Ibovespa fecha em queda com NY e tombo do petróleo, mas sustenta 100 mil pontos

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, com Petrobras entre as maiores baixas na esteira do tombo do petróleo no exterior, em sessão também negativa em Wall Street, enquanto, no Brasil o cenário fiscal continua preocupando.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em declínio de 1,18%, 100.050,43 a pontos, após ser negociado abaixo dos 100 mil pontos na mínima.
A partir desta sessão, a carteira teórica do Ibovespa passou a incluir as ações da Eztec e da PetroRio.
Na volta de fim de semana prolongado por feriado na segunda-feira, o volume financeiro somou 25,5 bilhões de reais.
Em Wall Street, que também não abriu na segunda-feira por feriado nos Estados Unidos, o Nasdaq recuou mais de 4%, conforme o 'sell-off' em ações de tecnologia continuou pelo terceiro pregão seguido. O S&P 500 caiu 2,78%.
Novos ruídos nas relações China-Estados Unidos corroboraram o viés negativo, entre eles uma potencial sanção norte-americana contra a fabricante de chips SMIC e comentários do presidente Donald Trump de que a economia dos EUA se descole da China.
Para Danilo Cápua, sócio da Guelt Investimentos, além da realização de lucros no mercado norte-americano, pesaram na bolsa paulista preocupações com as contas públicas brasileiras.
"Depois da apresentação do Orçamento, o mercado entendeu que tem pouquíssimo espaço para remanejo e ainda não está explicado como será pago o Renda Brasil... Isso ainda deixa uma aversão a risco grande", afirmou.
Em relatório nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody's observou que a dinâmica política apresenta alguns riscos à consolidação fiscal.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 2,88% e 3,47%, respectivamente, afetadas pelo forte declínio dos preços do petróleo no exterior. O Brent fechou em baixa de 5,3%, a 39,78 dólares o barril. A companhia também anunciou que reduzirá os preços médios do diesel e da gasolina em 5% nas suas refinarias a partir de quarta-feira.
- PETRORIO ON recuou 6,08% em sua estreia no Ibovespa, tendo ainda de pano de fundo dados operacionais - preliminares e não auditados - que mostraram produção total de 33.319 barris de óleo equivalente por dia.
- VIA VAREJO ON fechou em baixa de 3,97%, com ações de varejistas com forte atuação no comércio eletrônico mais uma vez sofrendo correção, enquanto ainda figuram entre as maiores valorizações do Ibovespa em 2020. B2W ON cedeu 2,87% e MAGAZINE LUIZA ON perdeu 1,22%.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,24% e BRADESCO PN cedeu 1,59%, sucumbindo ao ambiente de maior aversão a risco na bolsa paulista.
- VALE ON caiu 2,02%, diante da queda dos preços do minério de ferro na China e a notícia de que não obteve acordo para vender sua fatia de 95% na Nova Caledônia para a New Century Resources (NCZ). No setor de mineração e siderurgia, CSN foi exceção e fechou em alta de 0,6%.
- AZUL PN e GOL PN avançaram 6,79% e 2,05%, em meio a apostas de que a flexibilização das regras para evitar a disseminação do Covid-19 ajudará na recuperação das companhias, cujas ações afundaram em 2020 por causa da pandemia e ainda estão entre os piores desempenhos do Ibovespa no ano.
- HAPVIDA ON valorizou-se 1,4%, após divulgar que firmou instrumentos de arrendamento e de compra de participações de entidades de saúde nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, dentro da estratégia de expansão e consolidação nacional, incluindo a compra do Grupo Promed, em Minas Gerais.
- OI ON subiu 1,09% e OI PN avançou 5,96%, após conceder ao consórcio formado por TIM Participações, Telefônica Brasil e Claro, cláusula 'stalking horse' no leilão de seus ativos móveis. TIM avançou 1,7% e TELEFÔNICA BRASIL PN fechou em alta de 0,27%. Também no radar esteve assembleia de credores da Oi.
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