Após início de baixas intensas, bolsas e commodities recuperam parte das perdas nesta 2ª feira

Publicado em 15/06/2020 17:45

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Uma segunda-feira, 15 de junho, que tinha tudo para ser bastante negativa para o mercado financeiro global viu uma virada importante diante de um novo anúncio vindo do FED (Federal Reserve), o banco central norte-americano. As bolsas de valores, que iniciaram a semana com quedas intensas, trocaram de lado e algumas conseguiram até zerar as baixas do início da sessão. O Ibovespa é um dos exemplos positivos. 

Entre as commodities, o petróleo, que cedia mais de 3% no início do dia, voltou para o campo positivo e operava assim tanto na Bolsa de Nova York, quanto na de Londres. Na bolsa americana, o barril do WTI voltava, dessa forma, a superar os US$ 36,00. No Brasil, o dólar chegou a disparar mais de 3% durante a sessão, porém, encerrou o dia com alta de 1,94% e valendo R$ 5,12. 

Nas agrícolas, a soja voltou á estabilidade na Bolsa de Chicago, o milho reduziu as baixas e o trigo passou a operar do lado positivo da tabela. Em Nova York, os futuros do açúcar subiam mais de 1%, enquanto o café seguia no vermelho, mas com perdas um pouco mais amenas, bem como o algodão. 

O FED informou que irá revisar seu programa de compra de títulos corporativos e acalmou os mercados em todo mundo. Mais cedo, em entrevista ao canal Band News, o professor Roberto Dumas Damas, economista e professor do Insper, já havia sinalizado que a atual medida do autoridade americana a compra destes títulos, mesmo de sendo de empresas consideradas "más pagadoras", promoveu uma grande distorção dos preços e do retorno real destes títulos. 

"Todo o mercado se antecipou e começou a comprar esse títulos. Os preços subiram, as taxas de juros embutidas nesses títulos caíram e isso causou uma distorção tenebrosa", disse. "Somente em maio foram emitidos US$ 44 bilhões de bonds". Assim, com a revisão do plano pelo banco central norte-americano e o discurso de Jerome Powell, presidente da instituição, no último dia 11, afirmando que o FED não poderia comprar "qualquer título", fez com que "o mercado de crédito voltasse ao normal". 

O economista explica, portanto, que as baixas intensas observadas no início dos negócios nesta segunda-feira eram 'normais' e esperadas. Segundo Dumas, nem mesmo as altas do começo da semana passada são justificadas dada a profundidade dos danos causados pela pandemia do coronavírus sobre a economia global, ainda distante de uma recuperação consistente, em sua análise. 

"Agora, porém, o mercado não teria razão para ficar feliz, porque ele (FED) está sendo mais restritivo. Na realidade, essa notícia restringe aquilo que o FED falou em março, quando ele disse 'compro tudo e mais um pouco' e agora diz 'não, não posso comprar tudo, pois não posso ser dono de empresa", explica o professor.

2ª ONDA DE CORONAVÍRUS 

Mais do que isso, afinal, se soma a possibilidade de uma nova onda de coronavírus que pode chegar a Ásia - Pequim já tem 36 novos casos confirmados, totalizando 499, e aos EUA -, atrasando ainda mais qualquer possibilidade de retomada efetiva e duradoura da economia global. 

Segundo a agência de notícias Bloomberg, o mercado observa o número de casos subindo também  em pelo menos 20 estados dos EUA. Alguns pontos da Europa também preocupam e os relatos trazem preocupação e incerteza ao mercado. Os governadores do Texas e de Nova York, nos EUA, sinalizam que poderiam reativar as medidas de lockdown caso as medidas de flexibilização da quarentena não sejam devidamente cumpridas. 

Apesar disso, as especulações ainda são maiores do que o que há confirmado de fato, ao menos até este momento, e o que há de certo agora é que o mercado ainda tem muita volatilidade pela frente. Neste momento, especialistas do mercado financeiro ainda divergem sobre os efeitos do coronavírus daqui em diante. O que se sofreu até agora é sabido. No que ainda vem, a nebulosidade é grande e, para alguns, pode surpreender e frustrar as perspectivas de recuperação. 

No boletim Focus desta segunda-feira, a estimativa é de que o PIB (Produto Interno Brasileiro) recue 6,51%. Na semana anterior, a projeção era de 6,48%. Para 2021, surpreendentemente, segue estimado o crescimento de 3,5%. 

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Fed começará na terça-feira a comprar títulos corporativos

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Por Jonelle Marte e Lindsay Dunsmuir

(Reuters) - O Federal Reserve (Fed) anunciou que começará na terça-feira a comprar títulos corporativos por meio de instrumento de crédito corporativo do mercado secundário (SMCCF, na sigla em inglês), uma das várias ferramentas de emergência recentemente lançadas pelo banco central dos Estados Unidos para melhorar o funcionamento do mercado na esteira da pandemia do coronavírus.

O Fed vai utilizar uma abordagem de indexação ao fazer as compras com objetivo de criar um portfólio baseado em um amplo e diversificado índice de mercado de bônus corporativos dos EUA.

As compras vão complementar as outras aquisições de ativos realizadas pelo SMCCF, que começou a comprar cotas de fundos negociados em bolsa em meados de maio.

Os mercados acionários subiram com o anúncio nesta segunda-feira à tarde, após as notícias aumentarem a confiança dos investidores.

As compras de títulos corporativos serão baseadas em um índice "composto por todos os bônus no mercado secundário emitidos por empresas norte-americanas que atendem a rating mínimo, vencimento máximo e outros critérios da ferramenta", afirmou o Fed nesta segunda-feira.

O instrumento do Fed para crédito corporativo do mercado primário, que vai comprar títulos corporativos diretamente de emissores elegíveis, deve se tornar "operacional em um futuro próximo", disse o banco central nesta segunda-feira.

Dólar avança quase 2% com noticiário doméstico; Fed contém alta

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em firme alta ante o real nesta segunda-feira, com o mercado avaliando o recente noticiário local e seus impactos sobre a agenda de reformas fiscais e econômicas.

A moeda, contudo, se afastou das máximas da sessão, na esteira de melhora nos mercados financeiros internacionais após o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciar que comprará a partir de terça-feira títulos corporativos individuais, ampliando o escopo de classes de ativos beneficiadas com seus programas de liquidez.

O dólar à vista subiu 1,92%, a 5,1421 reais na venda. O real teve o pior desempenho entre as principais divisas globais nesta sessão.

A cotação operou em alta durante todo o dia. Na máxima, disparou 3,60%, para 5,2269 reais. Na mínima, subiu 0,68%, a 5,0797 reais.

O mercado começou o dia reagindo à informação do fim de semana sobre o pedido de Mansueto Almeida --tido como defensor de iniciativas de responsabilidade fiscal-- para deixar o cargo de secretário do Tesouro Nacional. Na tarde desta segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o atual diretor de Programas na Secretaria Especial da Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, será o novo secretário do Tesouro.

O anúncio da saída de Mansueto pegou o mercado num momento de grande preocupação do lado das contas públicas, em meio ao aumento de gastos para fazer frente ao Covid-19.

Ainda em Brasília, a prisão da ativista Sara Winter e de outros cinco integrantes do grupo 300 pelo Brasil, liderado por ela e que apoia o presidente Jair Bolsonaro, voltou a colocar em destaque as acirradas tensões do Executivo com o Judiciário.

Para a Guide Investimentos, a combinação de fatores domésticos com o exterior negativo mais cedo na sessão apontava um dia de perdas para os mercados locais.

À tarde, porém, ativos de risco em todo o mundo melhoraram o sinal com a notícia de que o Fed começará na terça-feira a comprar títulos corporativos por meio de instrumento de crédito corporativo do mercado secundário (SMCCF, na sigla em inglês), uma das várias ferramentas de emergência recentemente lançadas pelo banco central dos Estados Unidos para melhorar o funcionamento do mercado na esteira da pandemia do coronavírus.

Os índices de ações em Nova York fecharam em alta depois de quedas mais cedo, e moedas de risco abandonaram as mínimas da sessão.

"O mercado parece mais preocupado com a pandemia e seus efeitos deflacionários", disse Luis Laudisio, operador da Renascença.

Esta semana tem como destaque no Brasil a decisão de política monetária do Banco Central. Há especulações de que o BC pode deixar a porta aberta para novos cortes da Selic diante das fracas leituras de inflação e do colapso da economia.

O real perde 21,96% no ano, pior desempenho global. A queda dos juros é citada como fator que pressionou o câmbio nos últimos tempos, já que reduziu a taxa paga por títulos de renda fixa e colocou o Brasil em desvantagem em relação a outros emergentes com juros básicos mais elevados.

Ibovespa fecha em queda com bancos, mas reação de Petrobras e disparada de Cielo reduzem perda

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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, pressionado pelas ações da bancos, mas distante das mínimas da sessão em meio à recuperação dos papéis da Petrobras, acompanhando a melhora dos preços do petróleo no exterior e à disparada das ações da Cielo após acordo com o Facebook.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,26%, a 92.554,04 pontos, de acordo com dados preliminares.

O volume financeiro da sessão alcançava 40,6 bilhões de reais, amplificado pelo exercício de opções sobre ações e cotas de ETFs na primeira etapa da sessão, que movimentou 11,16 bilhões de reais, dos quais 7,35 bilhões de reais em opções de venda e 3,81 bilhões de reais em opções de venda.

(Por Paula Arend Laier)

Wall St encerra em alta com Fed amenizando preocupações da recuperação

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Por Stephen Culp

NOVA YORK (Reuters) - Wall Street encerrou em alta nesta segunda-feira seguindo anúncio do banco central dos EUA sobre seu programa de compra de títulos corporativos que impulsionou a confiança dos investidores, a qual vinha oscilando em meio a um aumento nos novos casos do Covid-19.

Todos os três principais índices de ações dos EUA reverteram as perdas ao longo das negociações da tarde, após a decisão do Federal Reserve de aplicar uma abordagem de indexação à sua linha de crédito corporativo no mercado secundário para criar um portfólio mais diversificado.

Segundo dados preliminares, o Dow Jones subiu 0,66%, para 25.774,71 pontos, o S&P 500 valorizou 0,87%, para 3.067,68 pontos e o Nasdaq avançou 1,44%, para 9.727,07 pontos.

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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