Dólar tem leve queda ante real em meio a sinais de melhora no estado de Trump

Publicado em 05/10/2020 09:19 e atualizado em 05/10/2020 11:19

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar era negociado perto da estabilidade contra o real nesta segunda-feira, refletindo a recuperação do sentimento global em meio a sinais de melhora no estado de saúde do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está internado com Covid-19.

Trump pode ter alta do hospital já nesta segunda-feira, de acordo com seus médicos, mas seu estado clínico ainda não está claro, e especialistas externos alertam que seu caso pode ser grave.

A notícia de que o presidente da maior economia do mundo foi infectado por uma doença que já matou mais de 200 mil norte-americanos abalou os mercados internacionais na sexta-feira, uma vez que aprofundou as incertezas em torno da corrida eleitoral dos EUA.

Nesta segunda, às 10:07, o dólar recuava 0,20%, a 5,6554 reais na venda, enquanto o dólar futuro caía 0,56%, a 5,6615 reais.

Na sessão anterior, na sexta-feira, o dólar negociado no mercado interbancário fechou em alta de 0,24%, a 5,6669 reais na venda, maior patamar desde 20 de maio.

"A atenção dada pelos investidores ao estado de saúde do presidente Donald Trump é a prova de que o 'modo eleições' está ativado ao máximo no mercado financeiro", disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, destacando a "'escolha de Sofia' dos norte-americanos, entre um presidente atípico, polêmico e impulsivo e o conjunto democrata, com resultados muito discutíveis em nível regional nos EUA".

Com a aproximação das eleições, que serão em 3 de novembro, também aumentam expectativas em relação às negociações de um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos, considerado determinante para uma recuperação econômica à medida que o mercado de trabalho norte-americano demonstra sinais de desaceleração.

No Brasil, o cenário fiscal continuava sob os holofotes em meio a incertezas sobre a saúde das contas públicas e a temores de conflitos internos entre a administração do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Diante de dúvidas sobre a forma de financiamento do Renda Cidadã --programa de transferência de renda que o governo quer criar em substituição ao Bolsa Família-- Guedes afirmou na noite de sexta-feira que furar o teto de gastos para ganhar eleições é uma irresponsabilidade com as futuras gerações.

"Os desentendimentos em torno do financiamento do Renda Cidadã e da eventual flexibilização do teto de gastos deverão seguir contaminando o sentimento dos mercados", escreveram especialistas do time econômico da Guide Investimentos, alertando que a melhora externa não tem "força própria para angariar altas (nos ativos locais) na falta de um maior entendimento entre a ala política e a equipe econômica do governo."

Em 2020, o cenário doméstico de deterioração fiscal, política e econômica tem sido apontado como um dos principais fatores de impulso para o dólar, que já salta mais de 41% contra o real no ano.

Os cortes consecutivos na taxa Selic --que se encontra atualmente em 2%, sua mínima histórica-- também ajudaram a pressionar a moeda brasileira, uma vez que significaram a redução de rendimentos locais atrelados aos juros básicos.

O Banco Central fará nesta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.

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Fonte:
Reuters

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