FMI diz que dívida argentina é "insustentável" em meio a temores de calote

Publicado em 19/02/2020 18:33

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BUENOS AIRES (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira que a dívida argentina é "insustentável" e que credores privados precisarão dar uma contribuição significativa para que o país se restabeleça.

O comunicado veio em momento em que o Fundo conclui visita de uma semana ao país, que está tentando evitar o calote de cerca de 100 bilhões de dólares em empréstimos e títulos, em meio a uma recessão e inflação elevada.

O FMI disse que a forte elevação da dívida pública significa que o país precisaria de uma "operação de dívida definitiva --demandando uma contribuição significativa de credores privados" para restaurar a sustentabilidade da dívida.

O comunicado oferece suporte ao novo governo peronista da Argentina, que tem insistido que o país não pode pagar suas dívidas a não ser que ganhe tempo para reavivar o crescimento. A Argentina espera concluir suas negociações de dívida até o final de março.

BC da Argentina reduz taxa básica de juros para 40%, diz comunicado

BUENOS AIRES (Reuters) - O Banco Central da Argentina reduziu sua taxa básica de juros para 40% ao ano, ante patamar anterior de 44%, nesta quarta-feira, visando reativar a atividade econômica após a desaceleração da inflação.

Esse foi o sétimo corte na taxa de juros desde que o novo governo peronista assumiu, em dezembro.

Bônus argentinos aguardam sinal do FMI sobre severidade de reestruturação de dívida

BUENOS AIRES (Reuters) - Os investidores em títulos argentinos esperavam nesta quarta-feira por notícias do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a sustentabilidade da dívida do país e se as reuniões oficiais em Buenos Aires resultariam em uma recomendação de uma forte reestruturação da dívida.

Os preços dos títulos acumulavam queda de 3,5% neste ano, à medida que aumenta a incerteza sobre a capacidade da Argentina de pagar 44 bilhões de dólares ao FMI, seu maior credor único, e dezenas de bilhões de dólares a mais para os detentores de títulos privados.

S&P 500 e Nasdaq fecham em máximas recordes com esperanças de estímulo na China

NOVA YORK - Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em máximas recordes nesta quarta-feira, com o otimismo de que a China adotaria mais medidas para sustentar sua economia diminuindo as preocupações com o impacto econômico da epidemia do coronavírus.

As ações mantiveram os ganhos após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que mostrou que os formuladores estavam cautelosamente otimistas quanto à capacidade de manter as taxas de juros estáveis n​​este ano, enquanto reconheciam novos riscos causados ​​pelo surto de vírus.

A expectativa predominante é que a China reduzirá sua taxa básica de juros na quinta-feira, o que se somaria a medidas que visam limitar o impacto de fechamento de empresas e de restrições de viagem na segunda maior economia do mundo.

"Parece que os investidores estão dando um suspiro de alívio por acreditarem que o pior do coronavírus ficou para trás", disse Paul Nolte, gerente de portfólio da Kingsview Investment Management em Chicago.

A Apple cresceu 1,4%, recuperando a maior parte das perdas da sessão anterior, após um aviso surpresa de vendas que destacou preocupações sobre o impacto do coronavírus nas cadeias de suprimentos globais.

O segmento de tecnologia do S&P 500 também avançou, encerrando em alta de 1,1%. Entre os setores, foi o segundo que mais avançou em termos de porcentagem depois do de energia, que cresceu 1,3%.

O Dow Jones avançou 0,4%, para 29.348,03 pontos, o S&P 500 valorizou 0,47%, para 3.386,15 pontos e o Nasdaq valorizou 0,87%, para 9.817,18 pontos.

Os economistas do FMI devem encerrar seis dias de reuniões com autoridades do governo e do banco central, com um comunicado esperado ainda para esta quarta ou quinta-feira. As negociações foram convocadas pelo ministro da Economia, Martín Guzmán, o qual afirma que o governo precisa reestruturar cerca de 100 bilhões de dólares em obrigações.

A questão é quanto de sangue dos detentores de títulos será deixado no chão após a operação de reestruturação.

"Seria positivo para o mercado ver uma declaração do FMI de que a dívida da Argentina pode se tornar sustentável, adiando o pagamento de títulos principais e reduzindo os cupons de taxa de juros, e que o FMI apoiaria esse tipo de reestruturação", disse Fernando Marrul, chefe da consultoria FM and Associates.

"O pior cenário para os detentores de títulos seria o FMI emitir uma declaração que apoie um desconto profundo, ou um corte no principal devido aos detentores de títulos", acrescentou. "Até o momento, não temos muitas informações sobre as reuniões. Precisamos saber o que o FMI pensa sobre a sustentabilidade da dívida da Argentina."

Os preços da dívida local sofreram um impacto na semana passada, depois que o governo foi forçado a abandonar a venda de títulos devido ao baixo interesse dos investidores e, em seguida, surpreendeu os acionistas ao adiar unilateralmente o pagamento do principal de um título local por cerca de seis meses.

A moeda argentina, o peso, caiu 0,11% na abertura, à medida que os mercados aguardavam sinais do FMI.

O fundo concedeu à Argentina um financiamento de 57 bilhões de dólares em 2018, em acordo que incluía metas fiscais rígidas --como cortes de subsídios a serviços públicos-- que aprofundaram a recessão e esmagaram a popularidade do presidente anterior Mauricio Macri.

Economistas do setor privado esperam que a economia encolha 1,5% em 2020.

Embora Guzmán tenha caracterizado as conversas com o FMI como "construtivas", ele disse ao Congresso na semana passada que as políticas de austeridade previamente prescritas pelo fundo eram responsáveis ​​pela crise da dívida argentina.

Guzmán disse na semana passada que a Argentina está em uma "profunda reestruturação da dívida" e alertou que as políticas futuras não serão ditadas pelos detentores de títulos que provavelmente considerarão as negociações "frustrantes".

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Fonte:
Reuters

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