Wall St sobe com expectativa sobre comércio; S&P e Nasdaq têm melhor semana em 7 anos

Publicado em 30/11/2018 20:00

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos subiram nesta sexta-feira, com investidores esperando que as negociações comerciais progridam no encontro entre os presidentes norte-americano e o chinês no fim de semana. O S&P 500 e o Nasdaq registraram seus maiores ganhos percentuais semanais em quase sete anos.

O Dow Jones subiu 0,79 por cento, para 25.538 pontos; o S&P 500 ganhou 0,82 por cento, a 2.760,16 pontos, e o Nasdaq avançou 0,79 por cento, para 7.330 pontos.

O S&P e o Nasdaq tiveram a melhor semana desde dezembro de 2011. O Dow teve o maior ganho semanal em dois anos.

Investidores ficaram animados após comentários do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, e a ata da última reunião do banco central sugerindo que o Fed adotará uma visão baseada em indicadores, em vez de um abordagem ideológica, para futuros aumentos de juros.

Todos os três principais índices acionários dos EUA registraram ganhos percentuais modestos em novembro.

Uma autoridade chinesa disse que "o consenso está crescendo firmemente" nas negociações comerciais entre os EUA e a China conforme a reunião do G20 tinha início em Buenos Aires, criando esperanças de uma solução positiva para a disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrará com o colega chinês Xi Jinping no sábado e o resultado pode influenciar as ações no resto do ano.

"Os três principais assuntos nos quais as pessoas estão realmente focando são o quão dovish o Fed vai ser daqui para frente, como as relações comerciais com a China vão funcionar, e o que está acontecendo nos mercados de petróleo", disse Charlie Ripley, estrategista-senior na Allianz Investment Management.

"Mas conforme recebemos notícias melhores, isso ajudou a elevar os mercados", acrescentou. "É por isso que estamos vendo uma semana como esta."

Dos 11 principais setores do S&P 500, todos exceto energia terminaram a sessão em território positivo.

As ações de energia caíram 0,2 por cento, com a extensão da queda nos preços de petróleo Brent.

Brasil: Exterior se sobrepõe e dólar termina novembro em alta; lua de mel com novo governo ainda não acabou

Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - Um mês depois do tombo de quase 8 por cento por causa da euforia com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, o dólar deve fechar novembro quase 3,5 por cento mais caro do que o real, mas o motivo não tem a ver com o cenário local.

Profissionais consultados pela Reuters atribuíram a valorização da moeda neste mês sobretudo ao mercado internacional, que ficou mais adverso para o risco em meio a temores com guerra comercial, desaceleração econômica, Brexit, Orçamento italiano e, claro, por que não, alguma expectativa sobre o novo governo do Brasil.

"O mercado ainda é muito construtivo com o novo governo", resumiu o diretor de Tesouraria do Bank of China, Jayro Rezende.

O exterior, assim, foi o principal driver do mercado de câmbio em novembro e pode continuar se manifestando em dezembro já que muitas das questões ainda não mostram solução.

"Quando se pega um cenário internacional complicado..., alta de juros nos Estados Unidos..., economias perdendo força e, aqui, há um vácuo de poder com o Congresso vendendo dificuldades, não há ímpeto para continuar o rali", explicou o presidente da BeeTech, empresa de soluções digitalizadas para transferências para fora do país e câmbio, Fernando Pavani.

Em setembro, a perspectiva de que a candidatura de Bolsonaro avançaria gerou um fortalecimento do real ante o dólar na reta final do mês, que terminou em baixa de 0,87 por cento. O resultado foi bastante amplificado em outubro, quando a confirmação de sua vitória fez o dólar terminar com o maior recuo mensal desde junho de 2016, num recuo de 7,79 por cento.

INFLUÊNCIA EXTERNA

Em novembro, entretanto, o dólar pouco a pouco foi ganhando força, com o exterior se sobrepondo às questões domésticas em grande parte do mês, mas o local também se destacou na última quinzena.

"Houve fluxo de saída no final de ano e o mercado também ficou um pouco receoso com a implementação das reformas, com o novo governo", disse o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, ao ponderar que os fundamentos não mudaram. "Então, em geral, eu imaginaria o dólar voltando para mais perto de 3,70 reais."

No final do ano, normalmente, cresce o fluxo de saída de recursos ao exterior, com emissão de lucros e dividendos de empresas a suas matrizes, o que pressiona as cotações da moeda.

O Banco Central, no entanto, agiu prontamente com a injeção de 3 bilhões de dólares em novos contratos de linha --venda com compromisso de recompra--para irrigar o mercado e ainda anunciou a rolagem de todo o vencimento de linha de dezembro, para tentar conter pressões que prejudicassem a cotação "normal" da moeda.

Também já avisou que pretende rolar integralmente os pouco mais de 10 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- que vencem em janeiro de 2019.

 

VOLATILIDADE

Em dezembro, quando a liquidez tende a cair ainda mais por causa das férias de final de ano, a volatilidade pode aumentar no mercado de câmbio, ainda mais se muitas das questões externas voltarem a azedar os ânimos dos investidores.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, no entanto, aliviou um pouco a pressão altista da moeda ao sinalizar esta semana que a trajetória de aumento dos juros nos EUA pode ser mais suave do que imaginado, e há expectativa de que os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, cheguem a um acordo na cúpula do G20, em Buenos Aires.

"O que manda nesse momento é fluxo... se aprovar a cessão onerosa, vai abrir o mercado para a concorrência de empresas estrangeiras e o dinheiro pode voltar", pontuou Rezende, do Bank of China. "Uma outra pernada de melhora seria com as expectativas se materializando", acrescentou.

Nesse ponto, além da cessão onerosa, que pode trazer uma receita bilionária para ajudar no ajuste fiscal e ainda ser aprovada durante a transição, há a reforma da Previdência, uma das principais preocupações do mercado.

Após um novembro sob influência direta de desdobramentos externos, as dúvidas sobre o início do governo Bolsonaro tendem a continuar no radar de investidores e ter mais peso nos próximos meses.

"Os cem primeiros dias de governo... definem, vemos a vontade do governo de peitar as coisas ou não", comentou o especialista em câmbio Roberto Awerianow, da Frente Corretora.

"Parece que o mercado se esqueceu como é um período de transição. Há muita ansiedade."

Ibovespa fecha no vermelho após superar 90 mil pts pela 1ª vez na história

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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em leve baixa nesta sexta-feira, após ter superado os 90 mil pontos pela primeira vez na história, mas acumulou alta de mais de 2 por cento em novembro. Investidores aproveitaram o último pregão do mês para ajustar carteiras, em dia de cautela no exterior antes da cúpula do G20.

Referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,23 por cento, a 89.504,03 pontos. O indicador chegou a subir 0,6 por cento na máxima da sessão, quando atingiu nova máxima intradia de 90.245,54 pontos.

Na semana, a alta foi de 3,8 por cento. Em novembro o índice subiu 2,38 por cento, elevando o ganho no ano a 17,15 por cento.

O giro financeiro da sessão somou 19,6 bilhões de reais, superando com folga a média diária de cerca de 12 bilhões de reais no ano. O dia foi marcado pelo rebalanceamento do índice MSCI de ações de mercados emergentes.

"O fechamento de mês se refletiu nos volumes negociados", disse o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, acrescentando que muitos agentes aproveitaram para ajustar posições e carteiras.

Segundo ele, os dados do IBGE mostrando expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 0,8 por cento no terceiro trimestre, ante 0,2 por cento no segundo, animaram os investidores, assim como a melhora em Wall Street.

Ele disse que o movimento não se sustentou porque ainda restam muitas incógnitas nos cenários local e internacional.

Para o gerente de renda variável da H.Commcor, Ari Santos, o mercado monitora com atenção os anúncios da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Vieira avalia que ainda falta visibilidade sobre a capacidade de articulação de Bolsonaro para promover reformas. "Falta compreensão de como o governo Bolsonaro vai avançar nesse contexto de negociação política", afirmou.

Para Vieira, outro tema que concentrará as atenções dos investidores nas próximas semanas é a disputa comercial entre China e Estados Unidos.

Os olhos estavam voltados para a cúpula do G20, na Argentina, onde o esperado encontro entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, pode ditar os rumos das relações entre as duas maiores economias do mundo.

DESTAQUES

- CIELO fechou em alta de 6,85 por cento, melhor desempenho do Ibovespa, conforme investidores enxergaram nos números do PIB do terceiro trimestre sinais de retomada da economia, o que deve favorecer o consumo. No mês, contudo, o papel acumulou queda de mais de 28 por cento, o que elevou as perdas no ano a 57 por cento, sob pressão da entrada de novos competidores no mercado.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 5,03 por cento, após a companhia anunciar o cronograma para conclusão da fusão com a Fibria. A Guide Investimentos considerou os desdobramentos positivos, reiterando recomendação de compra para Suzano, dado o "ciclo ainda positivo para os preços da celulose em 2019", além das sinergias oriundas da incorporação da Fibria.

- VALE avançou 1,54 por cento, acompanhando o avanço dos preços do minério de ferro na China, em pregão também favorável para as siderúrgicas. USIMINAS PNA teve ganho de 4,12 por cento, enquanto GERDAU PN subiu 2,52 por cento e CSN teve elevação de 1,03 por cento.

- PETROBRAS PN ganhou 1,15 por cento e PETROBRAS ON subiu 1,01 por cento, na contramão do recuo das cotações globais do petróleo e tendo no radar o noticiário sobre as negociações para votação do projeto de lei da cessão onerosa.

- ITAÚ UNIBANCO recuou 0,91 por cento e BRADESCO PN cedeu 1,18 por cento, perdendo fôlego após renovarem as máximas intradias históricas mais cedo. No mês, porém, os dois bancos acumularam ganhos de cerca de 10 por cento. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL ON perdeu 1,35 por cento e SANTANDER UNIT caiu 1,79 por cento.

- ELETROBRAS ON caiu 5,2 por cento e ELETROBRAS PNB recuou 3,18 por cento, com as atenções voltadas ao processo de venda de distribuidoras da elétrica. Na véspera, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar revogando decisão que impedia a venda da Ceal, no Alagoas, segundo documento obtido pela Reuters.

- MAGAZINE LUIZA cedeu 3,86 por cento, conforme os investidores aproveitaram para embolsar parte dos lucros este ano, que já superam 100 por cento. Outra varejista que fechou no vermelho foi a B2W, com baixa de 1,19 por cento.

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Fonte:
Reuters

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