Valor do frete rodoviário em Mato Grosso dispara com atraso na colheita de soja

Publicado em 05/03/2021 21:24

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SÃO PAULO (Reuters) - As taxas do frete rodoviário atingiram uma máxima de dois anos e meio em uma importante via de escoamento de soja de Mato Grosso, principal Estado produtor da oleaginosa no país, em meio a atrasos na colheita, indicou um relatório da Esalq/USP, enviado à Reuters nesta sexta-feira.

Na rodovia que liga Sorriso, "capital nacional da soja", a Rondonópolis, de onde os grãos partem por ferrovias para o porto de Santos, o valor do frete alcançou 138,69 reais por tonelada no mês passado, maior nível desde julho de 2018 na região.

Mato Grosso colheu até o momento 67,20% de sua área de soja, 24,27 pontos percentuais atrás do registrado na mesma época de 2019/20 e 13,07 pontos abaixo da média histórica para esta época do ano, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A soja em Mato Grosso costuma ser plantada antes do que em outras regiões, mas o atraso da colheita no Estado significa que agora ele compete com outras áreas produtoras de grãos pelos caminhões para escoamento da oleaginosa para o mercado.

Segundo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o valor do frete deve continuar subindo à medida que a colheita avança.

"O principal motivo para a situação atual do mercado foi uma janela menor de colheita nos últimos meses", disse a Esalq.

Os produtores brasileiros ainda dependem majoritariamente dos caminhões para o transporte dos grãos, com a infraestrutura limitada de hidrovias e ferrovias os colocando em desvantagem frente aos competidores norte-americanos, destacou o coordenador de pesquisa da Esalq, Thiago Péra, por telefone.

Embora a infraestrutura brasileira esteja melhorando, em 2019 o embarque de soja de Sorriso para Xangai ainda custava 22 dólares a mais do que o envio do grão de Iowa para o mesmo destino, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

Anec estima exportação de soja do Brasil em 13,79 mi t em março

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SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de soja do Brasil em março deverá atingir 13,79 milhões de toneladas, estimou nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o que seria um aumento na comparação com o mesmo período do ano passado (13,3 milhões), segundo os números da entidade em relatório.

A estimativa da Anec foi feita com base em dados da programação de navios e aponta um forte crescimento na comparação com fevereiro, quando o país embarcou 5,5 milhões de toneladas, segundo a associação.

Caso se confirme, esse volume tem potencial para ser recorde para meses de março. Cerca de 250 navios estão carregando soja ou aguardando para receber o produto este mês no Brasil, conforme dados da agência marítima Cargonave compilados pela Reuters.

O grande acúmulo de embarcações ocorre após um início mais tardio da colheita, devido a atrasos no plantio e mais recentemente por chuvas que afetam os trabalhos de campo e que estão deteriorando a qualidade da oleaginosa.

Com baixos estoques e o mercado dando preferência à exportação de soja, os embarques de milho do Brasil em março deverão somar apenas 62,8 mil toneladas.

Já os embarques de farelo de soja foram estimados em 1,146 milhões de toneladas, ante 1,5 milhão no mesmo mês do ano passado, segundo a Anec.

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Fonte:
Reuters

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