Dois engenheiros que prestaram serviço para Vale em barragem de Brumadinho são presos em SP, diz MP

Publicado em 29/01/2019 07:17

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Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Três funcionários da Vale responsáveis pela barragem de mineração em Brumadinho (MG) que se rompeu na semana passada e dois engenheiros terceirizados que atestaram a estabilidade da unidade foram presos, nesta terça-feira, em uma operação para apurar responsabilidade criminal pelo rompimento, que deixou dezenas de mortos e centenas de desaparecidos.

As prisões incluem gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do complexo minerário da Vale em Brumadinho e gerente executivo operacional responsável pelo Complexo Minerário Paraopeba da companhia, de acordo com decisão da juíza Perla Saliba Brito, de Brumadinho.

O rompimento, ocorrido na sexta-feira, deixou ao menos 65 mortos e 279 desaparecidos, de acordo com o último balanço das autoridades divulgado na noite de segunda-feira. O desastre lançou uma avalanche de lama destrutiva de rejeitos de mineração sobre comunidades próximas e também sobre a área administrativa da própria Vale e a cidade.

Após as prisões, a Vale afirmou que "permanecerá contribuindo com as investigações".

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que as prisões foram decretadas por 30 dias. Segundo o MPMG, há existência de indícios de autoria ou participação dos presos em crimes de falsidade ideológica, crimes ambientais e homicídio.

A operação desta terça-feira, que envolve o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), cumpre no total 5 mandatos de prisão temporária e 7 de busca e apreensão, incluindo em uma unidade da Vale em Nova Lima (MG).

Os dois engenheiros terceirizados foram presos em São Paulo, enquanto os funcionários da Vale foram detidos em Minas Gerais.

"Os órgãos de investigação têm trabalhado de forma concatenada para apuração dos graves crimes relacionados com o rompimento da barragem, sendo que as investigações se encontram em andamento", disse o MPMG em comunicado.

Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público em Belo Horizonte, acrescentou.

Na segunda-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que executivos da Vale podem ser penalizados pelo rompimento da barragem, e que a mineradora precisa ser responsabilizada severamente.

Após prisões, Vale diz que colabora com autoridades e investigações

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SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale afirmou nesta terça-feira que "permanecerá contribuindo com as investigações" sobre o rompimento de sua barragem de Brumadinho (MG), na semana passada, que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos, em comentários publicados após a prisão de funcionários da empresa e terceirizados por autoridades.

"Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades", disse a Vale por meio de sua conta no Twitter.

O Ministério Público de Minas Gerais confirmou que foram decretadas prisões por 30 dias de engenheiros terceirizados que atestaram a estabilidade da barragem que rompeu e de três funcionários da Vale que estariam envolvidos no empreendimento minerário e seu licenciamento.

(Por Luciano Costa)

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Fonte:
Reuters

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