Procurador-geral dos EUA autoriza investigação sobre suposta irregularidade na apuração de votos

Publicado em 10/11/2020 08:30 e atualizado em 10/11/2020 09:55

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A investigação de supostas "irregularidades na apuração de votos" nas eleições presidenciais nos Estados Unidos foi aprovada pelo procurador geral norte-americano, William Barr, nesta segunda-feira (9). Mais do que isso, como informa a CNN, ele afirma ainda que o rito investigativo poderia ocorrer antes da oficialização de alguns resultados. 

"Eu os autorizo a prosseguir com alegações substanciais de votação e irregularidades na apuração de votos antes da certificação das eleições em suas jurisdições em certos casos, como já fiz em casos específicos", diz o memorando ao FBI e promotores federais enviado por Barr, que reconhece que ainda não há provas conclusivas sobre as acusações de irregularidades.

O procurador escreveu ainda que "embora alegações sérias devam ser tratadas com muito cuidado, alegações ilusórias, especulativas, fantasiosas ou rebuscadas não devem ser uma base para iniciar investigações federais. Nada aqui deve ser interpretado como qualquer indicação de que o departamento concluiu que as irregularidades na votação afetaram o resultado de qualquer eleição". 

Na sequência do memorando, de acordo com informações da agência de notícias Bloomberg, o líder da seção de  de Crimes Eleitorais do Departamento de Justiça, Richard Pilger, renunciou ao cargo. 

Ainda de acordo com a agência internacional, o departamento afirmou que nenhum representante da Casa Branca ou o próprio presidente Trump pediu a Barr que ele tomasse esta ação. 

Secretário de Justiça ampara ofensiva jurídica de Trump autorizando inquérito eleitoral

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WASHINGTON/WILMINGTON, Estados Unidos (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prosseguirá nesta terça-feira com as contestações jurídicas do resultado da eleição presidencial da semana passada, e o secretário de Justiça dos EUA, William Barr, orientou procuradores federais a investigarem quaisquer alegações "substanciais" de irregularidades eleitorais.

A diretiva de Barr aos procuradores levou o principal advogado do governo a cargo das investigações de fraude eleitoral a renunciar em protesto, e veio dias depois de ataques à integridade da eleição da parte de Trump e de aliados republicanos, que alegaram fraude eleitoral generalizada sem fornecer provas.

Trump não admitiu sua derrota para o democrata Joe Biden, que no sábado conquistou mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para conquistar a Presidência dos EUA.

A equipe de campanha de Trump iniciou várias ações na Justiça argumentando que os resultados da eleição foram manipulados. Juízes já descartaram ações no Michigan e na Geórgia, e especialistas dizem que os esforços legais de Trump têm pouca chance de mudar o desfecho da eleição.

Na segunda-feira, Barr disse aos procuradores que "alegações caprichosas ou improváveis" não deveriam servir de base para uma investigação, e sua carta não indicou se o Departamento de Justiça descobriu irregularidades eleitorais que afetem o resultado da votação.

Mas ele disse que está autorizando procuradores a "analisarem alegações substanciais" de irregularidades na votação e na contagem de cédulas.

Richard Pilger, que atuou durante anos como diretor do Setor de Crimes Eleitorais, anunciou em um email interno que estava renunciando ao cargo depois de ler "a nova diretriz e suas ramificações".

A diretriz anterior do Departamento de Justiça, concebida para evitar imiscuir o governo federal em campanhas eleitorais, desencorajava investigações explícitas "até a eleição em questão estar concluída, seus resultados certificados e todas as recontagens e disputas eleitorais concluídas".

A equipe de Biden disse que Barr está dando alento às alegações de fraude não comprovadas de Trump.

"Estas são o tipo de afirmações que o presidente e seus advogados estão fazendo sem sucesso todos os dias, enquanto suas ações na Justiça são rejeitadas aos risos de um tribunal a outro", disse Bob Bauer, um conselheiro sênior de Biden.

Na manhã de segunda-feira, a equipe de Trump apresentou uma ação para impedir que as autoridades da Pensilvânia certifiquem a vitória de Biden no Estado, onde o democrata liderava por mais de 45 mil votos.

Líder republicano diz que Trump está no direito de investigar supostas irregularidades na eleição

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WASHINGTON (Reuters) - O líder republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, disse nesta segunda-feira que o presidente norte-americano, Donald Trump, está completamente em seu direito de examinar alegações de irregularidades na eleição presidencial de semana passada.

Em um discurso no plenário do Senado, McConnell disse que não reconhece o democrata Joe Biden como presidente eleito ou Kamala Harris como a vice-presidente eleita.

"O presidente Trump está 100% no direito de analisar as alegações de irregularidades e avaliar suas opções legais", disse McConnell. 

Mais cedo nesta segunda-feira, dois outros senadores republicanos, Susan Collins e Ben Sasse, parabenizaram Biden. Collins enfatizou a importância da transição para garantir que o presidente eleito e sua vice estejam prontos para governar no dia 20 de janeiro. 

"Ele ama seu país, e eu desejo a ele todo sucesso", disse Collins em nota. Ela e Sasse estão entre uma pequena porção de senadores republicanos que parabenizaram o democrata após ele conquistar os votos necessários no Colégio Eleitoral para chegar à Presidência do país, de acordo com projeções.

Collins, que na semana passada conseguiu sua reeleição, disse, no entanto, que o republicano Trump deve ter a oportunidade de contestar os resultados da eleição.

Trump não reconheceu sua derrota nas urnas e está buscando opções jurídicas para contestar o resultado, alegando fraude eleitoral, mas sem oferecer evidências para sustentar suas acusações.

Campanha de Trump tenta impedir na Justiça que Pensilvânia certifique vitória de Biden

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WASHINGTON (Reuters) - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ingressou com uma ação judicial em um tribunal federal da Pensilvânia em que pede que as autoridades eleitorais do Estado sejam impedidas de confirmar a vitória de Joe Biden no Estado. 

A ação alega que o sistema de votação por correspondência do Estado da Pensilvânia "faltou com todos os padrões de transparência e verificabilidade que foram disponibilizados aos eleitores presenciais". 

"Os eleitores na Pensilvânia foram tratados com padrões diferentes de acordo simplesmente com a maneira na qual escolheram votar, e acreditamos que esse sistema eleitoral de duas camadas resultou em votos potencialmente fraudulentos que serão contados sem verificação ou supervisão adequadas", afirmou o conselheiro-geral da campanha de Trump, Matt Morgan, em nota. 

A ação foi movida contra a secretária de Estado da Pensilvânia, Kathy Boockvar. O gabineta dela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente, que passou meses tentando minar os resultados das eleições com alegações não comprovadas de fraude, prometeu avançar com uma estratégia legal que espera anular os resultados estaduais que deram a Biden a vitória na votação de terça-feira.

A equipe de campanha de Trump e os republicanos abriram diversos processos por alegadas irregularidades eleitorais. Juízes já rejeitaram casos na Geórgia e em Michigan.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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