Inglaterra e Portugal retomam lockdown por medo do Covid; Austria determina toque de recolher

Publicado em 31/10/2020 19:45 e atualizado em 01/11/2020 10:37
Medida entra em vigor na quinta-feira e vai até 2 de dezembro (Agencia Brasil)

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou neste sábado (31) que a Inglaterra retome o lockdown nacional depois de o Reino Unido ter ultrapassado a marca de 1 milhão de casos de covid-19 e no momento em que uma segunda onda de infecções ameaça sobrecarregar o serviço de saúde.ebc.png?id=1391995&o=nodeebc.gif?id=1391995&o=node

O Reino Unido, que tem o maior número oficial de mortes causadas pela covid-19 na Europa, está enfrentando mais de 20 mil novos casos de coronavírus por dia, e cientistas alertaram que o “pior cenário” de 80 mil mortos pode ser excedido.

Johnson, em entrevista coletiva convocada às pressas em Downing Street depois que a notícia de um lockdown vazou à imprensa, disse que a medida, com duração prevista de um mês em toda a Inglaterra, começará no primeiro minuto após a meia-noite de quinta-feira (5) e durará até 2 de dezembro.

Segundo as medidas, as pessoas só poderão deixar sua casa por motivos específicos como educação, trabalho, exercícios, compras essenciais e de remédios ou para cuidar de vulneráveis.

“Agora é o momento de adotar ações porque não há alternativa”, disse Johnson, ao lado de seu chefe médico, Chris Whitty, e de seu assessor científico, Patrick Vallance.

O governo vai retomar seu esquema emergencial de subsídio salarial pelo novo coronavírus para garantir que os trabalhadores que foram temporariamente dispensados durante o lockdown recebam 80% de seu pagamento.

Lojas essenciais, escolas e universidades continuarão abertas, disse Johnson. Pubs e restaurantes serão fechados, a não ser para retiradas. Todo o varejo não essencial irá fechar.

A adoção de medidas mais restritivas por Johnson aconteceu depois que cientistas alertaram que o surto estava indo na direção errada e que era necessário agir para conter a disseminação do vírus para que as famílias possam ter esperanças de se reunir no Natal.

Johnson foi criticado por oponentes políticos por agir muito lentamente para o primeiro lockdown nacional, que se estendeu de 23 de março a 4 de julho. Ele adoeceu com covid-19 no fim de março e foi hospitalizado no início de abril.

As medidas vão alinhar a Inglaterra com a França e a Alemanha, ao impor restrições nacionais quase tão severas quanto aquelas que levaram a economia global à recessão mais profunda em gerações, mais cedo neste ano.

.Reino Unido, covid 19

© REUTERS/Hannah Mckay/Direitos Reservados

Áustria determina toque de recolher e fechamento de restaurantes em combate à Covid-19

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VIENA (Reuters) - A Áustria anunciou neste sábado um toque de recolher noturno e o fechamento de cafés, bares e restaurantes para todos os serviços com exceção de retiradas, uma vez que as infecções por coronavírus se aproximam do que o governo diz ser um nível insustentável para seu sistema de hospitais.

O país adotou um lockdown abrangente e efetivo durante a primeira onda de infecções em março, mas evitou ação similar mesmo com os casos diários subindo. Bares, restaurantes e teatros permaneceram abertos em tentativa de ajudar o crescimento econômico.

Mas com as infecções diárias saltando para mais de 5.600 na sexta-feira, novo recorde pouco abaixo dos 6 mil que o governo diz que ultrapassará a capacidade dos hospitais, o governo foi forçado a agir.

O chanceler Sebastian Kurz anunciou as medidas em entrevista à imprensa e elas entrarão em vigor a partir de terça-feira, durando até o final de novembro. Entre elas está o toque de recolher das 20h às 6h.

As medidas não compõem um lockdown geral, com lojas, indústrias, jardins de infância e escolas primárias permanecendo abertas. Escolas secundárias e universidades adotarão ensino à distância, disse Kurz.

Portugal decreta novo lockdown; EUA têm quase 100 mil casos em 1 dia

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São Paulo, 31/10/2020 - O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou neste sábado a imposição de uma série de medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus. O anúncio acontece no mesmo dia em que o país renovou recorde diário de casos da doença, com mais de 4 mil diagnósticos entre ontem e hoje.

Entre as normas, Costa informou que estabelecimentos comerciais terão que fechar antes das 22h e restaurantes só poderão funcionar com grupos limitados a seis pessoas, até 22h30. Eventos e celebrações com mais de seis indivíduos serão proibidos e as empresas terão que estabelecer um plano para o trabalho remoto. "Vai ser um mês muito duro", antecipou o líder português, em entrevista coletiva.

O premiê acrescentou que as ações entrarão em vigor para 121 municípios que abrangem 70% da população portuguesa, incluindo Lisboa. Os locais são aqueles que tiveram mais de 240 casos para cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Segundo ele, o governo solicitou ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa a declaração de uma estado de emergência, que precisa ser aprovado por todos os ministros.

Mais cedo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também havia anunciado restrições à circulação de pessoas na Inglaterra até 2 de dezembro para suprimir a curva epidemiológica. Segundo o premiê, as medidas serão analisadas pelo Parlamento na próxima quarta-feira (4) e, se aprovadas, entrarão em vigor na quinta-feira (5).

Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos tiveram ontem 99 321 registros de covid-19, com 1.030 mortes, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkings. Trata-se do maior aumento diário no total de diagnosticados no país desde o início da pandemia. Em comícios de campanha realizados na Pensilvânia hoje, o presidente americano, Donald Trump, garantiu que o governo está derrotando a doença e distribuirá uma vacina eficaz nas próximas semanas.

Nos últimos dias de campanha, Trump critica os que lutam contra o coronavírus

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WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está dedicando os últimos dias de sua campanha à reeleição para criticar autoridades públicas e profissionais da área médica que tentam combater a pandemia de coronavírus, mesmo com o aumento recente de casos e mortes nos EUA. 

Em campanha no Meio-Oeste na sexta-feira, Trump fez um discurso em que promete uma retomada econômica e uma vacina para combater a Covid-19, que está pressionando os hospitais e causando a morte de até 1.000 pessoas por dia nos Estados Unidos. 

Mas ele também dirigiu ataques ao rival na eleição de terça-feira, o democrata Joe Biden. 

Trump disse falsamente que os médicos ganham mais dinheiro quando seus pacientes morrem da doença, intensificando suas críticas anteriores a especialistas médicos como o dr. Anthony Fauci, maior especialista em doenças infecciosas do país.

O presidente criticou as autoridades democratas em Minnesota por impor regras de distanciamento social que limitaram seu comício a 250 pessoas. "É uma coisa pequena, mas uma coisa horrível", disse ele. 

As pesquisas de opinião mostram Trump atrás de Biden nacionalmente, mas com uma disputa mais acirrada nos Estados-chave que decidirão a eleição. Os eleitores apontam o coronavírus como sua principal preocupação. 

Biden, por sua vez, acusou Trump de desistir da luta contra a doença, que já matou quase 229 mil pessoas nos Estados Unidos. 

Brasil tem 407 novas mortes por Covid-19 e total chega a 159.884 (com 4.972.898 pessoas recuperadas)

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SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou 18.947 novos casos de coronavírus e 407 óbitos por Covid-19 neste sábado, informou o Ministério da Saúde.

Com isso, o país acumulada um total de 159.884 mortes pela doença respiratória, com o número de infectados subindo a 5.535.605.

O Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Apesar disso, nas últimas semanas a pandemia tem desacelerado no Brasil em relação ao pico atingido no final de julho, quando chegaram a ser computados mais de 50 mil casos novos e mais de 1 mil óbitos a cada dia.

O Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19 é São Paulo, que chegou neste sábado às marcas de 1.116.127 casos, com 39.311 mortes.

O Rio de Janeiro, segundo Estado com maior número de óbitos pela Covid-19, chegou por sua vez à marca de 20.600 mortes, com 309.977 casos confirmados.

O Brasil possui 4.972.898 pessoas recuperadas da doença e 402.823 pacientes em acompanhamento, segundo o ministério.

Pesquisa revela aumento da ansiedade entre brasileiros na pandemia

Percentual, que é de 30% em alguns países, chega a 80% no Brasil (Agencia Brasil)

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho deste ano revela que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia do novo coronavírus. A pesquisa, que ouviu com 1.996 pessoas maiores de 18 anos de idade, foi divulgada nas redes sociais.ebc.png?id=1391992&o=nodeebc.gif?id=1391992&o=node

“A principal conclusão da pesquisa foi que, nesse período de pandemia, as pessoas desenvolveram ou aumentaram – quem já tinha – sintomas de estresse, ansiedade ou depressão. Isso foi bem marcante, até porque, quando se comparam os nossos dados com os de outros países, como Itália e China, 80% da população da nossa amostra chegaram a reportar sintomas moderados a graves de ansiedade e 68%, depressão”, disse à Agência Brasil a professora da UFRGS Adriane Ribeiro Rosa, coordenadora da pesquisa.

Em média, nos outros países, o índice é de 30%. Para Adriane, isso tem a ver com questões socioeconômicas e culturais, como renda e escolaridade, que tendem a ser mais baixas no Brasil. “É um fator que agrava sintomas relacionados à saúde mental. A gente sabe que, se os níveis de escolaridade e de renda são bons, funcionam como proteção. Mas, se são ruins, fazem o efeito contrário”, disse a professora.

Farmacêutica de formação e com mestrado e doutorado na área de psiquiatria, Adriane explicou que os transtornos psiquiátricos têm na base o estresse. “E o que se está vivendo nesses meses é uma situação de estresse. Aí, é óbvio, vai haver um grupo que consegue lidar com essa situação, chamado resiliente, e um grupo mais suscetível, que acaba adoecendo, ou apresentando essa sintomatologia”.

Outros transtornos

A pesquisa mostrou também que 65% dos entrevistados têm sentimento de raiva; 63% sintomas somáticos, que podem ser sensação de dor, mal-estar gástrico, qualquer coisa orgânica resultante de um quadro de ansiedade; e 50% tiveram alteração do sono.

Adriane destacou que a equipe multidisciplinar de pesquisadores do Laboratório de Psiquiatria Molecular da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre identificou as características do grupo que apresenta mais sintomatologia. “São as mulheres, os mais jovens, os de menor renda e menor escolaridade, e os que já tinham alguma história prévia de doença psiquiátrica”, revelou a professora.

Este foi o primeiro estudo brasileiro com o propósito de rastrear a prevalência de sintomas psiquiátricos na população brasileira em função da pandemia publicado em revista internacional, o Journal of Psychiatric Research (Covid-19 and Mental Health in Brazil: Psychiatric Symptoms in the General Population”).

Segundo Adriane, os dados servem para chamar a atenção para o fato de que a covid-19 não ataca só o pulmão e a respiração, tendo também sequelas emocionais. “Disso, a gente já sabe de estudar pandemias passadas. Tais sintomas podem inclusive persistir. Não é algo que vai acabar quando acabar a pandemia. Uma pessoa que tenha um quadro de ansiedade ou depressão pode continuar com esse quadro por um longo período.”

A coordenadora da pesquisa da UFRGS) ressaltou a necessidade de alertar os órgãos governamentais e os responsáveis pela saúde privada para que essas pessoas sejam atendidas. Para Adriane, o impacto da pandemia na saúde mental deve ser considerado crise de saúde pública. Ela não descartou a possibilidade de nova pesquisa mais à frente, quando a situação estiver mais tranquila e já existir a vacina contra a covid-19, para que se possa fazer um comparativo do quadro durante e após a pandemia.

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Fonte:
Agencia Brasil/Reuters

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