São milhões de empregos destruídos, diz Bolsonaro sobre fechamento do comércio

Publicado em 18/04/2020 18:17

O presidente Jair Bolsonaro destacou mais uma vez neste sábado (18) o impacto de medidas de restrição nos empregos no País. Da rampa do Palácio do Planalto, onde esteve nesta tarde, o presidente disse ainda que uma possível abertura do comércio no Distrito Federal em 3 de maio seria "tarde". "São alguns milhões de empregos formais que foram destruídos, fora os informais", disse.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a reabertura do comércio em live realizada em frente ao Palácio do Planalto e transmitida em sua página do Facebook. “Não tem que se acovardar com esse vírus na frente”, afirmou o presidente. Ele ainda criticou governadores que adotaram medidas para fechar o comércio e restringir a circulação de pessoas como forma de incentivar o isolamento social. “Os Estados estão quebrados. Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical.”

Bolsonaro disse que a abertura do comércio não depende dele. “Se dependesse de mim, muito mais coisa já estaria funcionando”, falou em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu autonomia para Estados e municípios definir medidas de combate ao vírus.

‘Não tem que se acovardar com esse vírus’, diz Bolsonaro em live gravada no Palácio do Planalto

Jair Bolsonaro: 'Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical' 

“A maioria das cidades têm um caso disso aí. Fechou-se tudo completamente. Aonde vamos chegar? Não estou defendendo a economia, estou defendendo o emprego. Estou preocupado com a vida, mas temos dois problemas e não podemos tratar só de um e do outro não. Já começamos a mudar um pouco a nossa política desde ontem. Se bem que a decisão foi do Supremo Tribunal Federal que decidiu que Estados e municípios podem decretar as medidas que acharem necessárias para conter o avanço do vírus. Então tem prefeitos aí que cometeram barbaridades.”

Bolsonaro ainda afirmou que o Supremo disse que ele “não tinha autoridade para isso”. Mas no que depender dele, começará uma flexibilização e mostrará que esse não é o caminho.

“Estão fazendo o que bem entendem e, na hora que chegar a conta, não queiram botar… Não é pra mim, é para o contribuinte. Ninguém sabe a quanto vai chegar a conta do ICMS e ISS. Estamos calculando que será muito acima, mas muito acima de R$ 100 bilhões. Não tem espaço para isso no Orçamento. Não é que se vire o chefe do Executivo. Se aqui nós quebrarmos, quebra o Brasil, os Estados estão muito mal das pernas. Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical. Volta atrás em alguma coisa, começar a abrir, com os devidos cuidados: luvas, máscaras, gel, seja o que for, campanhas educativas.”

A fala do presidente faz referência à aprovação pela Câmara dos Deputados do texto de socorro para Estados e municípios. A medida incluiu a recomposição de perdas com a arrecadação do ICMS e ISS dos entes provocadas pela pandemia.

Segundo Bolsonaro, há governantes espalhando “pavor e pânico” sobre a população e afirmou que tem ouvido das pessoas pedidos de volta à “normalidade”. “A voracidade de alguns políticos fechando tudo por aí, alguns até prendendo, é um ato abominável”, disse, citando a prisão de uma senhora em Araraquara (SP). 

O presidente falou também que não possui dados em mãos, mas que milhões perderão os empregos formais ou informais. “Estamos em uma situação complicada. Será que esse pessoal não vai entender? Não consegue parar de me atacar, chamar de genocida? Não vai entender que o que vai matar as pessoas para valer são as consequências do desemprego? Quem está tomando essas decisões de bloqueio total não vê que, com essa queda de arrecadação, vai faltar dinheiro para pagar funcionalismo público?”

Bolsonaro ainda disse que desemprego causa mais violência, aumentando o trabalho da Polícia Militar. Segundo ele, o Brasil está mergulhando em um “caos” e disse querer crer que não é pela vontade “desses políticos”. “Não vão conseguir me tirar daqui.”

Ele também falou que já era conhecido que o vírus iria infectar 70% da população, além de manifestar que “essa imprensa só promove o caos”. Depois, o presidente desceu a rampa do Palácio do Planalto e conversou, separado pela grade e com alguns metros de distância, com um grupo que estava fazendo um protesto contra o aborto. Ele recebeu um quadro de Jesus e uma bandeira que dizia “Brasil Vivo Sem Aborto” e os levantou no ar.

Após passeio por Brasília, Bolsonaro convida família para entrar no Alvorada

Ao retornar para o Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro convidou uma família para entrar na residência oficial A família, que estava entre os apoiadores que esperavam a chegada do presidente em frente ao Alvorada, foi levada de carro até o interior do Palácio minutos depois de o comboio presidencial entrar.


Na volta ao Alvorada, Bolsonaro não falou com a imprensa. Questionado sobre a sua relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele apenas respondeu: "Não tenho relação, sou casado com a Michelle."

Mais cedo, o presidente voltou a quebrar as recomendações sanitárias para evitar a propagação do coronavírus e fez um novo tour por Brasília. Ele deixou o Palácio da Alvorada por volta das 15 horas rumo ao Palácio do Planalto. Acompanhado do deputado Hélio Lopes (PLS-RJ) e seguranças, Bolsonaro desceu a rampa para conversar com apoiadores.

Em seguida, o presidente seguiu para o Setor Militar Urbano (SMU) de Brasília. Em frente ao Quartel General do Exército, o chefe do Executivo conversou e tirou fotos com populares e com policiais militares. Bolsonaro também se encontrou com o ministro da Casa Civil, Braga Netto, no local. Os dois conversaram reservadamente por alguns minutos.

MP verde e amarelo deve ser votada segunda-feira, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que a medida provisória que institui o contrato verde amarelo deve ser vota na segunda-feira, 20, pelo Senado. Neste sábado, Bolsonaro deixou a residência oficial e foi para o Palácio do Planalto. Da rampa, acompanhado de ao menos 12 pessoas, entre elas o deputado Hélio Negão (PSL-RJ), ele acenou para apoiadores.

"Deve ser votada segunda-feira. Tenho nada contra o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado). Davi é meu chapa", respondeu após ser perguntado se teria feito um acordo com o presidente da Casa.

Ontem, o Senado decidiu não votar a MP, que reduz impostos às empresas na contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas acima de 55 anos. O texto perderá a validade se não for aprovado pelos senadores até segunda-feira. A retirada do item da pauta foi entendida como uma retaliação às críticas de Bolsonaro à atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Eu não ataquei o Legislativo", afirmou quando questionado sobre a relação com o Legislativo. Bolsonaro disse ainda que o Legislativo que tem o criticado.

O presidente destacou também a aprovação da Câmara do socorro para Estados e municípios no valor de R$ 89,6 bilhões. O texto voltou para a análise da Câmara. Bolsonaro destacou que pelo texto o governo deve recompor as perdas de ISS e ICMS dos entes provocadas pela pandemia. "Quer que o contribuinte pague a conta?", questionou.

A agenda oficial não previa compromissos oficiais neste sábado. Questionada, a assessoria do Planalto, afirmou que a saída de Bolsonaro se tratava de "questões internas". Sem máscara de proteção, Bolsonaro e sua equipe chegaram a descer a rampa para falar com os apoiadores. Os populares também não estavam de máscara e não respeitaram orientações de não aglomeração.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que não está preocupado com popularidade ou pesquisas, mas sim com o País. Da rampa do Palácio do Planalto, nesta tarde, Bolsonaro respondeu a algumas perguntas da imprensa e foi questionado sobre a pesquisa Datafolha que retrata que 64% dos brasileiros desaprovam a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.

"Datafolha, pelo amor de Deus. Tem pesquisa melhor que essa aqui", afirmou apontando para populares que se aglomeravam para vê-lo à frente da rampa. "Não estou preocupado com popularidade não, nem pesquisa. Tô preocupado com Brasil". Em seguida, alguns apoiadores passaram buzinando em frente ao Planalto e ele voltou a se referir aos populares: "Olha a DataFolha aí."

Nelson Teich participará de videoconferência com ministros da saúde do G20

O ministro da Saúde, Nelson Teich, participará neste domingo, 19, de videoconferência com chefes da área dos países do G20 para discutir impacto da covid-19. Será a primeira vez que o médico, que tomou posse no cargo nessa sexta-feira, 17, representará o Brasil em uma reunião da cúpula.

A princípio, estava prevista a participação do agora ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana. Os dois divergiram por semanas sobre a estratégia para combate ao coronavírus.

Entre os principais temas o grupo debaterá a prestação de cuidados de saúde e incentivo a soluções digitais para a coordenação global. No mês passado, em reunião extraordinária, os líderes determinaram que os países compartilhassem as melhores práticas nacionais para desenvolver um pacote de ações urgentes combate à pandemia de forma conjunta.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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