Trump diz que haverá negociações com a China, Pequim pede solução de guerra comercial

Publicado em 26/08/2019 07:44

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Por Jeff Mason e Yawen Chen

BIARRITZ, França/PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos e a China buscaram aliviar as tensões sobre a guerra comercial nesta segunda-feira, com Pequim pedindo calma e o presidente norte-americano, Donald Trump, prevendo um acordo depois que os mercados recuaram em resposta a novas tarifas de ambos os países.

Trump, falando durante a cúpula do G7 de líderes mundiais na França, afirmou que as autoridades chinesas entraram em contato com os representantes comerciais dos EUA e ofereceram voltar à mesa de negociações.

O vice-premiê chinês, Liu He, que tem liderado as negociações com Washington, afirmou nesta segunda-feira que a China está disposta a resolver a disputa comercial através de negociações "calmas" e se opõe à intensificação do conflito.

Trump elogiou essa linguagem e, dias depois de se referir ao presidente chinês Xi Jinping como um inimigo, elogiou o líder chinês.

"Eles querem calma, e isso é ótimo, sinceramente. E um dos motivos de ele ser um grande líder, o presidente Xi, e um dos motivos de a China ser um grande país é que eles entendem como a vida funciona", disse Trump.

"A China ligou na noite passada para nosso pessoal de comércio e disse 'vamos voltar à mesa', então vamos voltar à mesa, e acho que eles querem fazer algo", disse ele.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, afirmou não saber de uma ligação entre os dois lados. Entretanto, o Ministério do Comércio é que normalmente divulga comunicados sobre ligações comerciais. Ele não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

Quando pressionado sobre se uma ligação havia ocorrido, Trump enfatizou os comentários de Liu. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que foi feito contato entre os dois lados, mas se recusou a dizer com quem.

Hu Xijin, editor do jornal estatal chinês Global Times, tuitou: "Com base no que eu sei, os principais negociadores chineses e norte-americanos não mantiveram conversas telefônicas nos últimos dias. Os dois lados mantêm contato em nível técnico, o que não tem a relevância que o presidente Trump sugeriu. A China não mudou de posição. A China não cederá à pressão dos EUA. "

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na sexta-feira, com ambos os lados adotando mais tarifas sobre as exportações um do outro.

Trump anunciou uma taxa adicional sobre cerca de 550 bilhões de dólares de produtos chineses, horas depois de a China divulgar tarifas retaliatórias sobre 75 bilhões de dólares em mercadorias dos EUA.

No domingo, a Casa Branca disse que Trump se arrependeu de não aumentar ainda mais as tarifas. Mas o presidente também pareceu se afastar de sua ameaça de mandar empresas norte-americanas para fora da China.

Liu, falando em uma conferência na China, afirmou que ninguém se beneficia de uma guerra comercial.

"Estamos dispostos a resolver a questão através de consultas e cooperação com uma atitude calma e nos opomos firmemente à intensificação da guerra comercial", disse Liu, que é o principal assessor econômico de Xi, de acordo com transcrição do governo.

A guerra comercial prejudicou o crescimento global e elevou os temores do mercado de que a economia mundial entrará em recessão.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que a China retaliaria se Trump aplicar as últimas tarifas sobre os EUA.

Questionado se abandonaria as tarifas, Trump disse: "Tudo é possível. Posso dizer que estamos tendo conversas muito significativas, muito mais significativas do que nunca, francamente".

Índices da China caem e iuan tem mínima de 11 anos por intensificação da guerra comercial

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Por Winni Zhou e Noah Sin

XANGAI/HONG KONG (Reuters) - O iuan recuou para a mínima de 11 anos contra o dólar nesta segunda-feira e as ações chinesas caíram com a intensificação da disputa comercial com os Estados Unidos, ameaçando prejudicar ainda mais as duas maiores economias do mundo.

O iuan negociado no mercado doméstico chegou a cair 0,7% nos primeiros minutos de negociação, para 7,15 por dólar, nível mais fraco desde fevereiro de 2008 e a segunda maior queda diária no mês. O iuan no exterior caiu para a mínima recorde de 7,1850.

Mas a moeda reduziu as perdas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira acreditar que Pequim quer fechar um acordo comercial. Trump disse que a China entrou em contato com autoridades comerciais dos EUA para dizer que quer retornar à mesa de negociações.[L2N25M058]

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,44%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,17%, com as declarações de Trump chegando às mesas pouco antes do fechamento.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na sexta-feira, com ambos os lados adotando mais tarifas sobre as exportações um do outro.

Trump anunciou uma taxa adicional sobre cerca de 550 bilhões de dólares de produtos chineses, horas depois de a China divulgar tarifas retaliatórias sobre 75 bilhões de dólares em mercadorias dos EUA.

. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,17%, a 20.261 pontos.

. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,91%, a 25.680 pontos.

. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,17%, a 2.863 pontos.

. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,44%, a 3.765 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,64%, a 1.916 pontos.

. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,74%, a 10.354 pontos.

. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,45%, a 3.065 pontos.

. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,27%, a 6.440 pontos.

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Fonte:
Reuters

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