Venezuela raciona oferta de diesel a caminhoneiros em meio a piora da escassez do combustível

Publicado em 07/03/2021 15:30 e atualizado em 08/03/2021 07:46

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VALENCIA, Venezuela / MARACAY, Venezuela (Reuters) - A petroleira estatal venezuelana Petroleos de Venezuela começou a racionar diesel a caminhoneiros, disseram à Reuters quatro fontes do setor de transportes, uma vez que a baixa produção de refino doméstico e a escassez de importações em meio à sanções dos Estados Unidos prejudicam a oferta.

Caminhoneiros frustrados bloquearam uma estrada no Estado central de Maracay em protesto pela escassez na sexta-feira mostraram imagens de mídias sociais. Grupos industriais disseram que o racionamento sem precedentes provocará atrasos na entrega de produtos a mercados no país, que enfrenta uma prolongada crise econômica.

A falta de diesel acontece após o país sofrer com a escassez de gasolina em 2020, levando o presidente Nicolás Maduro a cortar os antigos subsídios e importar gasolina do Irã. O diesel ainda é distribuído aos caminhoneiros de forma gratuita.

A medida deixou para trás décadas de preços congelados que haviam transformado a Venezuela no país com a gasolina mais barata do mundo.

"Estamos falando de uma dificuldade sem paralelo nos últimos tempos", disse Jesús Rodríguez, presidente da câmara de comércio da cidade de Puerto Cabello, sede do maior porto de contêineres da Venezuela.

Diesel avança pela 6ª semana nos postos do Brasil; gasolina e etanol também sobem

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SÃO PAULO (Reuters) - O preço do diesel nos postos do Brasil subiu pela sexta semana consecutiva, enquanto gasolina e etanol também mantiveram tendência de alta, mostrou pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada nesta sexta-feira, em momento em que o valor dos combustíveis tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro.

Conforme o levantamento da agência reguladora, a cotação média do diesel nas bombas atingiu 4,23 reais por litro nesta semana, alta de 1,1% em relação à semana anterior.

Os dados da pesquisa vêm dias após a entrada em vigor de uma suspensão temporária pelo governo da incidência do PIS/Cofins sobre o diesel, combustível mais consumido do Brasil, em tentativa de conter a alta dos preços.

Além do corte de impostos, o presidente Jair Bolsonaro também decidiu no mês passado indicar um novo presidente para a Petrobras, em meio a constantes queixas sobre a política de preços dos combustíveis da estatal no mandato do CEO Roberto Castello Branco, que vai até 20 de março.

Esta foi a sexta semana seguida de aumento no valor do diesel, que neste ano recuou em apenas uma ocasião, em meados de janeiro. No acumulado de 2021, o preço médio do diesel nos postos do Brasil tem alta de 16,4%, segundo a ANP.

O viés de alta também continua sendo verificado na gasolina, que engatou a 11ª semana consecutiva de elevação, atingindo uma média de 5,29 reais por litro nas bombas, para o consumidor final. O avanço na semana foi de 2,3%.

Agora, a gasolina figura em patamar 17,1% superior ao registrado no início de 2021.

Já o etanol, segundo a ANP, também subiu nesta semana --com ganho de 6,9%, o preço médio nos postos foi a 3,898 reais por litro. Concorrente da gasolina, o biocombustível acumula alta de cerca de 22,5% em 2021.

Na última terça-feira, a Petrobras elevou os preços da gasolina e do diesel em cerca de 5%, o que fez com que ambos os combustíveis renovassem os maiores níveis em um ano nas refinarias da estatal.

A petroleira diz seguir uma política de preços de paridade de importação, que leva em conta fatores como as cotações do petróleo no mercado internacional e do dólar.

O petróleo Brent, referência global, tem operado próximo de máximas de um ano, impulsionado especialmente por um acordo de restrição de oferta da Opep+. Já a moeda norte-americana registrou nesta sexta-feira a terceira semana seguida de ganhos frente ao real, atingindo o maior patamar desde novembro.

Neste ano, os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras já acumulam alta de 41,5%, enquanto o diesel soma ganho de 34%.

Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.

Petróleo salta com decisão da Opep+ sobre oferta e dados de emprego nos EUA

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NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo saltaram cerca de 3% nesta sexta-feira, atingindo os maiores níveis em mais de um ano, diante de um relatório de empregos melhor do que o esperado nos Estados Unidos e da decisão da Opep+ de não ampliar a oferta da commodity em abril.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 2,62 dólares, ou 3,9%, a 69,36 dólares por barril. A máxima da sessão para a referência internacional representou o mais alto patamar desde janeiro de 2020.

Já o petróleo dos EUA (WTI) avançou 2,26 dólares, ou 3,5%, para 66,09 dólares o barril.

Na semana, o Brent acumulou ganho de 5,2%, enquanto o WTI subiu 7,4%.

Ambos os contratos já haviam disparado mais de 4% na véspera, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, estenderem seus cortes de produção para abril, concedendo pequenas exceções à Rússia e ao Cazaquistão.

"A Opep+ decidiu por uma abordagem cautelosa, optando por aumentar a produção em apenas 150 mil barris por dia (bpd) em abril, enquanto participantes do mercado projetavam um aumento de 1,5 milhão de bpd", disse Giovanni Staunovo, analista de petróleo do UBS.

Investidores se surpreenderam com o fato de que a Arábia Saudita decidiu manter seu corte voluntário de 1 milhão de bpd durante abril, mesmo depois do rali dos preços do petróleo nos últimos dois meses, na esteira da vacinação contra a Covid-19 ao redor do mundo.

Além disso, o mercado também ganhou impulso após a publicação de um relatório de empregos dos EUA, que mostrou que o país criou mais vagas do que o esperado em fevereiro.

(Reportagem adicional de Noah Browning em Londres, Sonali Paul em Melbourne e Koustav Samanta em Cingapura)

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Fonte:
Reuters

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