Dólar tem maior alta semanal desde agosto com confusão política local e exterior arisco

Publicado em 17/05/2019 17:15

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou ao maior patamar em oito meses nesta sexta-feira, superando a marca de 4,10 reais e acumulando a maior alta semanal desde agosto do ano passado, sob forte pressão das incertezas políticas locais e do exterior arisco.

O real teve o pior desempenho entre as principais moedas nesta sessão.

O dólar à vista subiu 1,62%, a 4,1019 reais na venda.

É o maior patamar desde 19 de setembro de 2018 (4,1242 reais).

Na máxima durante os negócios, a cotação bateu 4,1140 reais.

A valorização desta sexta-feira é a mais forte desde 24 de abril (1,63%).

Na semana, o dólar acumulou ganho de 4%, mais rali desde a semana terminada em 24 de agosto de 2018 (4,85%).

Preocupação atual do mercado com economia é coisa menor, marcha principal segue firme, diz Guedes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que a preocupação atual do mercado com a economia é coisa menor e disse que a projeção do crescimento esperado para este ano melhorará com a aprovação da reforma da Previdência.

"O Brasil vai retomar o crescimento. Essa revisão que está sendo feita para baixo agora não está me preocupando. Eu estou olhando para isso e estou vendo, simplesmente, o mercado. O mercado financeiro é meio excitado mesmo", afirmou o ministro, ao discursar em evento no Rio de Janeiro.

"Isso é coisa menor, isso é som de batalha ... O que interessa é a marcha principal do evento. A marcha principal é a seguinte: os Poderes estão alinhados em direção. É a primeira vez que eu vejo a Câmara dos Deputados, o Congresso, o Executivo, falando a mesma língua do ponto de vista econômico", completou.

Guedes defendeu que, se a reforma da Previdência for aprovada nos próximos dois a três meses, no segundo semestre haverá outra expectativa para a alta da atividade.

"As reformas não vieram ainda ... essa incerteza toda começa a derrubar as expectativas devagar", disse.

A fala veio após o próprio ministro ter indicado, mais cedo nesta semana, que a projeção do governo para a economia neste ano foi reduzida para 1,5% e que nesse patamar seria necessário novo congelamento nas despesas orçamentárias.

Por ora, a estimativa oficial do governo segue em 2,2%, e a alteração deverá ser anunciada até o dia 22 de maio, no relatório bimestral de receitas e despesas.

Economistas, por sua vez, vêm sucessivamente revisando para baixo sua perspectiva para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, ao patamar mais recente de 1,45%. No início do ano, o percentual era de cerca de 2,5%.

Buscando imprimir um tom otimista ao seu discurso, Guedes afirmou que o Brasil é uma fronteira para investimento num momento de desaceleração em outros países do mundo.

Também disse que os próximos leilões de petróleo que serão realizados no país terão muito sucesso, ressaltando haver um entusiasmo "colossal" por parte dos investidores estrangeiros.

PREVIDÊNCIA

Em sua fala, o ministro voltou a enfatizar a importância da reforma da Previdência e a necessidade de economia de 1 trilhão de reais com a investida para o governo lançar o sistema de capitalização.

Ele avaliou que o governo está começando a se acertar nas negociações políticas e que conta com boas lideranças. Segundo Guedes, o Congresso está atento para a situação da Previdência e a questão, agora, é de "calibragem".

Vencida a etapa da reforma para o acesso às aposentadorias, ele afirmou que o pacto federativo será apresentado pelo governo, tendo como base os recursos do pré-sal. Guedes ponderou ainda que uma reforma política pode vir em seguida.

MINHA CASA MINHA VIDA

Após o Ministério do Desenvolvimento Regional ter divulgado que anunciaria mudanças para o Minha Casa Minha Vida até julho, o ministro nesta sexta-feira disse que o governo quer aperfeiçoar o programa habitacional.

"Não vamos tirar nada que é bom, mas não vamos deixar os desvios que vinham acontecendo", afirmou Guedes.

"Não podemos ter duas ou três construtoras fazendo 80% das casas do Minha Casa Minha Vida por influência política em Brasília", acrescentou.

Ibovespa renova mínima do ano e recua em semana com aumento do risco político e exterior

(Reuters) - A bolsa paulista fechou no vermelho nesta sexta-feira, com o Ibovespa acumulando a terceira semana seguida de perdas, reflexo da percepção de aumento do risco político no país e do ambiente menos favorável no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,15%, a 89.885,02 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro totalizava 15,1 bilhões de reais.

Na semana, caiu 4,6%, também segundo dados preliminares, caminhando para repetir neste mês a sina dos últimos nove anos e chancelar um famoso ditado do mercado financeiro - "sell in May and go away" (venda em maio e vá embora).

(Por Paula Arend Laier)

 

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Fonte:
Reuters

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