Exportações da China em fevereiro têm maior queda em 3 anos, surgem temores de "recessão comercial"

Publicado em 08/03/2019 08:45

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Por Stella Qiu e Ryan Woo

PEQUIM (Reuters) - As exportações da China tiveram em fevereiro a maior queda em três anos enquanto as importações caíram pelo terceiro mês seguido, indicando mais desaceleração da economia e provocando temores sobre uma "recessão comercial" apesar de uma série de medidas de suporte.

Investidores globais e os principais parceiros comerciais da China estão observando de perto as reações de Pequim conforme o crescimento econômico esfria em relação à mínima de 28 anos do ano passado. Mas o governo prometeu que não irá recorrer a um estímulo maciço como no passado.

As exportações em fevereiro caíram 20,7 por cento em relação ao ano anterior, maior queda desde fevereiro de 2016, mostraram dados da alfândega. Economistas consultados pela Reuters esperavam recuo de 4,8 por cento após o salto inesperado de janeiro de 9,1 por cento.

"Os números de comércio de hoje reforçam nossa visão de que a recessão comercial da China começou a surgir", escreveu em nota Raymond Yeung, economista do ANZ.

As importações recuaram 5,2 por cento sobre o ano anterior, contra expectativa de analistas de queda de 1,4 por cento e ante recuo de 1,5 por cento em janeiro. As importações das principais commodities caíram de forma generalizada.

Isso deixou o país com um superávit comercial de 4,12 bilhões de dólares no mês, muito menor do que a previsão de 26,38 bilhões de dólares.

Analistas alertam que os dados da China nos dois primeiros meses do ano devem ser vistos com cautela devido ao feriado do Ano Novo Lunar, que caiu em meados de fevereiro em 2018 mas começou em 4 de fevereiro neste ano.

"Distorções sazonais em torno do feriado do Ano Novo chinês somaram-se ao ruído para os dados de exportações nos últimos dois meses, e na nossa visão explicam a maior parte da surpresa (em relação ao consenso)", disseram analistas do Goldman Sachs, cuja expectativa de queda de 20 por cento das exportações era a mais pessimista na pesquisa da Reuters.

Mas eles destacaram que a força das exportações em uma base de três meses se moderou de forma significativa desde o terceiro trimestre do ano passado e disseram que o "crescimento deve permanecer fraco no futuro próximo".

No G1: Exportações e importações da China têm forte queda em fevereiro

As exportações e importações chinesas registraram queda consideravelmente acima do esperado em fevereiro, de acordo com o resultados publicados nesta sexta-feira (8), o que aumenta as preocupações sobre a desaceleração da segunda maior economia do planeta, atualmente em uma guerra comercial com os Estados Unidos.

As exportações em fevereiro caíram 20,7% por cento em relação ao ano anterior, maior queda desde fevereiro de 2016, de acordo com o governo. Já as importações recuaram 5,2%.

O resultado veio pior do que o projetado pelo mercado, muito além das quedas de 5% e 0,6%, respectivamente, previstas em uma pesquisa da agência Bloomberg News.

"Os dados publicados reforçam nossa opinião de que começou a recessão comercial da China", disse Raymond Yeung, do ANZ bank. "Vemos poucos motivos para esperar uma recuperação a curto prazo", completou.

Para completar, a China registrou em fevereiro um excedente comercial baixo para seus padrões, de apenas US$ 4,12 bilhões, muito aquém do resultado de janeiro (US$ 39,2 bilhões).

O gigante asiático, alvo da guerra comercial de Washington, enfrenta uma desaceleração de seu crescimento econômico, que ano passado foi de 6,6%, o menor nível em 28 anos.

Leia a reportagem completa no site do G1

Seu dinheiro: China eleva temor de desaceleração global

Bastou uma fala do presidente Jair Bolsonaro ontem sobre a reforma da Previdência - a primeira sobre o tema desde a entrega da proposta, em 20 de fevereiro - para o mercado financeiro brasileiro retomar a confiança em relação à aprovação de novas regras para aposentadoria. Mas será preciso mais que isso para resgatar o otimismo nos negócios locais, em meio a um ambiente externo preocupado com o crescimento econômico global.

A inesperada queda de 20,7% nas exportações da balança comercial da China em fevereiro provoca uma aversão ao risco nos mercados internacionais nesta manhã, sendo que as perdas são conduzidas pelo tombo de 4,4% na Bolsa de Xangai. Trata-se do maior recuo diário da bolsa chinesa neste ano, que prejudicou o desempenho dos demais mercados na Ásia e contamina os ativos no Ocidente. Os índices futuros das bolsas de Nova York caem.

A previsão era de uma baixa bem menor, de -6%, nas exportações chinesas, após cresceram 9,1% em janeiro. Já as importações cederam 5,2% no mês passado, também mais que a expectativa de queda, de -0,6%, e ante recuo de 1,5% no mês anterior. Os números, é bom lembrar, são distorcidos por causa da pausa no país devido às comemorações do Ano Novo Lunar.

Leia a reportagem completa no site Seu Dinheiro:

Isto É : Bolsas asiáticas fecham em baixa após decepção com dados de comércio da China

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira, lideradas pelas chinesas, após a divulgação de dados de comércio exterior da China que frustraram investidores, reacendendo preocupações sobre a tendência de desaceleração da segunda maior economia do mundo.

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Como resultado, os mercados chineses tiveram hoje seu pior dia em cinco meses. O Xangai Composto caiu 4,40%, a 2.969,86 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 3,79%, a 1.605,28 pontos. Na semana, o Xangai ficou com perda de 0,80%, interrompendo uma sequência de oito semanas de valorização, a mais longa desde 2015.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei teve baixa de 2,01% em Tóquio, a maior em dois meses, fechando a 21.025,56 pontos, enquanto o Hang Seng caiu 1,91% em Hong Kong, a 28.228,42 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 1,31% em Seul, a 2.137,44 pontos, e o Taiex recuou 0,68%, a 10.241,75 pontos.

Leia a reportagem completa no site da Isto É 

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Fonte:
Reuters + G1+ Isto É

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