China x EUA: Local? Data? Para China, assinatura da "fase 1" só sai com retirada de tarifas

Publicado em 05/11/2019 15:51

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A assinatura da fase um do acordo parcial entre China e Estados Unidos, firmado no último dia 11 em Washington, continua a gerar especulações. O foco está agora sobre esse ato poderia acontecer, uma vez que o evento em que se encontrariam Donald Trump e Xi Jinping em novembro, no Chile, foi cancelado. 

De acordo com informações ainda noticiadas pela Band, a assinatura poderia acontecer até mesmo no Brasil. De Nova York, o repórter Mario Vitor Rodrigues, disse que a sugestão foi feita e está sendo avaliadas. Outras dezenas de locais também já forma cogitadas como o Alasca, o Havaí, Iowa, e alguns locais na China. Até mesmo a Nova Zelândia teria sido cogitada.

O presidente americano, por sua vez, afirma que o semi-acordo deverá ser assinado em algum lugar dos EUA. Nenhuma decisão foi tomada ainda, nem mesmo quanto a uma data para a assinatura. 

No entanto, embora as especulações sejam crescentes em torno do local, o mercado segue muito ansioso - mas ainda controlado e mantendo-se na defensiva - para conhecer mais detalhes da tal 'fase um' do acordo entre as duas maiores economias do mundo e que, ao ser efetivado, poderia marcar um grande avanço em uma disputa que já dura mais de dois anos. 

Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross disse que a primeira fase do acordo está em 'boa forma' depois de se encontrar com o primeiro ministro da China, Li Keqiang, em um seminário em Bangkok, na Tailândia. Ross, ainda segundo a agência, expressou otimismo sobre o acordo, mas ainda assim deixou claro que dúvidas ainda pairam sobre a assinatura da primeira fase ainda este ano. 

"Estamos em boa forma, estamos fazendo um bom progresso e não há uma razão natural para que isso não ocorra. Mas se vai escorregar um pouco, quem sabe. Sempre é possível", disse o secretário norte-americano. 

O volume financeiro do acordo também é motivo de especulação, como explica o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

"Todos os especialistas sinalizam que deva sair um acordo, mas a dúvida é sobre o tamanho desse acordo. Donald Trump afirma que se trata de algo entre US$ 40 e US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos, e isso é um valor muito expressivo. Antes da guerra, os chineses compravam cerca de US$ 20 bilhões (...) Já autoridades chinesas falam que o acordo será perto de US$ 20 bilhões, dentro do normal", diz. 

Assim, ainda segundo Fernandes, o "mercado está entre esses dois vieses", olhando as estimativas para os números, mas ainda assim aguardando por números concretos e contratos assinados. "O mercado está muito cético em acreidtar em promessas", completa. 

RETIRADA DE TARIFAS x ASSINATURA DA FASE 1

E antes de que qualquer medida seja oficializada, a China ainda tenta fazer os EUA reverterem as tarifas sobre importações de até US$ 360 bilhões em produtos, segundo fontes familiarizadas com o assunto e ouvidas pela Bloomberg. 

Negociadores chineses teriam solicitado ao governo Trump uma 'retirada inicial' de ao menos US$ 110 bilhões em bens e produtos. os quais foram impostos em setembro último, e que reduzam a taxação dos 25% sobre outros US$ 250 bilhões, estes tendo sendo iniciados no começo deste ano. Da mesma forma, a China também estaria disposta a remover parte de suas tarifas sobre produtos norte-americanos. 

A nação asiática pede, ainda segundo fontes ouvidas pela agência internacional, que as demais taxas americanas sobre US$ 160 bilhões em produtos previstas para começarem a entrar em vigor a partir de 15 de dezembro. "No mínimo, essas tarifas têm que ser retiradas para que Xi entre em um avião para encontrar Trump", disseram os especialistas ouvidos pela agência internacional. 

Em contrapartida, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer argumentam que as taxas sobre os US$ 250 bilhões em produtos chineses são uma espécie de 'garantia' para que a China cumpra com o que for acordado, inclusive a longo prazo.

Iowa? Grécia? O local de reunião de Trump e Xi se torna a nova questão comercial

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e a China estão trabalhando para reduzir suas diferenças o suficiente para assinar a "fase um" de um acordo comercial já neste mês, mas as sugestões para um local de assinatura variam do Alasca à Grécia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, podem assinar o acordo em Iowa, um Estado com conexões históricas com Xi e que se beneficiaria do aumento das compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.

Por outro lado, uma autoridade chinesa disse que Pequim está considerando a possibilidade de uma reunião na Grécia, aonde Xi deve chegar no domingo. Depois, segue para o Brasil para uma cúpula dos principais países emergentes que começa em 13 de novembro.

Várias fontes informadas sobre as negociações comerciais nos Estados Unidos disseram que a assinatura na Grécia é improvável. Autoridades do governo grego disseram que, até o momento, não havia indicação de um pedido para tal cerimônia durante a visita de Xi.

Em vez disso, os dois lados poderiam escolher um meio-termo como o Havaí ou o Alasca, disseram várias fontes norte-americanas.

A falta de consenso sobre um local de assinatura reflete a natureza fluida das negociações. Os detalhes finais ainda não foram definidos, incluindo um mecanismo de fiscalização e a extensão do alívio tarifário para a China.

Também reflete as dificuldades políticas para a escolha de um local. Depois de 16 meses de conflitos públicos e tarifas retaliatórias, nenhum líder quer parecer fraco em casa ou para rivais estrangeiros, disseram especialistas em comércio.

Iowa seria a primeira escolha do governo Trump, dado o apelo político a um grande círculo eleitoral de Trump por um acordo que deve aumentar as exportações norte-americanas de soja, suínos e outros produtos que foram prejudicados pela guerra comercial.

Xi está aberto a viajar para os Estados Unidos, disse uma autoridade chinesa, acrescentando que a China vê a Grécia ou os Estados Unidos como os únicos locais possíveis, do ponto de vista da segurança.

"Ele é prático. Ele está pronto para ir aos EUA para assinar o acordo, desde que haja um acordo", disse a fonte.

Tarifas de Trump custam US$ 35 bi à China e prejudicam ambas as economias, diz ONU 

GENEBRA (Reuters) - A guerra comercial entre as duas principais economias do mundo reduziu as importações norte-americanas de produtos chineses em mais de um quarto - ou 35 bilhões de dólares - no primeiro semestre deste ano, e elevou os preços para os consumidores dos Estados Unidos, mostrou um estudo da ONU nesta terça-feira.

A China e os EUA têm travado uma disputa comercial nos últimos 16 meses, embora haja esperanças de que um acordo inicial possa ser assinado este mês, o que ofereceria algum alívio.

Se isso falhar, quase todas as importações de mercadorias chinesas para os Estados Unidos - no valor de mais de 500 bilhões de dólares - poderão ser afetadas.

As importações da China para os EUA sujeitas a tarifas caíram para 95 bilhões de dólares entre janeiro e junho, ante 130 bilhões no mesmo período de 2018, mostrou um estudo divulgado pela agência de comércio e desenvolvimento das Nações Unidas, a UNCTAD.

"No geral, os resultados indicam que as tarifas dos Estados Unidos sobre a China estão prejudicando economicamente os dois países", afirmou o relatório. "As perdas nos Estados Unidos estão amplamente relacionadas aos preços mais altos para os consumidores, enquanto as perdas na China estão relacionadas a perdas significativas nas exportações".

Com o tempo, as empresas chinesas começaram a absorver alguns dos custos extras das tarifas com uma queda de 8% nos preços de exportação no segundo trimestre de 2019, mas isso ainda deixou 17% "nos ombros dos consumidores norte-americanos", disse o autor do relatório, Alessandro Nicita, economista da UNCTAD.

O setor mais afetado pelas tarifas dos EUA são as importações chinesas de máquinas de escritório e equipamentos de comunicação, que caíram em 15 bilhões de dólares. Com o tempo, a escala das perdas de exportação chinesas aumentou juntamente com as tarifas crescentes, segundo o estudo.

"Quanto mais a guerra comercial continuar, maior a chance de essas perdas e ganhos serem permanentes", afirmou Nicita.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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