Exportação de petróleo da Arábia Saudita vai operar a partir de estoques; barril pode chegar a US$ 100

Publicado em 15/09/2019 18:09

DUBAI (Reuters) - As exportações de petróleo da Arábia Saudita vão funcionar normalmente a partir de estoques nesta semana, afirmou à Reuters neste domingo uma fonte da indústria informada sobre os desdobramentos no setor.

Bombardeios realizados por drones contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita no sábado interromperam mais da metade da produção de petróleo do país ou mais de 5 por cento da oferta global.

A fonte afirmou que ainda não está claro quanto tempo a produção de petróleo vai ficar parada porque os estragos causados à infraestrutura "foram grandes" e não podem ser reparados rapidamente.

Mercado estima que barril pode chegar a US$ 100, se recuperação demorar

LONDRES - O preço do barril de petróleo poderá voltar a atingir a marca de US$ 100, segundo analistas, caso a Arábia Saudita não consiga retomar rapidamente a produção na central petrolífera atacada por drones neste sábado (dia 14). A perda estimada com o ataque é de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, de acordo com a estatal petrolífera Saudi Aramco, que equivalem a aproximadamente metade da produção do reino e 5% da produção mundial.

O grupo houthi, do Iêmen, alinhado ao Irã, reivindicou os ataques a duas instalações no centro da indústria petrolífera da Arábia Saudita: Abqaiq e Khurais.

A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou neste sábado que está monitorando de perto a situação e que os mercados globais de petróleo estão atualmente “bem abastecidos, com amplos estoques comerciais”. E a Saudi Aramco informou por meio de nota que está trabalhando para recuperar a produção.

No entanto, fontes na indústria afirmam que podem levar semanas para que a produção volte ao normal.

Para o executivo-chefe da Onyx Commodities, Greg Newman, a expectativa é que o preço do Brent abra o mercado na segunda-feira com alta de US$ 2, podendo alcançar um aumento entre US$ 7 e US$ 10 no fim do dia.

— O mercado poderá ver um retorno ao patamar de US$ 100 o barril, caso não haja uma solução para o problema no curto prazo — disse Newman.

Na sexta-feira passada (dia 13), o Brent encerrou o dia cotado a US$ 60,22 por barril.

Para Aymam Kamel, diretor da consultoria de risco político Eurasia Group, pode haver um aumento pequeno, de US$ 2 a US$ 3 o barril na segunda-feira, caso os danos causados pelos ataques não pareçam ser tão graves, com chance de ser resolvidos rapidamente. Porém, se o estrago às instalações da Aramco forem significativos, o aumento no preço do barril pode chegar a US$ 10.

— Os ataques podem complicar os planos de abertura de capital da Aramco, dados os riscos crescentes à segurança e o potencial impacto em sua avaliação — aponta Kamel.

Na semana passada, a Aramco havia anunciado que estava pronta para fazer o lançamento da oferta pública inicial (IPO, em inglês), com venda de até 5% das suas ações em 2020 ou 2021, somando cerca de US$ 100 bilhões.

Consultor da gestora de ativos JP Morgan, Christian Malek avalia que o mercado vinha ignorando os riscos da região, focando apenas no crescimento de demanda e oferta de petróleo de xisto.

— Esse ataque introduz um novo tipo de risco ao mercado — afirma Malek, que estima que o barril chegue a US$ 80 a US$ 90 nos próximos três a seis meses, no momento em que o mercado volta suas atenções para a geopolítica.

O consultor da Muse & Stancil, Tilak Doshi, comparou o ataque às instalações da Aramco aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

— No universo do petróleo, esse ataque é talvez equivalente ao 11 de setembro. Abqaiq é facilmente o centro de infraestrutura e produção de petróleo mais importante do mundo. Talvez agora os governos de toda a região asiática apóiem mais o rígido regime de sanções do governo dos Estados Unidos ao Irã — avalia.

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Fonte:
Reuters

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