 1º turno

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha forte queda e chegou a operar abaixo de 3,75 reais nesta segunda-feira, com os investidores animados diante da votação expressiva de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno da eleição presidencial já que enxergam nele um perfil mais reformista.

Às 10:23, o dólar recuava 2,55 por cento, a 3,7585 reais na venda, depois de ter batido na mínima da sessão 3,7094 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 2,2 por cento.

Na sexta-feira, a moeda terminou com recuo de 1 por cento, a 3,8570 reais, tendo encerrado a semana com queda acumulada de 4,46 por cento, o maior recuo semanal desde março de 2016.

"O desempenho de Bolsonaro no primeiro turno o mantém como favorito na disputa, seja pela votação recebida --muito próxima dos 50 por cento-- seja pelo quadro das disputas nos Estados ou ainda pela equiparação de armas na campanha de segundo turno", escreveu a corretora XP investimentos.

Com 99,99 por cento das seções eleitorais apuradas, Bolsonaro recebeu 46,03 por cento dos votos válidos enquanto o petista Fernando Haddad, que vai disputar com ele o segundo turno, ficou com 29,28 por cento do total.

Bolsonaro conseguiu transformar seu partido, o até então nanico PSL, em uma potência parlamentar, provocando uma mudança sísmica. O PSL deve ficar com 51 cadeiras na Câmara dos Deputados, de 513 assentos, de acordo com projeção da XP Investimentos, ficando atrás apenas do PT, de Haddad, que deve ter 57 vagas.

"Parte da animação do mercado advém na renovação do Congresso. Essa renovação, independentemente da sigla partidária, dá esperança ao povo", disse o diretor de operações da Mirae, Pablo Syper, para quem, no entanto, a volatilidade deve continuar alta até o desfecho das eleições, com as pesquisas ainda ditando o humor do mercado.

A preferência no mercado financeiro por Bolsonaro é apoiada no seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes. Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta manhã, o candidato disse que a ideia é que ambos andem juntos.

O mercado doméstico, assim, operava na contramão do exterior, onde o dólar subia ante a cesta de moedas e ante as divisas de países emergentes.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de 8,027 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Carlos Carneiro Paraipaba - CE

    Acredito que a melhor forma de resolver o problema das estatais é fortalece-las, indicando apenas pessoal técnico para comandá-las e parar de lotear para políticos; privatizar ou extinguir só trará mais drama do desemprego para o país. A venda das estatais não interessa para o Brasil e sim para os bolsos da iniciativa privada.

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    • Alvaro Mariussi Tupãssi - PR

      Sr. Carlos, genial. Como ninguém teve essa ideia antes? Seguindo sua lógica, para acabar com o problema do desemprego no Brasil basta estatizar todas as empresas, assim teremos emprego de sobra, vai poder até escolher onde trabalhar. Agora me diga, se as estatais "são do povo brasileiro" porque não posso vender minha parte e pegar o dinheiro? Ou pegar o dinheiro dos lucros e usar como eu bem entender? Já passou da hora do povo perceber que empresas estatais só servem para prestar serviços de péssima qualidade e roubar dinheiro do povo! Tem que privatizar tudo, aí sim vai ajudar a resolver o problema do desemprego.

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  • Joacir A. Stedile Passo Fundo - RS

    Sabe quais estatais à privatizar, JB? TODAS...

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