Trump surpreende e aumenta em mais 25% as tarifas sobre produtos chineses

Publicado em 05/05/2019 18:07

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou de forma enfática a pressão sobre a China, neste domingo, para forçar um acordo comercial ao anunciar que irá deliberadamente aumentar as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.

Trump disse no Twitter que as tarifas aumentarão para 25 por cento na sexta-feira, e que mais produtos chineses enfrentarão tarifas adicionais.

“Por 10 meses, a China tem pago tarifas aos EUA de 25% sobre US$ 50 bilhões de alta tecnologia e 10% sobre US$ 200 bilhões de outras mercadorias”, escreveu Trump no Twitter. “Os 10% vão para 25% na sexta-feira. US$ 325 bilhões de bens adicionais enviados para nós pela China continuam sem impostos, mas serão, em breve, a uma taxa de 25%”, acrescentou.

O anúncio deste domingo lança dúvidas sobre expectativas anteriores de que a China e os EUA estariam se aproximando de um acordo para encerrar uma guerra comercial de meses que desacelerou o crescimento global e abalou mercados financeiros.

"O acordo comercial com a China continua, mas devagar demais, já que eles tentam renegociar. Não!", disse Trump no Twitter.

As negociações comerciais EUA-China devem ser retomadas nesta semana, com o vice-premiê chinês Liu He viajando a Washington. Isso ocorre após conversas em Pequim em abril, as quais o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, chamou de "produtivas".

Na sexta-feira passada, Trump disse que as negociações com a China estavam indo bem.

Na semana passada, fontes da indústria disseram que acreditavam que as negociações estavam na etapa final, e Mnuchin disse que esperava que a equipe negociadora dos EUA logo pudesse recomendar um acordo a Trump ou dizer a ele que um acordo não pode ser alcançado.

O governo norte-americano tem insistido em um mecanismo que garantirá que a China cumpra com suas promessas de comprar mais bens norte-americanos. Autoridades do governo disseram que há expectativa de que ambos os lados incluam novos funcionários de cumprimento para policiar o acordo.

Canadá cobra ajuda dos EUA em crise com China provocada por prisão de executiva da Huawei

OTTAWA (Reuters) - O Canadá está dependendo dos Estados Unidos ajudarem a resolver uma disputa com a China, que começou a bloquear importações de commodities vitais do Canadá em meio a uma crise sobre uma executiva da Huawei que foi detida.

Em um sinal de crescente frustração ao que vê como uma resposta fraca dos EUA, o governo do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, está sinalizando que pode se recusar a cooperar em temas importantes.

A China elevou a pressão sobre o Canadá nas últimas semanas em razão da prisão da vice-presidente financeira da Huawei [HWT.UL], Meng Wanzhou, detida em dezembro a mando dos EUA. O governo chinês interrompeu importações canadenses de canola, e na semana passada suspendeu as licenças de dois grandes produtores de carne suína.

Após a prisão de Meng em Vancouver, a polícia chinesa também prendeu dois cidadãos canadenses.

Pequim está se recusando a permitir uma visita de uma delegação comercial canadense, forçando autoridades a usarem vídeoconferências para tentar anular uma grande ameaça às exportações de commodities.

Sem cartas disponíveis para usar contra a China sem arriscar grandes danos econômicos, o Canadá iniciou uma campanha de pressão total sobre Washington, que está negociando seu próprio acordo comercial com Pequim.

Os resultados têm sido insuficientes.

"É uma situação muito desafiadora. Quando levantamos isso com os norte-americanos, eles só dizem que lidar com os chineses é difícil", disse uma fonte do governo canadense.

"Também não está claro quem deveríamos estar mirando, já que você nunca sabe quem está por cima ou por baixo no governo (dos EUA) em certo momento", disse a fonte, que solicitou anonimato pela sensibilidade do tema.

O Canadá diz que os Estados Unidos são obrigados a ajudar, dado que o mandado de prisão dos EUA gerou a crise com Pequim.

Negociadores dos EUA rejeitaram propostas chinesas de incluir a questão da Huawei em suas atuais discussões do acordo comercial, segundo uma fonte familiarizada com as negociações.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • elcio sakai vianópolis - GO

    Que doideira! Pior do que está, sempre pode ficar...Esse acordo comercial está longe de ser concretizado, os dois oponentes estão usando todas as armas em seu alcance. O difícil vão ser as sequelas do pós-guerra comercial entre estes dois países. Eu, como produtor, neste mês que passou já estava com receio da próxima safra, agora acabou de complicar ainda mais.

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    • ailton pereira junior rancho alegre do oeste - PR

      Concordo, estamos perto de uma nova safra com dólar a 3.93 e soja barata ... e agora, o que fazer?

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    • R M Lances Chapadão do Céu - GO

      O que Fazer!? Fazer mais contas, e arrochar!!

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Talvez Ailton, a questão seja o que não fazer. Não fazer investimentos desnecessários, não plantar áreas improdutivas, não pagar arrendamentos acima da realidade, não acreditar em produtos milagrosos, não ter custos da lavoura igual ou maior do que a safra passada e não ser otimista, pois sempre acreditamos que a próxima safra será a solução dos nossos problemas. No geral, damos mais importância na receita da atividade do que no lucro obtido. Teremos dias difíceis pela frente, aperta o cinto hoje, pra não perder as calças amanhã. Temos que agir mais pela razão em vez da emoção.

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