Dólar cai com exterior; fundamentos sugerem moeda a R$4,50

Publicado em 24/02/2021 17:29 e atualizado em 24/02/2021 18:13

LOGO REUTERS

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, numa sessão relativamente calma no mercado de câmbio doméstico, em meio a valorização de ativos de risco no exterior por expectativas de contínua liquidez no mundo.

No Brasil, o noticiário sobre a PEC Emergencial atraiu as atenções. O mercado chegou a repercutir negativamente notícia de que votação da proposta poderá ficar para a próxima semana, mas preferiu se concentrar em informações sobre privatização da Eletrobras e o não fatiamento da PEC Emergencial.

"O envio da MP que visa estabelecer o terreno da privatização da Eletrobras serve como sinalização do governo de que não haverá mudanças drásticas na condução da política econômica após a confusão entre o governo e a Petrobras", disse a XP em nota.

O dólar à vista caiu 0,44%, a 5,4219 reais na venda. Na sessão, foi de 5,3904 reais (-1,01%), perto das 10h, a 5,4441 reais (-0,03%), às 11h38.

O alívio nas cotações aqui também teve influência do mercado externo, numa sessão de ganhos generalizados para moedas emergentes e correlacionadas às commodities --caso do real.

O chair do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, repetiu que o mercado não deve esperar mudança na política monetária até que a economia esteja claramente melhorando --endossando, assim, perspectiva de contínuo suporte financeiro aos ativos e à economia.

Toda a liquidez anunciada por BCs globais ao longo de 2020 para combater os efeitos financeiros da pandemia não foi suficiente para fazer o real replicar a recuperação vista em vários de seus pares, com analistas justificando o movimento local do câmbio a partir do nível elevado de incerteza fiscal --combinado com juros reais negativos.

Em termos de fundamentos externos, o real deveria estar em torno de 4,50 por dólar, segundo Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).

Brooks citou o déficit em transações correntes de janeiro, mas avaliou que os fluxos de investimento estrangeiro estão "saudáveis".

O Banco Central espera um salto nos investimentos diretos em fevereiro para 6,5 bilhões de dólares, ante o valor de 1,838 bilhão de dólares em janeiro. Se confirmado, será o maior fluxo mensal em quase um ano. O déficit em transações correntes foi de 7,253 bilhões de dólares em janeiro, abaixo do esperado pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters com analistas.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário