Após superar R$4, dólar bate máxima desde maio com exterior e volatilidade na Argentina
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em forte alta, superando durante os negócios a marca psicológica dos 4 reais pela primeira vez desde o fim de maio, na esteira de notável aversão a risco no exterior e do surto de volatilidade nos mercados argentinos após a vitória da oposição em eleições primárias.
O dólar à vista fechou em alta de 1,06%, a 3,9837 reais na venda.
É o maior patamar para um encerramento desde 28 de maio (4,0242 reais).
Na máxima do pregão, o dólar spot bateu 4,0140 reais.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,91%, a 3,9845 reais.
O câmbio doméstico sentiu o aumento da volatilidade no mercado argentino, onde o peso desabou cerca de 30% no pior momento do dia, para uma nova mínima recorde, diante de receios de que o futuro governo possa adotar políticas econômicas heterodoxas.
A correlação de 200 dias entre real e peso argentino tem estado em torno de 0,68, nas máximas desde o começo do ano. Quanto mais próximo de 1, mais os dois ativos tendem a oscilar na mesma direção.
A instabilidade no mercado argentino tende a afetar o brasileiro uma vez que o país vizinho é importante destino das exportações brasileiras de manufaturados, cujas quedas podem impactar negativamente o já lento crescimento econômico doméstico.
Mas o dólar se fortaleceu de forma generalizada ante emergentes, diante dos receios em torno da guerra comercial entre chineses e norte-americanos. A fuga de risco beneficiou o iene e derrubou Wall Street.
"Esperamos que a incerteza continue elevada em agosto conforme o próximo capítulo da guerra (comercial) entre EUA e China se desenrola", disseram estrategistas do Bank of America em nota a clientes. "A América Latina parece ser a região mais exposta dentre os emergentes", acrescentaram.
Em meio às incertezas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que o Brasil tem posição cambial "sólida" e está preparado para enfrentar crises.
O país tem quase 389 bilhões de dólares em reservas cambiais, com 68,9 bilhões de dólares em swaps cambiais de posse do mercado.
(Edição de Isabel Versiani)
Vladimir zacharias Indaiatuba - SP
MERCOSUL NÃO É PRIORIDADE!... A enfática afirmação do nosso ministro Paulo Guedes em sua primeira coletiva causou perplexidade a todos acostumados com declarações mornas de autoridades econômicas de até então e deu os primeiros contornos do que seria a guinada na economia do governo Bolsonaro.
Depois, pelo interesse em evitar maiores problemas para a administração padrão PSDB do governo Macri, que não enfrentou suas reformas econômicas com a rapidez e força necessárias, esse assunto ficou em banho maria. Porém a Argentina não tem jeito.. A acachapante derrota e retorno ao passado bolivariano deixa claro duas coisas que o nosso Paulo Guedes com certeza sabe bem. O comércio com a Argentina é muito bem vindo e deve ser preservado, mas não a qualquer custo, e não pode continuar ocupando lugar de destaque, O caminho para isso não é diminui-lo e sim aumentar as trocas comercias com outros parceiros como USA, China, Inglaterra, Europa, Coreia, Japão, Sudeste Asiático, Chile, Colômbia ....... O Mercosul é desequilibrado e terá que ser revisto. Agora que a duras penas estamos enfrentando logo no início de governo nossas próprias mazelas econômicas não podemos ficar amarrados a legislação e desejo de economias tão díspares em ideologia e tamanho. Temos que ter liberdade para decidir acordos e caminhos sem depender da anuência de terceiros altamente instáveis.O historico mostra que o Mercosul foi um fracasso---Insistir e' insanidade-----Ainda mais agora que a Argentina volta para o Bolivarismo-------