Brasil pede empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco Mundial para ampliar o Bolsa Família

BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional avalia o empréstimo de 1 bilhão de dólares que o Banco Mundial aprovou na última quinta-feira para ampliar a expansão do programa Bolsa Família, informou nesta sexta-feira o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
"O empréstimo de 1 bilhão de dólares do Banco Mundial está sendo analisado pelo Tesouro Nacional e faz parte do conjunto de fontes de financiamento externo, o que não usávamos há cerca de dez anos", afirmou Waldery em coletiva de imprensa virtual.
De acordo com comunicado divulgado pela instituição financeira, a ampliação do programa irá expandir a proteção para ao menos 1,2 milhão de famílias pobres que irão continuar a demandar apoio financeiro após o fim da transferência do auxílio emergencial pelo governo federal.
"Essa ampliação benefeciará pelo menos 3 milhões de pessoas, entre elas 990.000 crianças e jovens e 7.000 indígenas", informou em nota o Banco Mundial. De acordo com a instituição, antes da pandemia da Covid-19, cerca de 13 milhões de famílias estavam cadastradas no Bolsa Família.
Ministério da Economia piora projeção para dívida bruta a 96% do PIB em 2020

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia piorou nesta sexta-feira sua projeção para a dívida bruta em 2020 a 96% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 93,9% antes, e indicou que, em caso de choque negativo, o indicador alcançará 125,2% do PIB em 2029.
Este é considerado o principal parâmetro da saúde fiscal do país e, em nota nesta tarde, o ministério reconheceu que o Brasil, com nota de classificação de risco BB-, encerrará 2020 com a dívida bruta bem acima da média de países que integram o mesmo grupo (71,7% do PIB).
Num reflexo dos vultosos gastos do governo com o enfrentamento à pandemia de coronavírus, a dívida bruta saltou a 90,6% do PIB em setembro, renovando assim seu recorde histórico, conforme dados divulgados nesta manhã pelo Banco Central.
No cenário base, o Ministério da Economia previu que a dívida bruta seguirá em ascensão nos próximos anos até atingir 100,8% do PIB em 2026. A partir de então, ela recuaria até 98% do PIB em 2029.
Este quadro considerou uma queda de 5,0% do PIB em 2020, um crescimento acima de 3,0% em 2021 e uma convergência para 2,5% no médio prazo, em linha com as estimativas do boletim Focus de 19 de outubro. Já para a taxa básica de juros, os cálculos levaram em conta a Selic iniciando 2021 em níveis historicamente mínimos, mas convergindo para 6,0% ao ano a partir de 2024.
No cenário de choque, a equipe econômica incorporou um crescimento da economia 1 ponto percentual abaixo da premissa do cenário base em cada ano e considerou uma Selic 1 ponto percentual acima da considerada nesse cenário em todo o horizonte, além de um resultado primário 1 ponto percentual do PIB inferior ao do cenário base anualmente.
"A continuidade de reformas estruturais que promovam um crescimento sustentável e a consolidação fiscal são essenciais para permitir uma dinâmica favorável da dívida pública no médio prazo", disse o ministério em relatório.
"Sem o necessário ajuste fiscal e a persistência de déficits primários, não apenas será improvável reverter a trajetória ascendente da dívida, como essa trajetória será acelerada, à medida que as taxas de juros reais aumentem", acrescentou.
O time do ministro Paulo Guedes também piorou sua estimativa para a dívida líquida a 68,2% do PIB neste ano, sobre 67,8% anteriormente.
O déficit primário estimado para o setor público este ano subiu a 905,4 bilhões de reais, ou 12,7% do PIB, ante 895,8 bilhões de reais (12,5% do PIB) em cálculo feito no fim de setembro.
Já para o governo central, a expectativa agora é de um rombo primário de 880,5 bilhões de reais, ou 12,3% do PIB, acima do patamar de 871 bilhões de reais (12,1% do PIB) de antes.
Para o déficit nominal, que inclui a conta de juros, a conta permaneceu praticamente estável em 17,2% do PIB sobre 17,17% anteriormente.
Esses cálculos também consideraram uma queda real do PIB de 5% em 2020, pelo boletim Focus. Antes, a equipe econômica vinha considerando uma retração de 4,7% para a atividade econômica na divulgação de suas estimativas fiscais.
Faremos todos os esforços de política econômica para diminuir dívida, diz Waldery
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta sexta-feira que o governo fará todos os esforços de política econômica para diminuir a dívida bruta do país "na máxima velocidade possível".
Nesse sentido, ele pontuou que a antecipação de recursos do BNDES ao Tesouro é possível e desejável, além de outros movimentos em relação a dividendos, desinvestimentos, outros bancos públicos federais, ajuste patrimonial e privatizações.
Em coletiva de imprensa, Waldery reafirmou que as medidas para enfrentamento à pandemia ficarão circunscritas a 2020, sem previsão de extensão do auxílio emergencial para além de dezembro.
Sobre eventual benefício para trabalhadores demitidos durante a pandemia, ele afirmou que o tema está sendo discutido no Codefat, e frisou que as propostas nessa direção têm que se limitar a este ano e precisam também apresentar efetividade.
2 comentários
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José Roberto Camozzi Filho Jataí - GO
Essa é só a ponta do iceberg, o problema fiscal do nosso país é grave.
Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP
Para aumentar o PIB o Ministério dos Transportes está resolvendo vários problemas de logística das estradas, ferrovias, portos e aeroportos, que oneram muito o custo Brasil. Agora, para marcar um gol de placa, o governo teria que eleger um aliado muito eficiente, para presidente do Senado e Câmara, a fim de conseguir na reforma Tributária acabar com a isenção fiscal da Zona Franca de Manaus. E na Reforma Administrativa, acabar com a estabilidade no emprego, e reduzir pela metade a quantidade de Municípios, e vereadores. Mas isso é uma missão impossível. Pois no Brasil, o homem público, não tem dó do dinheiro público. E o povo não vota em quem tem esse tipo de preocupação.