Dólar sobe, mas se afasta de máximas com dados econômicos locais

Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, em dia de força da moeda norte-americana em todo o mundo, mas aqui a cotação ficou longe das máximas da sessão, na esteira de sinais positivos da atividade econômica.
O dólar à vista subiu 0,36%, a 5,6237 reais na venda. A divisa oscilou entre valorização de 0,82% (a 5,649 reais) e queda de 0,25% (para 5,5891 reais).
O real esteve no meio da tabela na lista das moedas globais em queda, com desempenho mais fraco que o peso mexicano, que rondava estabilidade, e melhor que o do rand sul-africano, que caía 0,8% no fim da tarde.
O índice do dólar subia 0,4% no fim da tarde, alcançando máximas em quase duas semanas, amparado por renovados temores sobre paralisações em importantes economias por causa da ressurgência de casos de Covid-19, num contexto de dados fracos nos Estados Unidos e de dúvidas sobre aprovação de novo pacote de estímulo pelo Congresso norte-americano.
Mas, embora tenha fechado em alta, o dólar teve seu melhor momento do dia ainda pela manhã, perdendo força no decorrer do pregão, conforme investidores analisavam o IBC-Br de agosto.
Considerado uma "proxy" de atividade econômica, o IBC-Br teve alta de 1,06% em agosto, abaixo do número de 1,60% esperado em pesquisa da Reuters. Mas a leitura anual, de -3,92%, veio melhor que o prognóstico de alguns analistas, com alguns projetando contração de mais de 4%. Além disso, houve revisões para cima nas leituras mensal (de +2,15% para +3,71%) e anual (de -4,89% para -4,30%) de julho.
Para analistas do Bank of America, os números, somados a indicadores recentemente divulgados, reforçam a perspectiva de contínua recuperação.
"A melhora sustentada dos dados econômicos e as surpresas positivas nos indicadores de atividade corroboram as fortes leituras de nosso rastreador proprietário de atividade, que mostra que a recuperação permaneceu forte em setembro, sua última leitura", afirmaram analistas do banco norte-americano em nota.
O crescimento da economia é visto como chave para o real recuperar terreno perdido, uma vez que tornaria o Brasil mais atrativo para o investimento estrangeiro, ampliando a oferta de dólares e, por tabela, exercendo pressão de baixa sobre a moeda.
Uma economia mais vibrante também limitaria qualquer espaço para novo afrouxamento monetário, o que barraria nova piora relativa do real em termos de retornos oferecidos, quando comparado a seus pares.
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde