Ibovespa segue NY e sobe quase 3% puxado por bancos e Petrobras e de olho em eleição

Publicado em 16/10/2018 18:04

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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de quase 3 por cento nesta terça-feira, puxado pelo avanço das ações de bancos e da Petrobras, mas também beneficiado pelos fortes ganhos em Wall Street, além de expectativas sobre a disputa eleitoral no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 2,83 por cento, fechando a 85.717,56 pontos. O giro financeiro do pregão somou 14,4 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, as bolsas também tiveram acréscimos expressivos, refletindo resultados corporativos acima do esperado por companhias, entre elas o Goldman Sachs. O S&P 500 subiu 2,15 por cento.

"Foi Nova York que ditou o ritmo no mercado no Brasil", disse o chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado, atribuindo o movimento a compras principalmente de investidores locais.

Dados da B3 desta terça-feira mostraram saída de estrangeiros nos últimos três pregões da semana passada, no total de 786 milhões de reais. No mercado futuro, esses participantes também elevaram suas posições vendidas em índice.

"Eles já vinham reduzindo bem a posição comprada desde antes do primeiro turno eleitoral. Na semana passada, zeraram e passaram a ficar vendidos, seguindo o forte ajuste global nos mercados acionários", acrescentou um analista.

Do cenário doméstico, com o início da temporada de balanços agendado para a próxima semana, o panorama político continuou dominando os holofotes e favorecendo apostas de vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno no final do mês.

Pesquisa Ibope divulgada na noite da véspera mostrou o candidato do PSL à Presidência com 59 por cento dos votos válidos, enquanto o petista Fernando Haddad teve 41 por cento.

DESTAQUES

- BRADESCO PN avançou 4,77 por cento, liderando os ganhos dos bancos no Ibovespa. BANCO DO BRASIL fechou em alta de 4,37 por cento, ITAÚ UNIBANCO PN subiu 4 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com acréscimo de 3,27 por cento.

- PETROBRAS PN ganhou 3,73 por cento, na esteira de expectativas mais favoráveis para o Brasil pós-eleições e com o petróleo em alta. A petrolífera também assinou com a CNODC, subsidiária da chinesa CNPC, acordo para concluir obras da refinaria do Comperj e investimentos no cluster de Marlim, na Bacia de Campos.

- VALE fechou com avanço de 0,05 por cento. O presidente da maior produtora global de minério de ferro, Fabio Schvartsman, disse que a Vale busca empenhar seu caixa na política de dividendos para remuneração de acionistas e planeja comprar ações de tempos em tempos. Entre as siderúrgicas, CSN disparou 8,5 por cento.

- SMILES avançou 8,2 por cento, em sessão de ajuste, após despencar quase 40 por cento na véspera, quando foi afetada pelo anúncio da sua controladora, a companhia aérea Gol, de que não pretente renovar acordo com a empresa de programa de fidelidade e planeja incorporá-la, em ampla reorganização societária. GOL PN valorizou-se 12,85 por cento, uma vez que analistas veem sinergias com a operação.

- HYPERA encerrou em baixa de 1,97 por cento, maior queda do Ibovespa. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) julga na quarta-feira um auto de infração envolvendo a venda da Mantecorp para a Hypermarcas em 2010, de acordo como jornal o Estado de S.Paulo.

- KROTON e ESTÁCIO caíram 1,31 e 0,75 por cento, respectivamente, em meio a preocupações sobre os resultados do terceiro trimestre após prévias operacionais. "As empresas de educação superior estão divulgando os dados de base de alunos do terceiro trimestre e os resultados mostram um cenário desafiador para o setor", disse a XP Investimentos.

Bolsonaro diz que, se eleito, BC decidirá juro sem interferência política

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira em entrevista ao SBT que, se vencer a eleição no dia 28, o Banco Central continuará decidindo sobre a taxa de juros sem interferência política.

"Sem interferência, inclusive o Banco Central independente de política, o tripé macroeconômico tem que continuar em vigor, e o Paulo Guedes está com uma equipe muito grande e trabalha nesse sentido. A responsabilidade dele é enorme nessa área", disse Bolsonaro à emissora.

Na entrevista, o ex-capitão do Exército também reiterou que a proposta de reforma da Previdência que está no Congresso dificilmente será aprovada.

"Nós vamos fazer a nossa reforma. Essa que está aí dificilmente vai ser aprovada. Não podemos penalizar, por exemplo, quem já tem direito adquirido. O próprio servidor público já sofreu duas reformas previdenciárias. Podemos mexer em alguma coisa, sim. Temos ideias e propostas neste sentido. Mas ninguém será penalizado", garantiu, sem dar detalhes sobre qual reforma previdenciária proporá caso vença a eleição.

Bolsonaro disse ainda que até poderá fazer mudanças na Previdência dos militares, mas afirmou que não igualaria o regime dos membros das Forças Armadas ao dos demais trabalhadores.

"Quando se fala em Previdência do militar, ela é diferente. Nós não temos hora extra, fundo de garantia, direito a greve, repouso remunerado, nada. Ao longo de 30 anos de carreira, na verdade, o militar trabalha 45 anos. Você propor alguma mudança, sim, mas você não pode igualar aos demais com direitos trabalhistas diferentes", afirmou.

O ex-capitão do Exército reiterou ainda que não elevará impostos e voltou a rejeitar a criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF, como teria chegado a ser aventado pelo economista Paulo Guedes, que Bolsonaro já anunciou como ministro da Economia caso ele seja eleito.

"Não tem aumento de imposto, não tem criação de CPMF, não tem nada disso daí, muito pelo contrário", assegurou.

Senado rejeita projeto que ajudaria na venda de distribuidora da Eletrobras no AM

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado rejeitou nesta terça-feira o projeto de lei que ajudaria na privatização de distribuidoras da Eletrobras, especialmente a unidade do Amazonas, cujo leilão está previsto para o dia 25 de outubro.

A Eletrobras já vendeu quatro distribuidoras este ano. Mas falta à estatal a unidade do Amazonas, a mais deficitária das empresas, que acumula prejuízos bilionários, e a de Alagoas, cuja privatização está suspensa por uma decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) após ação do governo alagoano.

A estatal já vendeu suas distribuidoras no Acre e Rondônia, compradas pela Energisa, e em Roraima, adquirida pela Oliveira Energia. Já unidade no Piauí, a Cepisa, foi adquirida pela Equatorial Energia.

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Fonte:
Reuters

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