Bolsonaro conversa com Trump sobre livre comércio entre Brasil e EUA

Publicado em 28/06/2019 08:15

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro reuniu-se nesta sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às margens da cúpula do G20 no Japão, e os dois líderes conversaram sobre a ideia de um acordo de livre comércio entre os países.

"Na reunião com o presidente @realDonaldTrump, retomamos assuntos tratados na visita a Washington e introduzimos a ideia de um acordo de livre comércio para fortalecer ainda mais nossa parceria econômica. Trabalhando juntos, Brasil e EUA podem ter impacto muito positivo no mundo", disse Bolsonaro em suas redes sociais após o encontro.

Trump disse a repórteres após a reunião com Bolsonaro que visitará o Brasil, mas sem fornecer uma data.

Na série de reuniões que teve no Japão no âmbito do G20, Bolsonaro também se reuniu com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría Treviño.

Com o dirigente do Banco Mundial, Bolsonaro disse ter discutido as perspectivas da "já sólida parceria" entre o Brasil e o banco. "Nosso governo tem interesse em seu apoio ao setor produtivo e em maior atuação sua no financiamento de infraestrutura no Brasil", afirmou o presidente.

Bolsonaro destacou ter conversado com o secretário-geral da OCDE sobre os próximos passos para uma relação ainda mais forte com a organização. Segundo ele, Gurría Treviño mostrou grande entusiasmo com a agenda de reformas do Brasil.

O presidente também teve encontros informais com os presidentes dos países que compõem o grupo Brics e com o presidente da França, Emannuel Macron.

O encontro de Bolsonaro com o dirigente francês chegou a constar de uma agenda oficial de presidente, mas foi retirada após Macron ter dito que não iria assinar nenhum acordo comercial com o Brasil se o presidente brasileiro se retirasse do acordo climático de Paris.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Veja também:
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Trump diz que visitará o Brasil, mas não fornece data

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OSAKA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teve uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro em Osaka às margens da cúpula do G20 no Japão, disse nesta sexta-feira que visitará o Brasil, mas sem fornecer uma data definida.

Após o encontro, Bolsonaro reiterou apoio a Trump para a eleição presidencial norte-americana de 2020, como já havia feito em visita à Casa Branca em março.

(Reportagem de Roberta Rampton)

Bolsonaro garante a Macron que Brasil permanecerá no acordo do clima, diz porta-voz

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, que o país vai permanecer no acordo climático de Paris e convidou o líder francês a visitar a região da Amazônia para verificar o trabalho desenvolvido pela preservação do meio ambiente, disse o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, nesta sexta-feira.

Segundo o porta-voz, que integra a comitiva presidencial na viagem ao Japão para a reunião de cúpula do G20, o Brasil "está e permanecerá" no pacto.

Rêgo Barros disse que o encontro informal de Bolsonaro com Macron foi uma tentativa de "corrigir" a agenda da véspera. O encontro constava da agenda oficial do presidente brasileiro, mas foi retirado, e depois houve um acerto dos cerimoniais de ambos os países para realizar uma reunião de cerca de 30 minutos.

O porta-voz disse que o convite para o presidente francês visitar o Brasil é para conhecer o trabalho brasileiro na área do meio ambiente. "Para que ele possa ver in loco que a nossa região amazônica é extremamente preservada", disse.

O encontro entre Bolsonaro e Macron ocorreu após uma troca de farpas públicas nos últimos dias. Na quinta-feira, o presidente francês afirmou que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente brasileiro saísse do acordo climático, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre UE e Mercosul.

As negociações da UE com o Mercosul se intensificaram recentemente, com Bolsonaro dizendo este mês que um acordo poderia ser assinado “logo”, enquanto a UE o chamou de “prioridade número um”.

No entanto, a irritação da União Europeia em relação ao aumento de importações de carne e a hesitação do Mercosul sobre abertura de alguns setores industriais, como o automotivo, fizeram prazos anteriores para um acordo serem descumpridos.

A França, em particular, está preocupada com o impacto sobre sua vasta indústria de agricultura de importações sul-americanas, que não teriam que respeitar as estritas regulações de meio ambiente da UE.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Reforma da OMC deve considerar interesses de países em desenvolvimento, dizem Brics

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BRASÍLIA (Reuters) - A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve ser reformada a fim de considerar os interesses de todos os membros participantes, inclusive de países em desenvolvimento, e as mudanças têm de buscar enfrentar desafios atuais e futuros no comércio internacional, afirmaram os Brics em comunicado conjunto, nesta sexta-feira, após reunião informal de líderes do bloco à margem da cúpula do G20 no Japão.

"A reforma deve, inter alia, preservar a centralidade, os valores centrais e os princípios fundamentais da OMC, e considerar os interesses de todos os membros, inclusive os países em desenvolvimento e os países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs). É imperativo que a agenda de negociações da OMC seja equilibrada e discutida de maneira aberta, transparente e inclusiva", disse o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O comunicado estima que está previsto um crescimento econômico mundial moderado até 2020 e que o fortalecimento desse crescimento continua "altamente incerto, com aumento de tensões comerciais e geopolíticas, volatilidade dos preços das commodities, desigualdade, crescimento inclusivo insuficiente e condições financeiras mais rígidas incrementando o risco".

"Desequilíbrios globais continuam amplos e persistentes e requerem monitoramento minucioso e respostas políticas tempestivas. Enfatizamos a importância de um ambiente econômico global favorável ao crescimento sustentável do comércio internacional", disseram os países no comunicado.

O grupo defendeu a importância de se buscar mercados abertos, estabilidade financeira, reformas estruturais, cooperação em parcerias público-privadas e financiamento de infraestrutura e desenvolvimento.

"Medidas internacionais e domésticas nessas e em outras áreas contribuirão para um crescimento econômico inclusivo e sustentável. Conclamamos maior participação dos países em desenvolvimento nas cadeias globais de valor. Reconhecemos a importância da interface entre comércio e economia digital. Afirmamos também o papel dos dados para o desenvolvimento".

O comunicado disse ainda que os países do bloco continuam comprometidos com a plena implementação do Acordo de Paris. "Instamos os países desenvolvidos a fornecer apoio financeiro, tecnológico e de capacitação aos países em desenvolvimento para aprimorar sua capacidade em mitigação e adaptação. Esperamos que a Cúpula de Ação Climática da ONU, a ser realizada em setembro deste ano, produza resultados positivos".

Na quinta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro saia do acordo climático, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre UE e Mercosul.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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Fonte:
Reuters

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