EUA inicia cobrança de tarifas mais altas a importações chinesas via marítima

Publicado em 02/06/2019 09:22

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos começaram a cobrar taxas de importação mais altas, em torno de 25%, sobre bens chineses que chegam ao país através dos portos, em uma escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o que abre a porta para uma resposta do governo chinês.

O presidente americano, Donald Trump, impôs o aumento das taxas aos produtos chineses no dia 10 de maio, mas havia permitido um prazo adicional para os carregamentos marítimos que haviam deixado a China até esta data.

O governo americano estabeleceu o limite de 1.o de junho para o uso da taxa alfandegária anterior, que era de 10%. A partir dessa data, o imposto passaria aos 25% anunciados.

O aumento inclui diversos setores, como eletrodomésticos, móveis, produtos de iluminação e modens e roteadores para internet.

Antes mesmo deste sábado, a China começou a aplicar taxas adicionais a uma lista de importações, em resposta às ações americanas, que ficam entre 20% e 25% sobre mais da metade dos 5.140 produtos americanos listados pelas autoridades chinesas. Antes disso, taxas de 5% a 10% já tinham sido implementadas.

Não há novas rodadas de negociações programadas entre os dois países, desde que o último encontro, no dia 10 de maio - mesmo dia em que Trump anunciou as novas barreiras - terminou em impasse.

O presidente americano acusou a China de romper um acordo para encerrar a disputa comercial ao voltar atrás em compromissos acordados em meses de negociação, o que o governo chinês nega.

Tarifas retaliatórias da China sobre produtos dos EUA entram em vigor em meio a impasse

PEQUIM (Reuters) - O aumento das tarifas da China sobre 60 bilhões de dólares em importações dos Estados Unidos entrou em vigor como planejado no sábado (horário local), com Pequim retaliando à intensificação pelos EUA da guerra comercial entre os dois países.

As tarifas, anunciadas em 13 de maio e que entraram em vigor à meia-noite no horário de Pequim, aplicam taxas adicionais de 20% ou 25% em mais da metade dos 5.140 produtos dos EUA que viraram alvo. Pequim já havia anteriormente imposto tarifas de 5% ou 10% sobre os produtos.

Nenhuma outra negociação comercial entre negociadores chineses e norte-americanos foi marcada desde que a última rodada acabou em um impasse em 10 de maio, mesmo dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas mais altas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses e então tomou medidas para taxar todas importações remanescentes da China.

EUA não irão fazer rodeios sobre ações da China com a estabilidade da Ásia ameaçada, diz secretário de Defesa

Cingapura (Reuters) - Os Estados Unidos não irão mais fazer rodeios em relação ao comportamento chinês na Ásia, com a estabilidade da região ameaçada com questões que vão do Mar da China Meridional à Taiwan, disse neste sábado o secretário da Defesa dos EUA em exercício, Patrick Shanahan.

Shanahan não nomeou diretamente a China ao fazer acusações de "atores" desestabilizando a região, mas afirmou que os Estados Unidos não ignorariam o comportamento chinês, na última troca de acusações amargas entre as duas maiores economias mundiais. Ele acrescentou, no entanto, estar ávido por promover uma relação militar com Pequim.

"Talvez a maior ameaça a longo prazo aos interesses vitais dos estados dessa região venha de atores que buscam minar, ao invés de sustentar, a ordem internacional baseada em regras", disse Shanahan no Diálogo anual Shangrila em Cingapura, maior encontro sobre segurança da Ásia.

"Caso a tendência nesses comportamentos continue, as características artificiais nos bens comuns globais podem se tornar pedágios, e a soberania pode se tornar a competência dos poderosos.", continuou.

O primeiro grande discurso de Shanahan desde que tomou posse como Secretário de Defesa em exercício, em janeiro, ocorreu enquanto Estados Unidos e China continuam emperrados em uma guerra comercial cada vez maior, e em desacordo em uma série de questões sobre segurança na Ásia.

Sua referência a características artificiais foi um ataque às ilhas construídas pela China no disputado Mar da China Meridional, uma via estratégica reivindicada quase inteiramente por Pequim.

"Não vamos ignorar o comportamento chinês e eu acho que no passado as pessoas agiram com excesso de rodeios em relação a isso”, disse Shanahan mais tarde em resposta à uma pergunta.

Uma autoridade militar sênior da China respondeu ao comentário de Shanahan dizendo que as ações dos Estados Unidos sobre Taiwan e o Mar da China Meridional dificilmente favoreceriam a manutenção da estabilidade na região.

Shanahan afirmou que era do interesse de Pequim ter uma relação construtiva com os Estados Unidos, mas acrescentou: "O comportamento que corrói a soberania de outras nações e semeia a desconfiança sobre as intenções da China deve acabar."

"Até que isso aconteça, nos mantemos contra uma visão míope, estreita e provinciana de futuro, e nos colocamos a favor da ordem livre e aberta que nos beneficiou a todos – incluindo a China."

S&P 500 tem pior maio em 9 anos com escalada de tensões comerciais

NOVA YORK (Reuters) - As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em queda nesta sexta-feira, e o S&P 500 sofreu a maior baixa para maio desde 2010, após a ameaça de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o México alimentar temores de que uma guerra comercial em várias frentes possa levar a uma recessão.

Washington imporá uma tarifa de 5% a partir de 10 de junho, que subiria continuamente para 25% até a imigração ilegal na fronteira sul ser interrompida, disse Trump.

"Isso é aplicar uma tarifa comercial por causa de questão de segurança nacional, e isso é diferente", disse Christopher Smart, diretor do Barings Investment Institute.

"A questão agora é qual país não é vulnerável a tarifas ou que questões políticas, diplomáticas ou de segurança nacional agora não incluirão a ameaça de tarifas. Então, se você é um investidor, esse é um mundo significativamente diferente."

O índice Dow Jones caiu 1,41%, a 24.815 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,32%, a 2.752 pontos. O Nasdaq Composto recuou 1,51%, a 7.453 pontos.

Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq fecharam abaixo de suas médias móveis de 200 dias pela primeira vez desde 8 de março, o que é entendido como sinal de mais quedas à frente.

No acumulado da semana, o Dow Jones caiu 3,01% --maior queda desde 2011 e a sexta semana consecutiva de perdas.

O S&P 500 cedeu 2,62% na semana, e o Nasdaq recuou 2,41%.

No acumulado de maio, o Dow caiu 6,69%, o S&P 500 cedeu 6,58%, e o Nasdaq recuou 7,93%.

É a primeira queda mensal para os três índices neste ano.

Atividade industrial da China encolhe com mais força que o esperado em maio, mostra PMI oficial

PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China caiu em uma contração mais forte do que os mercados esperavam em maio, aumentando a pressão sobre Pequim para adotar mais medidas de estímulo para sustentar a economia afetada pela guerra comercial com os Estados Unidos.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial de indústria da China caiu a 49,4 em maio de 50,1 em abril, mostraram dados da agência de estatísticas.

Analistas consultados pela Reuters projetavam queda do PMI para 49,9, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A produção industrial expandiu a um ritmo mais lento uma vez que as novas encomendas caíram pela primeira vez em quatro meses. As encomendas de exportação ampliaram o recuo pelo 12º mês seguido, com seu subíndice caindo para 46,5 de 49,2 em abril, o que sugere mais enfraquecimento da demanda global.

"As encomendas de exportações caíram particularmente com força, o que sugere que a última alta de tarifas por Trump pode já estar afetando a demanda externa", disse Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics.

Embora os exportadores da China estejam sentindo o golpe, os dados desta sexta-feira mostraram que as encomendas de importação também contraíram a um ritmo mais forte, refletindo o enfraquecimento da demanda em casa apesar de uma série de medidas de suporte ao crescimento.

Alguns economistas acreditam que mais estímulo é necessário, provavelmente através do corte da quantidade de dinheiro que os bancos mantêm como reserva e de gastos fiscais.

Por outro lado, apesar da pronunciada fraqueza no setor industrial, a atividade de serviços da China mostrou sólida expansão. O PMI oficial de serviços permaneceu em 54,3 em maio, inalterado ante abril.

JP Morgan revisa previsões de 2019 sobre os rendimentos dos EUA devido a tensões comerciais

NOVA YORK (Reuters) - Analistas do JP Morgan diminuíram suas expectativas sobre os rendimentos do Tesouro dos Estados Unidos em 2019, já que os riscos crescentes para a economia das tensões comerciais podem fazer com que o Federal Reserve reduza as taxas de juros duas vezes no segundo semestre do ano.

Eles revisaram para baixo suas metas de fim de ano em títulos do Tesouro de dois anos 1,40%, dos 2,25% anteriores, e no rendimento de 10 anos para 1,75% de 2,45%.

O economista do JP Morgan Michael Feroli disse na sexta-feira que espera que o banco central dos EUA abaixe as taxas de juros duas vezes no final deste ano, com um corte de 0,25 ponto percentual em setembro e outro de 0,25 ponto percentual em dezembro.

No início desta semana, investidores já retiravam recursos de ações e outros ativos de risco devido aos temores de uma guerra comercial prolongada entre a China e os Estados Unidos.

Na quinta-feira, o anúncio surpresa do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas sobre o México a partir de 10 de junho fez estremecer os mercados financeiros, levando os investidores correr de investimentos em iene, bônus dos governos suíço e dos EUA.

Os rendimentos de dois anos nos EUA e os rendimentos de 10 anos caíram, na sexta, para 1,916% e 2,126%, respectivamente, menores níveis desde setembro de 2017.

A ação de Trump visa forçar o governo mexicano a impedir que imigrantes cruzem ilegalmente para os Estados Unidos em sua fronteira sul. Os analistas advertiram que as tarifas iniciais de 5% sobre as importações mexicanas, se entrarem em vigor, elevarão os custos para as empresas e consumidores dos EUA, criando problemas para a economia americana.

"Com este cenário, revisamos nossa projeção de juros mais baixa também, e não esperamos mais que os rendimentos subam mais para o final do ano. Em vez disso, acreditamos que os rendimentos caiam nos próximos meses", escreveram os analistas do JP Morgan em pesquisa publicada no final da sexta-feira.

S&P 500 tem pior maio em 9 anos com escalada de tensões comerciais

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário