TSE diz que não há problema na apuração de votos, mas em divulgação pela plataforma

SÃO PAULO (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse neste domingo que está enfrentando uma lentidão na totalização dos votos do primeiro turno da eleição municipal em todo o país, mas negou que ela tenha relação com a tentativa de ataque cibernético que o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, disse ter sido frustrado.
"Em razão de uma lentidão no processo de totalização dos votos (soma dos votos), está ocorrendo um atraso para a divulgação dos resultados da apuração", afirmou o TSE em nota à imprensa.
"Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto."
A apuração em São Paulo, por exemplo, estava em apenas 0,39% das seções eleitorais apuradas após duas horas e quarenta minutos do fechamento das urnas. Em Recife, estava em 0,59%, em Belo Horizonte em 1,68%.
Mais cedo, Barroso disse que o TSE frustrou a tentativa de um ataque hacker e negou que ela pudesse atrapalhar a apuração, lembrando que as urnas eletrônicas não ficam online.
Segundo ele, um dos procedimentos de segurança adotados para neutralizar a tentativa de ataque foi o desligamento de um dos principais servidores, além de um backup das informações mais importantes, retiradas de rede, como garantia para o caso de ataque bem-sucedido.
Na nota da noite deste domingo, o TSE negou que a tentativa de ataque tenha relação com a lentidão na totalização dos votos.
"O problema está sendo resolvido pelos técnicos, para a retomada mais célere do processo de divulgação. Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã", afirmou o tribunal.
Votações já foram encerradas mas resultado da apuração travou, diz Poder360
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nega atraso na apuração das eleições deste domingo (15.nov.2020)., segundo o site politico Poder360. De acordo com a publicação, a Corte eleitoral informa que há um “delay” na passagem das informações para o sistema de divulgação, mas não na apuração dos votos em si.
Durante a tarde, o presidente da Corte eleitoral, Luís Roberto Barroso, admitiu que houve uma tentativa de ataque hacker ao TSE. Ele disse, porém, que a iniciativa foi neutralizada. O TSE nega relação entre os 2 fatos: “não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã”.
O magistrado informou ainda que a Corte tem atuado de forma preventiva a ataques, com um sistema de defesa e realizando backups dos dados do sistema eleitoral. Durante o processo, disse, um dos servidores teve de ser desligado – o que ocasionou instabilidade no e-Título.
Eis a nota oficial do TSE:
“Em razão de uma lentidão no processo de totalização dos votos (soma dos votos), está ocorrendo um atraso para a divulgação dos resultados da apuração.
Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto.
O problema está sendo resolvido pelos técnicos, para a retomada mais célere do processo de divulgação.
Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã.”
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enfrenta dificuldades técnicas para divulgação dos resultados do pleito de 2020. Por sua vez, não há problema no sistema de totalização e apuração dos votos, segundo a assessoria da Corte.
Após as instabilidades enfrentadas no aplicativo e-Título, agora é o site de divulgação das Eleições (resultados.tse.jus.br) que apresenta problemas na atualização dos dados.
Mas a informação é de que essa dificuldade técnica não reflete nenhum problema no sistema de apuração, que estaria recebendo normalmente as informações do pleito.
Segundo o tribunal, há demora no envio em tempo real dos dados do sistema para divulgação. O problema, segundo o TSE, está sendo resolvido por técnicos.
"Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã", afirmou o TSE em nota.
Eduardo Bolsonaro usa ataque de hackers ao TSE para promover voto impresso (no Poder360)
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou o ataque cibernético sofrido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) neste domingo de votações (15.nov.2020) para promover a proposta de volta do voto impresso.
Ele é filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, habitual defensor da volta do método antigo de escolher representantes.
O ataque não teve sucesso, segundo o Tribunal. A tentativa de invasão teria ocorrido no início da tarde deste domingo (15.nov). Paralelamente, eleitores depositavam seus votos nas urnas eletrônicas. Os equipamentos não têm ligação com a internet.
“O ataque hacker, partido do exterior, não afeta a apuração da eleição, mesmo tendo exposto dados de funcionários do TSE, disse o TSE. Mas sempre há o risco. Se já tivesse sido implementado o voto impresso as eleições estariam garantidas, fora a questão da transparência e auditoria”, escreveu o deputado em sua conta no Twitter.

Eduardo também publicou no Instagram uma frase atribuída a Josef Stalin, que diz: “Quem vota e como vota não conta nada; quem conta os votos é que realmente importa”. E acrescentou que “a transparência é essencial à apuração”.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse no início de novembro que a volta para as cédulas físicas seria “retrocesso“. “As urnas eletrônicas são confiáveis. O problema delas é o custo”, declarou na ocasião. “Retornar ao voto impresso é 1 retrocesso, é como comprar 1 videocassete”, disse o ministro.
MEDIDA BARRADA PELO SUPREMO
A adoção do voto impresso foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro de 2020. A Corte entendeu que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto.
O voto impresso era uma das mudanças estabelecidas pela minirreforma eleitoral em 2015. Foi vetado pela então presidente, Dilma Rousseff (PT). No entanto, em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto. A proposta era do então deputado federal Jair Bolsonaro.
SEM INDÍCIOS DE FRAUDES
As urnas eletrônicas estão em funcionamento no Brasil desde 1996. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que nunca foram detectadas fraudes na apuração dos votos realizados por meio eletrônico.
A Justiça Eleitoral realiza testes públicos periódicos para detectar eventuais vulnerabilidades no sistema e aprimorar a segurança do processo eleitoral. Apesar de as urnas não imprimirem comprovantes dos votos, os equipamentos podem ser auditados, caso algum candidato levante dúvidas sobre a votação recebida.
Segundo o TSE, o sistema de apuração não pode ser invadido pela internet. Isso porque a Justiça Eleitoral utiliza uma rede própria, sem conexão com outros computadores. Há pelo menos 30 sistemas de segurança inseridos em cada urna. Além disso, os equipamentos são protegidos contra a instalação de programas externos.
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