Após superar R$4, dólar bate máxima desde maio com exterior e volatilidade na Argentina

Publicado em 12/08/2019 17:16

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em forte alta, superando durante os negócios a marca psicológica dos 4 reais pela primeira vez desde o fim de maio, na esteira de notável aversão a risco no exterior e do surto de volatilidade nos mercados argentinos após a vitória da oposição em eleições primárias.

O dólar à vista fechou em alta de 1,06%, a 3,9837 reais na venda.

É o maior patamar para um encerramento desde 28 de maio (4,0242 reais).

Na máxima do pregão, o dólar spot bateu 4,0140 reais.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,91%, a 3,9845 reais.

O câmbio doméstico sentiu o aumento da volatilidade no mercado argentino, onde o peso desabou cerca de 30% no pior momento do dia, para uma nova mínima recorde, diante de receios de que o futuro governo possa adotar políticas econômicas heterodoxas.

A correlação de 200 dias entre real e peso argentino tem estado em torno de 0,68, nas máximas desde o começo do ano. Quanto mais próximo de 1, mais os dois ativos tendem a oscilar na mesma direção.

A instabilidade no mercado argentino tende a afetar o brasileiro uma vez que o país vizinho é importante destino das exportações brasileiras de manufaturados, cujas quedas podem impactar negativamente o já lento crescimento econômico doméstico.

Mas o dólar se fortaleceu de forma generalizada ante emergentes, diante dos receios em torno da guerra comercial entre chineses e norte-americanos. A fuga de risco beneficiou o iene e derrubou Wall Street.

"Esperamos que a incerteza continue elevada em agosto conforme o próximo capítulo da guerra (comercial) entre EUA e China se desenrola", disseram estrategistas do Bank of America em nota a clientes. "A América Latina parece ser a região mais exposta dentre os emergentes", acrescentaram.

Em meio às incertezas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que o Brasil tem posição cambial "sólida" e está preparado para enfrentar crises.

O país tem quase 389 bilhões de dólares em reservas cambiais, com 68,9 bilhões de dólares em swaps cambiais de posse do mercado.

(Edição de Isabel Versiani)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Vladimir zacharias Indaiatuba - SP

    MERCOSUL NÃO É PRIORIDADE!... A enfática afirmação do nosso ministro Paulo Guedes em sua primeira coletiva causou perplexidade a todos acostumados com declarações mornas de autoridades econômicas de até então e deu os primeiros contornos do que seria a guinada na economia do governo Bolsonaro.

    Depois, pelo interesse em evitar maiores problemas para a administração padrão PSDB do governo Macri, que não enfrentou suas reformas econômicas com a rapidez e força necessárias, esse assunto ficou em banho maria. Porém a Argentina não tem jeito..

    A acachapante derrota e retorno ao passado bolivariano deixa claro duas coisas que o nosso Paulo Guedes com certeza sabe bem.

    O comércio com a Argentina é muito bem vindo e deve ser preservado, mas não a qualquer custo, e não pode continuar ocupando lugar de destaque, O caminho para isso não é diminui-lo e sim aumentar as trocas comercias com outros parceiros como USA, China, Inglaterra, Europa, Coreia, Japão, Sudeste Asiático, Chile, Colômbia .......

    O Mercosul é desequilibrado e terá que ser revisto. Agora que a duras penas estamos enfrentando logo no início de governo nossas próprias mazelas econômicas não podemos ficar amarrados a legislação e desejo de economias tão díspares em ideologia e tamanho.

    Temos que ter liberdade para decidir acordos e caminhos sem depender da anuência de terceiros altamente instáveis.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      O historico mostra que o Mercosul foi um fracasso---Insistir e' insanidade-----Ainda mais agora que a Argentina volta para o Bolivarismo-------

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