Após flertar com R$ 4,28, dólar crava novos recordes históricos em sessão de atuação do BC

Publicado em 26/11/2019 17:26

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar até desacelerou a alta depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo Banco Central no mercado à vista, mas ainda assim fechou com folga em nova máxima recorde nesta terça-feira, depois de ao longo do pregão disparar a quase 4,28 reais e cravar novo pico histórico também para o intradia.

A onda de compra de moeda foi deflagrada depois de declarações dadas na véspera pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando que o dólar alto veio para ficar.

A força da moeda, contudo, também teve como respaldo a percepção de que o Banco Central estava hesitando em atuar no mercado cambial, o que forçou duas intervenções da autoridade monetária no mercado à vista.

No mercado interbancário, cujas operações se encerram às 17h, o dólar fechou em alta de 0,59%, a 4,2398 reais na venda, mais de 2 centavos acima da máxima anterior --de 4,2150 reais na venda, marcada na véspera.

Durante os negócios, a cotação cravou 4,2785 reais na venda. Na compra, a moeda foi a 4,2770 reais, superando com folga a taxa de 4,2482 reais na compra alcançada em 24 de setembro de 2015, quando os mercados domésticos sofriam com forte volatilidade logo depois de a S&P retirar do Brasil o grau de investimento.

Na B3, em que as operações vão até as 18h15, o contrato de dólar mais negociado subia 0,27%, a 4,2400 reais, após máxima de 4,2775 reais.

BC pode repetir intervenções amanhã se vir novos gaps de liquidez, diz Campos Neto.

  • Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento em São Paulo 08/08/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária poderá repetir na quarta-feira intervenções cambiais que fez ao longo da sessão desta terça se observar novos gaps de liquidez no mercado.

Em evento promovido pelo jornal Correio Braziliense, Campos Neto reforçou que o câmbio é flutuante e o BC age apenas em caso de problemas de liquidez ou para atenuar movimentos que estão fora do padrão normal.

"Se amanhã nós entendermos que de novo existe um movimento disfuncional e que o câmbio brasileiro está destoando de outros países... com gap de liquidez nós vamos voltar a fazer intervenção como fizemos hoje", disse.

O dólar até desacelerou a alta depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo BC no mercado à vista, mas ainda assim fechou com folga em nova máxima recorde nesta terça-feira, depois de ao longo do pregão disparar a quase 4,28 reais e cravar novo pico histórico também para o intradia.

Campos Neto disse que tem lido que suas declarações têm gerado controvérsia, mas defendeu que o BC "tem dito a mesma coisa sempre", seguindo o princípio da separação entre política monetária e cambial.

A visão é de que os juros são utilizados para política monetária, repetiu Campos Neto. O câmbio é flutuante e as medidas macroprudenciais são para garantir a solidez do sistema financeiro, frisou.

"É importante entender que nós acreditamos no princípio da separação. Isso significa que as intervenções não fazem com que o movimento de longo prazo seja revertido, a intervenção não tem capacidade de fazer com que o câmbio mude uma tendência natural que é feita por variáveis macroeconômicas, e sim atenua movimento", complementou.

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Fonte:
Reuters

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