Trabalhando por acordo, delegação da China visitará áreas agrícolas dos EUA

Publicado em 19/09/2019 18:49

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Na tentativa de, finalmente, buscar um acordo comercial com os Estados Unidos, um grupo de oficiais chineses irá visitar áreas de produção agrícola norte-americanas nos próximos dias. De acordo com agências interncionais de notícias, o objetivo dos representantes da nação asiática é o de encontrar pessoalmente os produtores rurais para conhecer os problemas que vêm enfrentando com a guerra comercial. 

Os estados que deverão ser visitados pela delegação - a qual será liderada pelo vice-ministro da da Agricultura e Assuntos Rurais, Qu Dongyu, e recém eleito diretor geral da FAO, da ONU - são Montana, e Nebraska. 

O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, também confirmou, nesta quinta-feira (19), o tour do time chinês em áreas agrícolas e disse ainda esperar que essas visitas resultem em novas compras e novos acordos entre os dois países. Perdue acrescentou dizendo que ainda não conhece mais detalhes da visita e que também não é de seu conhecimento se a delegação da China pretende fazer o acordo de novas compras de produtos agrícolas dos EUA. 

Nos últimos três dias - sexta (13), segunda (17) e terça-feiras (18), os EUA anunciaram novas compras de soja da China que chegaram a passar de 700 mil toneladas, depois de meses de ausência da nação asiática no mercado norte-americano. 

"Esperamos que estas compras, ou acordos ou conversas das próximas semanas possam ser, realmente, frutíferas e possam criar um bom ambiente para as discussões mais a diante e, consequentemente, uma resolução comercial", disse o secretário em entrevista. "Estão acenando com mais um gesto de boa vontade".

A decisão foi tomada depois da rodada pessoal de conversas entre China e Estados Unidos iniciada nesta quinta, em Washigton. A reunião continua nesta sexta (20). As negociações foram lideradas pelo vice-ministro de Finanças chinês, Liao Min, e pelo deputado norte-americano, Jeffrey Gerrish, representante também do Comércio dos EUA. Em outubro, se reúnem representantes do alto escalão, como o Secretário do Tesouro Americano, Steve Mnuchin, o Representante do Comércio, Robert Lighthizer e o vice premier chinês, Liu He. 

Liao Min vice ministro de Finanças da China

Vice-Ministro de Finanças da China, Liao Min, aós as conversas desta quinta em Washington
Foto: Alastair Pike/AFP via Getty Images

Segundo a agência internacional Bloomberg, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, reiterou que o governo Donald Trump está pressionando por um acordo que comprometa Pequim com uma ampla gama de profundas reformas econômicas.

"O que precisamos é corrigir são os grandes desequilíbrios, não apenas o atual déficit comercial, mas também os desequilíbrios estruturais, os impedimentos ao acesso ao mercado, o desrespeito à propriedade intelectual, as transferências forçadas de tecnologia. Portanto, é mais complicado do que comprar mais alguns grãos de soja", disse Ross em uma entrevista à Fox Business Network.

PRODUTORES AMERICANOS

Embora seja "mais complicado do que comprar alguns grãos de soja", o comércio de produtos agrícolas tem sido, desde o início do conflito, um dos setores mais duramente afetados. Nos EUA, os produtores enfrentam uma das mais severas crises financeiras desde a década de 1970, com alta nos custos de produção, baixos preços dos grãos e a falta do maior comprador mundial de alimentos em seu mercado. 

Enquanto isso, na China, os preços dos itens alimentícios sobem consideravelmente, principalmente entre as proteínas animais. Em função da Peste Suína Africana, os preços da carne de porco subiram, somente em uma semana, mais de 4%. Os chineses têm encontrado boas alternativas para se abastecer, favorecendo, inclusive, o Brasil primeiramente, mas reconhece que também precisa da soja norte-americana. 

A competitividade dos fornecedores, portanto, será determinante neste momento.Segundo explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, a China ainda precisa comprar cerca de 15 milhões de toneladas de soja para estar bem abastecida até janeiro do ano que vem. "Sabemos que a China está descoberta a partir de novembro. Agora, os compradores por lá estão bastante cautelosos esperando pelas reuniões de outubro. 

No link abaixo, veja a íntegra da entrevista de Eduardo Vanin ao Notícias Agrícolas:

>> Vendas acima do esperado estimulam correção dos preços da soja em Chicago, mas continuidade das altas depende de novos negócios

O Escritório Rural de Montana já confirmou a visita, e a produtora local Michelle Erickson-Jones, em entrevista à agência internacional CNBC, disse "que é encorajador, neste momento, ver algum progresso nas negociações entre China e Estados Unidos, mais ainda com uma parte do time de negociadores visitando Montana. Temos sofrido com o aumento intenso dos nossos custos e a perde de um mercado exportador chave desde a primeira rodada de tarifas e retaliações". 

Michelle disse ainda que somente em seu estado os produtores viram as vendas de trigo caírem para quase nada desde março de 2018, enquanto de 2012 a 2017, as vendas somavam, anualmente, cerca de US$ 65 milhões. "É um mercado que queremos expandir e não que desapareça". 

Com informações da Bloomberg e da CNBC

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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