Ibovespa fecha em queda com declínio em commodities pressionando Vale e Petrobras

Publicado em 23/11/2018 17:06

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SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda de mais de 1 por cento nesta sexta-feira, ampliando a perda na semana para 2,6 por cento, em meio ao tombo das ações da Vale e da Petrobras , conforme preocupações com o crescimento econômico global derrubaram preços de commodities no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa <.BVSP> caiu 1,43 por cento, a 86.230,22 por cento.

O volume financeiro no pregão somou 12,78 bilhões de reais, mais fraco que a média diária do mês, de 14,85 bilhões de reais, afetado pela sessão mais curta nas bolsas nos Estados Unidos e entre o feriado do Dia de Ação de Graças e o fim de semana, com muitos agentes financeiros emendando.

Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,6 por cento, deixando o desempenho de novembro negativo em 1,4 por cento. No ano, contudo, ainda sobe 12,86 por cento.

Para economistas do Barclays, os mercados globais voltaram a ser pressionados pela incerteza política elevada e preocupações com as perspectivas de crescimento da economia mundial, conforme nota a clientes nesta sexta-feira, assinada por Gapen, Christian Keller e Antonio Garcia Pascual.

"Não há como negar a desaceleração do crescimento global, mas a mera extrapolação do 'momentum' recente pode representar um quadro excessivamente pessimista", avaliam. Eles veem espaço para redução do ruído político (Brexit/orçamento da Itália) e incertezas comerciais (EUA-China) nas próximas semanas.

Em Wall Street, o S&P 500 <.SPX> encerrou com queda de 0,66 por cento, acumulando perda de mais de 3 por cento na semana e de cerca de 10 por cento ante sua máxima recorde de fechamento em 20 de setembro. O petróleo Brent desabou 6 por cento, para 58,80 dólares o barril.

Do cenário doméstico, o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, destacou que os anúncios recentes de novos nomes para a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (ministérios e estatais) reforçaram o viés econômico liberal do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, o que agradou agentes de mercado.

"No entanto, os eventos no exterior suscitaram fuga de ativos de risco, o que afetou commodities e mercados emergentes em geral, minando também a bolsa no Brasil", disse.

Dados da B3 mostram saída líquida de 3,36 bilhões de reais em capital externo no segmento Bovespa em novembro até o dia 21 (última informação disponível). No ano, o saldo está negativo em 9,27 bilhões de reais.

DESTAQUES

- VALE despencou 6,83 por cento, acompanhando o movimento de outras ações de mineradoras negociadas no mercado europeu <.SXPP>, na esteira da queda dos preços de minério de ferro na China e de outros metais. BRADESPAR PN , holding que concentra seus investimentos em Vale, recuou 5,72 por cento. [nL2N1XY07S]

- PETROBRAS PN caiu 3,1 por cento e PETROBRAS ON recuou 2,34 por cento, pressionadas pelo forte recuo dos preços do petróleo no exterior, que fecharam em mínimas de 2018. A sessão também teve nova fase da operação Lava Jato, com a Polícia Federal cumprindo 22 mandados de prisão por propina de 68 milhões de reais em obra da companhia na Bahia. [nL2N1XY07R]

- USIMINAS PNA cedeu 4,86 por cento, com papéis de siderúrgicas também afetados por apreensões sobre a economia global. A companhia reuniu-se com investidores nesta sexta-feira. De acordo com relato de analistas do Bradesco BBI, está confiante de que conseguirá reajustar em 20 a 25 por cento os preços de aço para montadoras a partir de janeiro.[nL2N1XY0P9]

- BANCO DO BRASIL valorizou-se 0,79 por cento, a 44,80 reais, cotação de fechamento recorde, após comentários do economista Rubem Novaes, indicado para presidir o banco no próximo governo, de que pretende usar os mercados de capitais em processos de privatizações dentro da instituição financeira. Na máxima do dia, a ação chegou a 45,79 reais.[nL2N1XY0BV]

- BB Seguridade subiu 1,38 por cento, também beneficiada pelas sinalizações do futuro presidente do BB, uma vez que a companhia é o braço de seguros e previdência do banco.

- BRF caiu 3,82 por cento, após alta nos dois pregões anteriores, período em que acumulou valorização de 11,6 por cento. Apesar de notícias mais positivas nesta semana, como a abertura do mercado mexicano para algumas fábricas brasileiras, incluindo da BRF, as perspectivas para a companhia seguem desafiadoras, com endividamento ainda bastante elevado.

- B2W avançou 3,38 por cento e MAGAZINE LUIZA teve acréscimo de 1,47 por cento, em meio ao evento promocional Black Friday no comércio, enquanto VIA VAREJO UNIT cedeu 1,15 por cento. A consultoria Ebit|Nielsen estima que o faturamento das vendas online na Black Friday neste ano cresça 15 por cento em relação a 2017. [nL2N1XY0NS]

- SARAIVA PN , que não está no Ibovespa, caiu 13,88 por cento, para 1,80 real, menor cotação de fechamento da sua história, após a maior rede de livrarias do país pedir recuperação judicial ao não conseguir acordo com fornecedores para renegociar dívidas.[nL2N1XY0T6].

Queda do petróleo arrasta Wall Street para baixo

Pedestres caminham em frente à Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos

Por Medha Singh

(Reuters) - Os mercados acionários norte-americanos caíam nesta sexta-feira conforme os preços de petróleo atingiam a mínima de mais de um ano e derrubavam as ações de energia, e investidores continuavam nervosos antes das negociações comerciais EUA-China na cúpula do G20 na semana que vem.

Às 12:49, o Dow tinha queda de 0,39 por cento, para 24.368 pontos, o S&P 500 caía 0,41 por cento, para 2.639 pontos e o Nasdaq Composite operava estável, a 6.972 pontos.

O volume de negócios deve ser fraco na sessão mais curta desta sexta-feira, com os mercados de ações fechando às 16h (horário de Brasília). Os mercados não funcionaram na véspera por causa do feriado de Ação de Graças.

O petróleo Brent caía mais de 4 por cento mesmo com produtores de petróleo avaliando um corte na produção para diminuir um crescente superávit global. [O/R]

As grandes petroleiras Exxon Mobil Corp e Chevron Corp caíam cerca de 2 por cento cada uma e estavam entre as maiores quedas no Dow Jones Industrial Average.

Os prestadores de serviço em campos de petróleo Schlumberger NV e Halliburton Co caíam cerca de 3 por cento. Marathon Oil Corp perdia 3,5 por cento.

Isso pressionava o índice de energia do S&P, que recuava 3,1 por cento, a maior queda entre os 11 maiores setores do S&P, que operavam no vermelho ou estáveis.

Wall Street cai, S&P 500 confirma correção

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(Reuters) - Os mercados acionários dos Estados Unidos fecharam em queda após uma sessão reduzida pós-feriado nesta sexta-feira, com um tombo das ações de energia diante da fraqueza contínua dos preços do petróleo, e o índice S&P 500 confirmou sua segunda correção de 2018.

O Dow Jones Industrial Average <.DJI> caiu 0,73 por cento, para 24.285, o S&P 500 <.SPX> perdeu 0,66 por cento, para 2.632 e o Nasdaq Composite <.IXIC> recuou 0,48 por cento, para 6.938 pontos.

Os três índices caíram mais de 3 por cento na semana, com o Dow industrials e o Nasdaq registrando seus maiores recuos semanais percentuais desde março.

O S&P 500 recuou cerca de 10,2 por cento ante sua máxima recorde de fechamento em 20 de setembro, confirmando que entrou em correção.

O S&P entrou em correção pela última vez mais cedo no ano, após uma alta recorde no fim de janeiro, e caindo mais de 10 por cento no início de fevereiro. Aquela correção durou cerca de sete meses, até que o índice teve uma nova máxima no fim de agosto.

Nesta sexta-feira, o índice do setor de energia do S&P 500 <.SPNY> caiu 3,3 por cento, puxado por outra queda nos preços do petróleo, entre temores de excesso de oferta mesmo com os maiores produtores avaliando cortar a produção. Os preços do petróleo caíram cerca de 30 por cento desde o início de outubro.

Ações das grandes petroleiras Chevron e Exxon Mobil caíram 3,4 por cento e 2,7 por cento, respectivamente.

Além de energia, as quedas da Apple e Amazon pesaram sobre o S&P 500, como parte da queda de ações de tecnologia e internet.

"Eu vejo isso como uma continuação das tentativas do mercado de entrar em acordo com o crescimento menor no ano que vem", disse Alicia Levine, estrategista-chefe de mercados na BNY Mellon Investment Management. "O movimento dos preços de hoje é parte dessa história."

(Reportagem adicional de Rodrigo Campos, April Joyner e Medha Singh)

 

 

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Fonte:
Reuters

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