Dólar reduz alta, mas ainda sobe 1% com risco político

O dólar desacelerava a alta frente ao real na tarde desta segunda-feira, com outros ativos brasileiros reduzindo as perdas, mas ainda enfrentando um dia bastante negativo por temores de uma guinada populista no governo Jair Bolsonaro.
Às 15h45, o dólar à vista subia 1,05%, a 5,4416 reais, afastando-se da máxima do dia --de 5,535 reais, alta de 2,79%.
No mercado futuro da B3, o dólar ganhava 1,09%, para 5,4430 reais, após bater 5,5350 reais, máxima desde 6 de novembro do ano passado.
O dólar esfriou os ganhos também seguindo o movimento externo, com a moeda amenizando a valorização frente a peso mexicano, rand sul-africano e lira turca, pares do real.
Veja gráfico intradiário da taxa de câmbio dólar/real e do índice do dólar ante uma cesta de moedas de países desenvolvidos:
Aqui, o Ibovespa e os juros futuros também deixaram os piores momentos do dia, embora ainda estivessem sob forte pressão.
O mercado se assustou com a série de decisões e falas do presidente da República nos últimos dias, com o anúncio da não recondução de Castello Branco, a indicação de mais um general e ameaças vagas feitas no final de semana de que mais mudanças serão feitas nas estatais levando a temores de mais intervencionismo e uma virada mais populista para estancar a queda de popularidade.
Os negócios começaram nesta segunda já sob pressão, o que fez o real descolar visivelmente de seus pares. Com o dólar nas máximas, o Banco Central vendeu 1 bilhão de dólares em novos contratos de swap cambial tradicional nesta segunda-feira, num dia já de outras operações do BC no câmbio.
O profissional de um banco internacional disse que muitos investidores estrangeiros estão vendendo Petrobras, comprando dólares e saindo do país, o que ajudava a explicar a pressão de alta sobre a moeda. Ainda assim, ele chamou atenção para uma demanda persistente no mercado futuro, o que justificou a atuação do BC via swaps.
Com o movimento desta sessão no câmbio, o real amplia as perdas no ano para 4,6%, segundo pior desempenho global --melhor apenas que o peso argentino (-5,9%).
Para um gestor, devido à piora relativa do real, ao amplo descolamento da moeda ante seus pares nos últimos dois anos e à perspectiva de que expressivos fluxos de saída dos últimos meses (como os relacionados ao overhedge, por exemplo) possam não se repetir, a pressão sobre o câmbio pode ser limitada.
"Então acredito que uma piora muito grande do real contra moedas pares me parece improvável", disse.
Após chegar a cair 1,65% na mínima do dia, o real zerou as perdas contra o peso mexicano.
0 comentário
Preços mundiais dos alimentos caem pelo terceiro mês em novembro, diz FAO
Minério de ferro encerra semana em baixa devido à melhora na oferta e demanda fraca da China
Comércio dos EUA com a China provavelmente precisa ser menor, diz Greer
Ações da China interrompem três dias de quedas com otimismo sobre chips domésticos
Índices de Wall Street fecham quase estáveis com impulso de apostas de corte do Fed, mas pressionados pela Amazon
Amcham: novembro registra 4ª queda seguida nas exportações aos EUA e reforça necessidade de acordo bilateral